16 de jul. de 2019

A RETROTRANSIÇÃO À AGRICULTURA CONVENCIONAL NO PROJETO DE ASSENTAMENTO CONQUISTA EM TREMEMBÉ – SP


Relato por: Engº Agrº José Miguel Garrido Quevedo

ARTIGO SOBRE VIVÊNCIA NO ASSENTAMENTO CONQUISTA DE TREMEMBÉ no âmbito do Curso de Longa Duração em Agroecologia.
Figura 1. Reflexões sobre a necessidade do fortalecimento do Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal para promover a segurança alimentar e nutricional da população e gerar renda no campo.

“Meus irmãos herdaram o gosto pelas verduras, mas o fino do carvão acabou no assentamento. A legislação orgânica no país proibiu o uso de extrato pirolenhoso devido ao alcatrão.”


“Me assustei pelo reumatismo pela friagem.”

”Prefiro me dedicar à roça, gosto mais de trabalhar na ida com as plantas do que com o barulho da cidade.”

A APAN, Associação de Produtores da Agricultura Natural, na década de 90, realizou trabalhos de formação aos agricultores do Projeto de Assentamento Conquista em Tremembé. Tais trabalhos tiveram como ícone o Sr. Fidélis. Produziam o extrato pirolenhoso, utilizavam o fino do carvão e a calda “líquido-abençoado”, para praticar a adubação líquida inoculadora de microrganismos originados de moitas de bambu do próprio assentamento, e aprenderam com a comercialização direta ao consumidor em feiras livres convencionais, onde a livre competição se dava pelo ganhar a dona-de-casa pela confiança, apresentando um produto vistoso a ela.
 Foram depoimentos que se revelaram nesta roda de saberes. O fato é que o período da comercialização direta exauriu-se. O governo popular proporcionou os contratos com instituições públicas, fornecendo os alimentos comprados e produzidos pelos agricultores às escolas e presídios, através do Programa de Aquisição a Alimentos - PAA (Fig. 1), cujo compromisso com entidades filantrópicas e assistência social à sociedade proporcionou uma renda mensal fixa, sem a necessidade de comércio fora da porteira.
            Paralelo a este comércio institucional, a verdura agroecológica é mais bonita e vistosa e atrai intermediários em busca de produtos que estas “moscas raras” fazem florescer. Porém, o fornecimento à base de contratos exige padronização e fornecimento contínuo dos produtos firmados em acordo de fornecimento, tanto as instituições como os intermediários distribuidores de produtos originados do labor familiar.
            Algumas adaptações foram necessárias no sistema produtivo agroecológico, estimulado pela agricultura familiar e pela APAN, na década de 90.
            No convívio da propriedade da Toninha, a produção de mudas para baratear o custo da produção e fornecer mudas de couve de qualidade foi fato fundamental para sua adaptação no sistema produtivo. A utilização de fertilizantes químicos restrita em épocas de amarelecimento das folhas, com a aplicação de sulfato-de-amônio, tornou-se necessário. O uso pontual de defensivos químicos para evitar que a doença da couve e pragas denegrisse seu produto também foi necessário para não quebrar o contrato. Apropriou-se a respeito do “período-de-carência” na aplicação dos defensivos agrícolas, cujos princípios ativos são neonicotinoides e inseticidas biológicos a base de Bacillus thuringiensis.
            O uso de plantio em módulos de mudas homogêneas, em contraponto com a diversidade sugerida no sistema agroflorestal, garante o raciocínio mental de saber que aquela área produzirá quantidades de roças de couve que atenderão o compromisso daquele sistema.
            Apesar de ser um lote que realizou a retrotransição à agricultura convencional, todas as técnicas são consideradas como saber, trata-se do empoderamento do saber técnico apropriado por parte desses sábios mestres do conhecimento em lidar com a terra e com o mercado.
            Já no lote do Seu Antônio (Fig. 2), aquela pessoa simples, do falar baixinho, magrinho, musculatura firme e fala mansa. Lembrou-me o fenótipo do meu pai. Em seu lote, o que chama atenção é o “Plantio de gente”, cinco familiares residem ali, filhos, filhas, genros, nora e agora os netos, dos quais desfrutam do território reformado e que não tiram o sustento pela labuta na terra. Jovens que perderam o gosto pela dureza do cabo da enxada, seguiram o caminho do estudo na cidade para se formar em profissões menos desgastantes. Precisam estes perto do avô para habitar na Reforma Agrária, que lhes dá moradia de graça, conta-de-luz mais barata, a água, que vem do poço cacimba de graça, e ainda proporciona o contato com a natureza, o acordar com o cocoricó das galinhas e o canto dos galos as cinco da matina para trabalhar na cidade.
Figura 2. Seo Antônio cria muitos familiares na lavoura de mandioca e banana, em Tremembé - SP.
            Há de se aceitar que a proximidade do PA Conquista com a cidade de Tremembé proporciona este objetivo prestado pela Reforma Agrária a alguns assentados naquele território, simplesmente como um lugar para morar. O assentamento é uma comunidade e, assim como toda comunidade, há pessoas com diferentes funções e necessidades.
            No lote da Janaina (Fig. 3), me prostei com aquela casa na árvore de bonecas (Fig. 4) e que o nome de uma das suas filhas me fez recordar de tempos que outrora assistia o filme A Pequena Sereia Ariel, pelo menos 400 vezes, junto com minhas filhas. 

