12 de dez. de 2018

MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO RIBEIRÃO GRANDE EM PINDA.


20/12/2018
Sítio São Francisco da Mata 
Estrada das Borboletas, Ribeirão Grande de Pinda.

Por: Antonio Carlos Pries Devide
Engº Agrº Pesquisador Científico

Polo Regional Vale do Paraíba

VITRINES AGROECOLÓGICAS E PESQUISAS PARTICIPATIVAS
A REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA e a APTA convidam a população para mais um mutirão agroflorestal no dia 20/12/2018 no Sítio São Francisco da Mata, bairro Ribeirão Grande de Pindamonhangaba.

Terraço fluvial sendo preparado para receber o cultivo agroflorestal, ao fundo Morro dos Macacos.

A unidade está inserida na Área de Proteção Ambiental Morro dos Macacos e pretende se tornar mais uma referência no cultivo de alimentos saudáveis em sistemas de produção sustentáveis que conservam o solo, as nascentes e a biodiversidade da Mata Atlântica.

O microclima da região possibilita o cultivo comercial da palmeira juçara (Euterpe edulis),  que está em risco de extinção. Um dos objetivos do trabalho é formar uma área de cultivo agroflorestal para pesquisá-la para fins diversos, tais como polpa e artesanato das folhas e sementes, excluindo o corte raso para a coleta do palmito que leva à extinção das plantas.

Como a região sofre o parcelamento do solo para chácaras de lazer; situação que merece  mais atenção das autoridades municipais, estaduais e federais; a atividade visa envolver os moradores locais para despertar o interesse pela conservação do patrimônio natural e proteção do componente humano tradicional.

A população local está sendo convidada a se unir aos atores da REDE e da APTA para implantar um SAF com a palmeira juçara e se articular em defesa dos direitos da produção sustentável sem que a legislação preservacionista congele as terras de cultivo e favoreçam a conversão das terras para o turismo e lazer.

Programação:
8:00 h                        Recepção com café colaborativo
08:30 às 12:00 h       Mutirão agroflorestal
13:30 às 14:30 h       Almoço colaborativo
14:30 às 17:30 h       Relato de vivência em técnicas de bioconstrução e fossa biodigestora
17:30 às 18:00 h       Avaliação e encerramento                   
Endereço: Estrada Manoel Miranda de Oliveira, nº 4920, Sítio São Francisco da Mata (antiga Estrada das Borboletas), bairro Ribeirão Grande, Pindamonhangaba / SP                                 Reservas: antoniodevide@apta.sp.gov.br, fone 12-3642-1823


Mapa de acesso ao Sítio São Francisco da Mata. São 25,5 km do centro de Pinda.
Dúvida como chegar? Contate 12-99779-5732 ou espere no restaurante Colméia entre 7:30 e 8:00 horas.
AGROECOLOGIA: A VIA SUSTENTÁVEL NO VALE DO PARAÍBA

A Agroecologia trouxe impactos positivos para a sociedade do Vale do Paraíba, principalmente com a redução da contaminação por agrotóxicos dos alimentos, da população e do meio ambiente. A conversão das monoculturas em sistemas de produção agroecológica biodiversos que são mais resilientes às alterações do clima também estão ajudando a restaurar e a conservar os solos, as nascentes e as matas nativas.
Alimentos saudáveis produzidos por agricultores agroecológicos. A pesquisa participativa desenvolvida por Anna Cláudia intitulada "CONEXÕES QUE TRANSFORMAM O AMBIENTE E A SOCIEDADE: a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba nos Assentamentos do MST" registrou os avanços da Agroecologia no Vale do Paraíba. Créditos: Michel Bottan, Lívia Pimentel, Anna Cláudia, Aninha Mendes, Luciano Correa).

 Dentre os impactos indiretos dos sistemas agroecológicos de produção, destacam-se a redução da dependência econômica da agricultura familiar por insumos externos e o fortalecimento da economia verde, da segurança e da soberania alimentar.

A Agroecologia também é estratégica para reverter o esvaziamento do campo tornando viável as unidades de produção oriundas da reforma agrária privada (aquisição de terras oriundas de parcelamentos) ou estatal (assentamentos de reforma agrária), em bases sustentáveis.

A REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA promove a Agroecologia e a organização popular para inclusão camponesa nas tomadas de decisões em prol da agricultura familiar.

A Agroecologia possibilita organizar a população entorno das OCSs – Organizações de Controle Social e SPGs – Sistema de Garantia Participativa; e o acesso ao mercado por meio de políticas públicas que integram fortemente o meio rural e urbano por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

MUTIRÃO AGROFLORESTAL: a metodologia participativa que rompe barreiras culturais e velhos paradigmas

Nos mutirões agroflorestais realizados desde o ano de 2012 a REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA utiliza métodos participativos para gerar e validar tecnologias de produção agroflorestal, incorporando o saber gerado de experiências dos agricultores familiares ao saber acadêmico de pesquisadores e técnicos.
Equipe de Mutirão Agroflorestal no Sítio Beija Flora, Assentamento Olga Benário, Tremembé / SP (2017)

 Essas atividades são incentivadas por pesquisadores do Polo Regional Vale do Paraíba - APTA/SAA-SP por meio do Projeto Vitrine Agroecológica. Na unidade da APTA em Pindamonhangaba há experimentos em sistemas de produção em policultivos, alley cropping, sistemas agroflorestais (SAFs), culturas de cobertura, plantio direto, resgate de variedades crioulas e tradicionais, implantação e manejo de banco de matrizes de gliricidia, resgate e produção de PANCs - plantas alimentícias não convencionais incluindo as frutas nativas, compostos orgânicos, caldas alternativas e biofertilizantes. A unidade é aberta à visitação pública; se situa na Avenida Antônio Pinheiro Junior, 4009, bairro Ponte Alta fone (12) 3642-1823 (nitc-vp@apta.sp.gov.br) com acesso também pelo km 97,5 da Rodovia Presidente Dutra.

O objetivo da parceria da APTA atuar em parceria com atores da REDE AGROFLORESTAL é para promover a articulação popular para implantar e manejar os sistemas agroflorestais – SAFs na bacia hidrográfica do Paraíba do Sul.
Alguns recursos genéticos utilizados na implantação de SAF.

Mutirão de implantação de SAF no Assentamento Nova Esperança, em São José dos Campos: a unidade familiar migra da monocultura da braquiária para um sistema biodiverso agroecológico.

Há unidades de produção familiar com SAFs em praticamente todos os municípios da região. Essas unidades promovem a vivência e o treinamento popular por meio da capacitação de novos adeptos dos SAFs através de cursos, oficinas, mutirões. O canal de comunicação geralmente é via blog da REDE, facebook, whats app.

Essas unidades familiares (vitrines agroecológicas) possuem um acervo de conhecimento e técnicas de cultivo agroflorestal e têm recebido pesquisadores de diversas instituições, que buscam descrever dentre outros aspectos os benefícios socioambientais dos SAF. 

Participar dos mutirões agroflorestais significa mais do que buscar novos conhecimentos; é um ato de caridade para com nossos semelhantes. Mesmo sem saber, ao participar de um mutirão você também estará se reconectando energeticamente com a Terra (GAIA).