Figura 3. Dona Janaína agricultora assentada da reforma agrária em Tremembé, entre Verônica (UNESP) e Magali (INCRA).
Figura 4. Casa na árvore mistura realidade e sonhos de uma nova geração, com muito mais oportunidade para o campo como novas empreendedoras de geleias agrofloresteiras do Assentamento Conquista de Tremembé - SP.

          Uma mãe empreendedora, nascida em acampamento, perdeu sua mãe logo após nascer, no parto, talvez em função do desgaste que a luta pela terra trás as mulheres que lutam pelos seus sonhos, por si só a torna uma vencedora. Sobreviveu, cresceu e foi tentar a vida em outro estado. Encontrou seu companheiro e agora sonha o sonho que não conseguiu esquecer, a agrofloresta. Chora ao assistir os vídeos no YouTube daquele mestre suíço, pai da agrofloresta no Brasil. 
            Em seu pequeno território herdado pelo trabalho do pai viúvo, empreende aprendendo a fazer gostosuras. Especializou-se em geléias agroflorestais. A cada receita descoberta ou redescoberta sonha com a possibilidade de tacar-lhes o código de barras e ter o fruto de seu trabalho oferecido em um empório distribuidor. Produto artesanal e só pensa na alquimia dos sabores. No pequeno trecho que cuida e aplica tudo que aprendeu. Faz cobertura com capim roçado nos canteiros de sua horta. Fato inédito em todo assentamento que há monoculturas de alface. Sonha herdar em suas filhas a mesma paixão pela agricultura agroecológica.
Figura 5. Cajá-manga (Spondias dulcis, família Anacardiacea), dá saborosa receita... geleias, doces, sucos e a fruta de comer ao pé da árvore.
            Foram retratadas três realidades, três perspectivas e três possibilidades que o “guarda-chuva” da agroecologia proporcionou àquelas famílias.
            No início da noite, nos reunimos no lote da Deise Alves. Lá, o cajá-manga (Fig. 5) e o araçá-boi (Fig. 6) já deram muita história prá contar nesse Curso de Longa Duração sobre Agroecologia. tem muita história prá contar. No conforto da sala-cozinha, onde tudo gira em torno do alimento, ao redor daquela bancada de tijolos e azulejos de piso que se transformaram na grande mesa do compartilhar o saber, em poltronas “retrô”, trocamos idéias do que aprendi com aqueles agricultores e pudemos discutir a elaboração de uma proposta caseira para repelir as lagartas da couve da dona Toninha, a base de coentro, manjericão e citronela, com punhado de folhas frescas, são deixadas marinar em água pura e no outro dia pela manhã são batidos no liquidificador, coados e pulverizados pela pulverização costal, sem diluição ou qualquer fervura. Acrescidos de 1,5 ml de própolis verde, promete fazer muito bem para saúde.
Figura 6. Araçá boi (Eugenia stipitata, família Myrtaceae), mais uma das frutas nativas em produção... carrega de forrar o chão... com possibilidade de aproveitamentos diversos... sucos, geleias e fruta de comer no pé.
            Aprendi com Seu Antônio a plantar mudas de banana-chifrão, bem desenvolvidas, fendas no chão, no berço que acumula água, formando uma bacia de acúmulo. Levo para casa o maior cacho de banana que ganhei de brinde. Quase do tamanho do banco traseiro do Gol.
            E na Janaína e a dona Toninha, incentivamos a necessidade daquele território bioenergético que é o lote familiar, ter território demarcado para a mulher ser feliz e mandar. Há o sistema agroflorestal com frutíferas diferenciadas como o cambará cresceu pelas beiradas da produção do marido, fazendo o papel de “zíperes” daquela unidade familiar (Fig. 7).
Figura 7. Desenho de módulo florestal a ser enriquecido em mutirão durante o Curso de Longa duração.
            E de lá sai os produtos das geléias que saboreei no café da tarde, regados por chá de Moringa oleifera que aprendi que tem como utilidade reduzir cólicas menstruais e dores nas articulações. Ganhei um saquinho dessa planta da vida, para conviver com minha diabetes.
            Enfim, podemos presenciar com estes agricultores familiares de Reforma Agrária como “pinçam” conhecimentos agroecológicos e apropriando-se, empoderando-se e tornando-os seus saberes.

Instrutor: Engº Agrº José Miguel Garrido Quevedo - INCRA  
Transcrição: Verônica Andressa de Castro – acadêmica curso de Engenharia agronômica na Universidade Estadual Paulista (Botucatu)
Adaptação para o blog: Antonio Devide - APTA
Imagens: Anna Cláudia Leite, Verônica de Castro e participantes do Curso.








15 de jul. de 2019

RELATOS DO CURSO DE LONGA DURAÇÃO SOBRE AGROECOLOGIA

Tema - Plantas Alimentícias Não Convencionais - 18 e 19/06/2019

Relatora: Drª Cristina Maria de Castro - Pesquisadora do Polo Regional Vale do Paraíba

Fig. 1 Montagem de arte do 2o Seminário sobre Segurança Alimentar e Nutricional do Município de Pindamonhangaba
O Curso contemplou parte teórica e prática, abordando aspectos técnicos e nutricionais de plantas tradicionais e algumas provocações e reflexões de como somos agentes de nossa própria mudança, principalmente em se tratando da alimentação; também foi abordado a questão da energia , de como a frequência vibracional da energia nos seres humanos, nas plantas na manipulação dos alimentos ou no plantio, influencia nosso dia a dia.

1º Dia
  A parte teórica abordada:  sobre a importância da alimentação na saúde; Soberania e segurança alimentar e nutricional- o que é? Como cidadão pode atuar em políticas públicas municipais e na sua casa;  O que comemos atualmente, é comida de verdade ?  Comida e cultura alimentar: o alimento e nossas histórias de vida. Doenças atuais resultantes de alimentação inadequada: DCNT – doenças crônicas não transmissíveis; Despertar da consciência: Somos o que comemos ! Comemos o que nos alimenta ou comemos o que nos tira a fome?

Intervalo com dinâmica energia nas plantas: Vídeo: A Mensagem da Água – Pesquisador japonês Masaru Emoto (Fig. 2), demonstra como o pensamento pode alterar a estrutura molecular da água; logo após o vídeo os alunos deram sua opinião.
Fig. 2. Cristais que se formam nas moléculas de água quando congeladas após receberem influências vibracionais (SENTIMENTO). Por Massaru Emoto.

Apresentação de aspectos de cultivo e nutricionais de algumas plantas alimentícias não convencionais que existem no Horto Botânico e unidade de pesquisa do Polo Regional Vale do Paraíba: araruta, ararutão, cúrcuma, zedoária, serralha, picão, caruru, chuchu de vento, melão cruá, capuchinha, jacatupé, vinagreira, major gomes, beldroega, macassá, peixinho, ora pro nóbis comum, ora pro nobis amazônico, ora pro nobis de flor rosa, amendoim amazônico, taioba, mangarito, cubiu, inhame, taioba gigante (orelha de elefante), pariparoba, umbigo de banana, bertalha comum, bertalha coração, feijão borboleta, azedinha, cara moela, cara de chão (roxo, creme, branco)
Foi  realizado um diagnóstico visando avaliar a percepção e conhecimento popular sobre PANC conhecimento e uso de plantas tradicionais, entre as questões abordadas: conhecimento de onde vem, como se colhe, como é a planta, como faz o consumo, entre outras questões.
Visita no viveiro e mandala de PANC onde os participantes tiveram oportunidade de fazer a identificação e o reconhecimento das plantas estudadas.

No período da tarde visita na área de pesquisa com PANC em SAF Sintrópico com aléias de gliricidia, banana, mamão e ora pro nobis, realizando o estudo da paisagem, interação entre as plantas, e colheita e avaliação de cúrcuma e araruta comum.

No encerramento deste dia foi realizada uma vivência em bioenergia, enfatizando a consciência na interação do humano com as plantas. Com respeito e amor as plantas respondem da mesma forma. Realizando o exercício: 'Bola de Energia', cujo objetivo foi poder sentir o peso e o volume de uma bola de energia não física ou não visível ao olho humano através da intenção humana de se integrar com as plantas.

2º Dia
Iniciado com reflexão com áudio: “Depois”. Os acadêmicos ouviram de olhos fechados um chamado para a riqueza de viver o presente e não deixar para depois; em seguida deram seu relato e foram orientados para permanecerem realmente presentes e ativos nas atividades do dia todo.
Aula: teoria e prática sobre formulação de substratos orgânicos: foram abordados, composição de substrato, nutrientes, retenção de umidade, leveza, isenção de patógenos. Composição física e química (nutrientes e relação C/N) de alguns materiais  mais comuns nas propriedades, como esterco bovino, cama de aviário, húmus de minhoca. Materiais que podem ser colocados visando maior leveza e adsorção de nutrientes e água, como vermiculita e casca de arroz semi carbonizada.
Foi feito prática de confecção de substrato orgânico junto com os participantes e também preparo de palha de arroz semi carbonizada (Kuntam) utilizando material reciclado na confecção do queimador da palha (Fig. 3).

Fig. 3. Preparo de kuntan - carbonização da palha de arroz para adição ao substrato de produção de mudas.
Aula sobre  propagação de mudas vegetativas e por sementes,  orientação de como encher saquinhos de mudas,e plantio visando não deixar ar próximo da semente e também deixando os recipientes compactos para o não tombamento quando no viveiro; para semeadura em bandejas de poliestireno (isopor), foram utilizadas bandejas de 200 células preenchidas com substrato peneirado e previamente umedecido. Foi explicado a profundidade de semeadura e também irrigação. Coletar material propagativo (estacas de ora pro nobis – dois tipos Pereskia aculeata, Pereskia bleo), propágulos de peixinho e de  nirá.
Realização de semeadura em saquinhos e bandejas (Fig. 4).

Fig. 4. Preparo de substrato e produção de mudas de PANC.
Foram abordados também alguns  problemas fitossanitários de algumas plantas alimentícias não convencionais, e técnicas de manejo do sistema produtivo,  e controle biológico, como: lagarta da capuchinha (Ascia monuste orseis) e seu controle biológico com Bacillus Thurigiensis; Ferrugem (Puccinia cnici-oleracei) do jambu e controle com diminuição da irrigação e calda bordalesa; fungo (Colletotrichumem taioba, controle retirando folhas com sintomas da área e uso de calda bordalesa se necessário.

3º Dia
Dia especial onde a colheita e preparo do alimento com amor e energia foram trabalhados, inciando com café com PANC, com a especialista em alimentação saudável chef Denize Napier.
Dinâmica: áudio: “Fazendo a Mudança” – realizada antes de servir o café da manha, os alunos foram convidados a ouvir de olhos fechados; o foco foi o encorajamento a fazerem mudança que todos sonham.
Visita ao horto botânico e colheita das plantas utilizadas no almoço pelos participantes, adquirindo novo olhar sobre alimentação.  Aplicar energia e gratidão nas plantas que serem colhidas e consumidas. Participantes foram divididos em grupos e manipularam diferentes pratos que foram servidos.
O almoço de PANC recheado de amor foi servido de forma especial ao ar livre, com mesa decorada pelos participantes com flores PANC e toalha de folhas de bananeira (Fig. 5 e 6).
Fig. 5. Aula de culinária cm PANC - almoço colhido e preparado em mutirão, orientação de Denize Napier.

Fig. 6. Almoço especial produzido pela chef Denize Napier - do CEPIC, Prefeitura Municipal de Pindampnhangaba.
Após os participantes participaram da elaboração, montagem  e fotografia de arte do 2o Seminário sobre Segurança Alimentar e Nutricional do Município de Pindamonhangaba – Fotografo Lucas Lacaz Ruiz e Isabela Franco (Fig. 1).

E teve simultaneamente a oficina de serigrafia de camisetas 'PANC' com Anna Cláudia Leite (Cacau) (Fig. 7).
Fig. 7. Estamparia de camisetas com estêncil. Por: Anna Cláudia Leite.
Finalização do curso com explanação dos projetos que acontecem na comunidade e região levando as plantas alimentícias não convencionais e a pesquisa junto com o consumidor em projetos externos com parcerias de Prefeitura, Associação e Sociedade Civil, como o ROSA – Roda de Saberes em alimentação saudável, toda segunda terça do mês na Prefeitura de Pindamonhangaba; o Projeto Saúde na Feira, onde são levadas as PANC por produtora orgânica, a pesquisa e chef especialista em PANC prepara gostosuras para degustação dos consumidores das feiras.
Reflexão final:  SEM AMOR NÃO  HÁ  VIDA

Literatura recomendada:
Livros:
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de hortaliças não convencionais/Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. Brasília:Mapa/ACS, 92 p. 2010.
CASTRO, C. M.; DEVIDE, A. C. P.  Cartilha: Cultivo e propriedade de plantas alimentícias não convencionais Disponível em:http://www.aptaregional.sp.gov.br/documentos-diversos/1706-cartilha-cultivo-e-propriedades-d-plantas-alimenticias-nao-convencionais-panc/file.html
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2 ed. rev. ampl. Viçosa: UFV, 2003.
KIEHL, Edmar José. Manual de compostagem: maturação e qualidade do composto. [S.l: s.n.], 1998.

KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas/Valdely Ferreira Kinupp, Harri Lorenzi. –São Paulo:Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.

Cartilhas Receitas com PANC.

Cozinhando com Panc Ofcina Promovendo uma alimentação de qualidade e saudável. Disponível em: https://www.sjc.sp.gov.br/media/31687/livro-de-receitas-plantas-e-alimentos-nao-convencionais-mod1.pdf


Videos:
Muito além do peso. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4
Documentários vídeo : O poder da água (completo) [Dr. Massaro Emoto]

PROGRAMAÇÃO – PANC
17/06
8:30-9:45 hs – Teórica – Local Sala de Reunião Setor Fitotecnia
- Acolhimento; nos conhecendo
- Alimento e saúde
-Cultura alimentar e histórias de vida – importância
-Introdução: energia nas plantas  - Patrícia Cairo Valdez – Vídeo Água
9:45- 10 hs – café
10- 11:00 hs- Pesquisa participativa – Percepção e conhecimento popular sobre PANC
-Biodiversidade de plantas alimentícias – aspectos de cultivo e nutricionais de plantas alimentícias não convencionais
11-12 hs – Visita ao viveiro de produção de PANC 
12-14:00 – almoço
14:00 -17:00 hs – Sistema de produção agroecológico em aléias (SAF sintrópico) – aula no campo:
- Colheita e avaliação araruta e cúrcuma
- Plantas amigas: fusão de energia –  Uso de arbóreas adubadeiras; uso de plantas com dupla aptidão (adubadeiras e colheita); uso de plantas como tutores; espécies alimentícias que se adaptam a sistemas de meia sombra.
Espécies abordadas: Gliricidia sepium; Musa paradisíaca; PANC -ora pro nóbis: Pereskia aculeata, Pereskia grandiflora, Pereskia bleo, Pereskia aculeata v. dourada; Talinum paniculatam; Sacha inchi; Maranta arundinaceae, Curcuma longa,
-Estudo da paisagem e planejamento plantio de adubação verde de inverno e próximos plantios de verão.
- Exercício percepção: Bola de energia – Patrícia Caro Valdes

18/06
8:30- Café da manha
Vídeo: “Depois não existe” – Patrícia Cairo Valdes
9:00 -12:00 hs
Substratos orgânicos – teórica: composição, formulações
Preparo de Kuntan – palha de arroz semi-carbonizada
Prática de preparo de substrato orgânico.
12:00 – 14:00 hs – Almoço
14:00 – 16:00 hs – Preparo de mudas: Preparo de mudas por propagação vegetativa: ora pro nobis (Pereskia aculeata; Pereskia bleo) capuchinha, peixinho, nirá
Preparo de mudas por sementes: almeirão,  jambu comum, jambu nazaré
16:00 -17:00 hs   - Pragas e doenças das plantas alimentícias não convencionais abordadas.
Controle alternativo – uso de calda bordalesa; sulfocálcia, Controle Biológico.
19/06
8:30- 9:00 – Café da manhã PANC – Denize Napier
Meditação: “Somos um” – Patricia Cairo Valdez
9:00-10:00 -  “Sem amor não há vida”
Visita nas áreas de pesquisa e coleta de plantas alimentícias espontâneas. Adquirindo novo olhar sobre alimentação. Colheita de plantas para almoço. Aplicar energia e gratidão nas plantas que serem colhidas e consumidas” - 
10:00 -14:00 – Preparo e degustação de almoço com PANC –  Mutirão
14:00 – 16:00
- Elaboração, montagem  e fotografia do arte do 2 Seminário sobre Segurança Alimentar e Nutricional do Município de Pindamonhangaba – Fotografo Lucas Lacaz e participantes do Modulo PANC do Curso.
“Pesquisar a natureza é se aproximar do criador” :
Projetos desenvolvidos com a comunidade: Saúde na Feira, ROSA – Roda de saberes em alimentação saudável.
Projeto Terra Beija Flor–Patricia Cairo Valdes–Despertar da consciência, Qualidade de vida, energia quântica, vivencias
16:00- 17:00 – Agradecimentos e avaliação final e fechamento.

Instrutores:
Drª Cristina Maria de Castro – Pesquisadora, APTA Polo Regional Vale do Paraíba
Patricia Cairo Valdes – Terapeuta Holística ,Reiki Master,Bioconstrutora,Espaço Tera da Cura, Projeto Terra Beija Flor, Pindamonhangaba
Denize Napier - CEPIC - Prefeitura Municipal de Pindamonhangaba
Anna Cláudia Leite - Rede Agroflorestal - Oficina de estampa de camisas


Imagens:
ANNA CLÁUDIA LEITE
ISABELLA FRANCO
LUCAS LACAZ RUIZ

7 de jul. de 2019

OPORTUNIDADES PARA RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS E FLORESTAS NA PORÇÃO PAULISTA DO VALE DO PARAÍBA

Relatório destaca o trabalho de técnicos, agricultoras e agricultores da REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA com a disseminação dos Sistemas Agroflorestais  dentre as oportunidades para restauração florestal no Vale do Paraíba Paulista.
Visita técnica e mutirão no Sítio dos Ipês, com Thales Ferreira (Cruzeiro - 03/07/2019)
citam os autores do relatório...

"As ações devem reconhecer e valorizar investidores e proprietários rurais locais que, em pequena ou média escala, já estão investindo seus próprios recursos nas atividades de restauração, sejam elas na recuperação da vegetação nativa para adequação legal ou investimentos com objetivos de uso econômico. O fortalecimento das cadeias de produção de mudas e o desenvolvimento local na economia da proximidade são também essenciais. O fortalecimento da rede agroflorestal do Vale do Paraíba, nesse sentido, pode ser o catalisador desse reconhecimento." (pg.26)

Secretaria do Meio Ambiente. São Paulo [Estado]. Oportunidades para restauração de paisagens e florestas na porção paulista do Vale do Paraíba: Plano de Desenvolvimento Florestal Territorial para a porção paulista do Vale do Paraíba. 2018. Coord. Padovezi, A. 1. ed. Porto Alegre : Ideograf, 213p.


https://www.researchgate.net/profile/Rafael_Feltran-Barbieri/publication/327041421_OPORTUNIDADES_PARA_RESTAURACAO_DE_PAISAGENS_E_FLORESTAS_NA_PORCAO_PAULISTA_DO_VALE_DO_PARAIBA/links/5b745756a6fdcc87df802978/OPORTUNIDADES-PARA-RESTAURACAO-DE-PAISAGENS-E-FLORESTAS-NA-PORCAO-PAULISTA-DO-VALE-DO-PARAIBA.pdf?origin=publication_detail

2 de jul. de 2019

10ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE e muito mais....

O melhor de ambos os mundos - (best of both worlds)
MODOS DE VIVER SUSTENTÁVEIS

Texto e participação: Thiago Coutinho - MST Pré Assentamento Egídio Brunetto, Lagoinha - SP
Participação: Mariana Pimentel - Lagoinha, Antonio Devide - APTA

Entre os dias 12 e 15 do mês de Junho aconteceu em Sorocaba-SP a 10° Conferência Internacional de Educação Ambiental e Sustentabilidade. Nesta ocasião foram reunidas diversas iniciativas socioambientais transformadoras. Estiveram presentes representantes destas iniciativas, especialistas e acadêmicos com o objetivo de pensar modos de viver sustentáveis e debater os desafios da humanidade contemporânea diante da crescente destruição ambiental e seus impactos cada vez mais factídios relacionados principalmente as mudanças climáticas.


Matéria sobre a Rede Agroflorestal gravada na APTA - Polo Regional Vale do Paraíba e no pré-assentamento Egídio Brunetto em Lagoinha, foi disponibilizada em meio digital para os participantes da Conferência (Autoria: Grão) 

Este evento foi realizado pelo SESC São Paulo em parceria com a ESALQ/USP-Laboratório de Educação e Política Ambiental (OCA) e a Universidade Federal de Alfenas UNIFAL. O SESC São Paulo têm uma cadeira no comitê da conferência e realizou o evento aqui no Brasil pela segunda vez, sendo África do Sul, EUA e Malásia outros países que também sediaram a conferência. Inserido dentro do contexto da conferência, e também realizado pelo SESC, o “projeto Ações e idéias para um Novo Tempo”, trouxe à luz, diversas experiências de transformação socioambiental no estado, e durante o evento, que durou quatro dias, os representantes destas experiências participaram de mesas de diálogos e oficinas, relacionados aos perfis em comum, puderam interagir sobre os desafios da superação dos modos de vida atuais e como suas ações estão transformando a região onde estão inseridos, e ainda como interligar tais ações e buscar novas conexões em rede, para fortalecer e criar novos projetos com maior potencial de transformação e possibilidades de transpor barreiras intransponíveis quando tais ações se encontram isoladas .
Na Conferência, Marina Marcos Valadão (OSCIP SerrAcima) fala sobre o trabalho com as catadoras de pinhão de Cunha, observada por Antonio Devide (pesquisador da APTA/Rede Agroflorestal) e Thiago Coutinho (agricultor MST Pré Assentamento Egídio Brunetto, Lagoinha/Rede Agroflorestal)

A partir do “projeto Ações e idéias para um novo tempo” foram escolhidos cinco iniciativas que deram origem a curta metragens e uma mostra temporária no Sesc Sorocaba, onde os visitantes podem acompanhar uma instalação audiovisual, com o tema; "Corpos, Territórios e Saberes: Modos de Agir e Pensar nos Ambientes”. Parte das experiências da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba foram expostas nesta mostra através do curta metragem e da participação na roda de conversa : “Agroecologia e Cadeias Produtivas” marcaram nossa participação, dando grande visibilidade ao trabalho e possibilitando criar novos elos junto a outros atores e dar seguimento nas articulações para a promoção da agroecologia, principalmente, e das pautas que a circundam, como a democratização dos bens da natureza, segurança e soberana alimentar, reforma agrária popular, pedagogia da terra e a ecologia dos saberes.


A Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, é um coletivo que desde 2012 vem disseminando os SAF’s na região, implantando módulos através de mutirões agroflorestais com vistas de compartilhar os saberes e interligar iniciativas e ações que promovam a agroecologia, bem como o resgate da cultura e os saberes populares da terra, estreitando laços entre agricultores, comunidade cientifíca, educadores, técnicos , movimentos sociais campesinos, instituições governamentais e não governamentais ligadas a ATER.

Thiago Coutinho Ribeiro fala sobre o mutirão agroflorestal no Pré-Assentamento Egídio Brunetto em Lagoinha - SP e o trabalho de resgate do milho crioulo 'palha roxa' de Cunha em Sistema Agroflorestal ao lado do pesquisador Antonio Devide da APTA - Polo Regional Vale do Paraíba.

Mariana Pimentel fala sobre o papel da mulher na construção da Agroecologia e sua atuação no resgate do feijão 'roxinho'  no Pré-Assentamento Egídio Brunetto em Lagoinha - SP em Sistema Agroflorestal

Pesquisador Antonio Devide fala das metodologias participativas adotadas no Polo Regional Vale do Paraíba - APTA/SAA para promover a articulação do ensino-pesquisa-extensão e o fomento da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba 

O panorama atual das questões ambientais em todo o mundo e principalmente em nosso país, com o atual governo, nos colocam frente a um grande desafio e com o compromisso de dar continuidade e potencializar as ações agroflorestais e em defesa da agroecologia, fortalecer as ações em territórios próximos a nossa região com maiores vulnerabilidades . Sendo assim, fica a convocação e o chamado aos atuantes parceiros agrofloresteiros da nossa querida Rede Agroflorestal que nos unamos com mais força os elos das nossas relações.


SaudAÇÕES Agrofloresteiras!!!

Imagens: Maria Cláudia Curtolo - SESC São José dos Campos