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3 de mai. de 2024

Participe da pesquisa sobre a cultura do INHAME-CARÁ (Dioscorea)

 Por

Graziela Maria Orfão Coelho (Engª Agrônoma) e Pedro Mendes Barros (acadêmico de agronomia/Unitau) - bolsistas de pesquisa Fapesp

Antonio Carlos Pries Devide, Cristina Maria de Castro, Luis Carlos Bernacci e José Carlos Feltran – Pesquisadores 

INHAME-CARÁ e os alimentos negligenciados

Mais de 7 mil espécies de plantas já foram utilizadas como alimento e embora 30 mil sejam reconhecidas como potenciais alimentícias, apenas quatro (arroz, trigo, milho e batata) concentram 60% do suprimento energético da população mundial (Padulosi et al. 2013).

Cultivos negligenciados, tradicionais ou PANC (planta alimentícias não convencionais) são denominações dadas às espécies ou formas de consumo não comuns para a maioria da população e que não entram nas estatísticas oficiais (Kinupp & Lorenzi, 2014).

Os carás de chão e do ar, que oficialmente passaram a ser denominados de inhames (Dioscorea spp.) pela Associação Brasileira de Horticultura, e que aqui será tratado por INHAME-CARÁ, estão entre as plantas negligenciadas ou PANC (Kinupp & Lorenzi 2014). A espécie Dioscorea alata (inhame, cará ou inhame-cará) é a mais difundida no estado de São Paulo, enquanto na região Norte e Nordeste seja mais comum a Dioscorea cayennensis (inhame-de-pernambuco, cará-da-costa) (Peressin & Feltran 2014). Entretanto, pouco se sabe especificamente sobre o cultivo e consumo no Leste Paulista, que abrange municípios do Vale do Paraíba, a Serra da Mantiqueira e o Litoral Norte.

O objetivo dessa consulta é levantar dados sobre o cultivo e o consumo de INHAME-CARÁ do chão e do ar (Dioscorea) por pessoas que integram a Rede Agroflorestal e outras organizações coletivas. Os dados serão utilizados para enriquecer um artigo em elaboração sobre o tema e, também, visa despertar um olhar sobre o potencial alimentício dessas espécies.

A consulta está sendo feita por meio do preenchimento de formulário eletrônico (celular, tablet ou computador). Para participar, basta aprovar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para autorizar o uso dos dados, conforme Resolução 466/2012. No link abaixo você terá acesso ao formulário:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe2SB5KjDHk3B3Qr-JKuq_SukbZ5KCdpuQ6pjQ9jWRjwvOUwg/viewform?usp=pp_url

Assim como ocorre com outras culturas alimentícias tradicionais, tais como mandioca, batata-doce, feijões, arroz e diversas PANC, as pesquisas desenvolvidas na Apta Regional de Pindamonhangaba visam levantar dados regionais das culturas e avaliar no campo de pesquisa o desempenho produtivo e a adaptação de acessos dessas plantas em sistema agroflorestal de produção.


Pesquisas em SAF agroecológico com o apoio da Fapesp

Esse levantamento integra o projeto ‘Inhames e barbascos em processo de avaliação e seleção para aumento da diversidade em cultivo e dos modos de produção’ - Processo: 21/00999-4, coordenado pelo pesquisador Dr. Luís Carlos Bernacci (Apta Regional de Pindorama), que tem, dentre outros objetivos, avaliar a adaptação de diferentes tipos de INHAMES-CARÁ a pleno sol e SAF na Apta Regional nos municípios de Pindamonhangaba, Pindorama e Monte Alegre, além da Fazenda Santa Elisa no Instituto Agronômico de Campinas  - IAC.

Na Apta Regional de Pindamonhangaba os inhames-carás estão sendo avaliados em sistema a pleno sol em aleias de flemíngia (Flemingia macrophylla), podada para adubação verde; e Sistema Agroflorestal, consorciado com capim-guatemala, manejado com poda para cobertura do solo (mulching), banana maçã BRS Princesa e uvaia (frutas), além das arbóreas eritrina (Erythrina verna) e gliricídia (Gliricidia sepium), também, avaliadas para adubação verde.

A colheita realizada no ano de 2023 contou com a participação de agricultores da reforma agrária. Na colheita de avaliação do experimento no ano de 2024, que está prevista para ocorrer entre maio e junho, será possível receber pessoas interessadas em participar das avaliações dos INHAMES-CARÁS. 

Para saber mais: antonio.devide@sp.gov.br


Bibliografia citada

KINUPP, V.F. & LORENZI, H. 2014. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil: Guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Plantarum, Nova Odessa – SP, 768pp.

PADULOSI, S.; HEYWOOD, V.; HUNTER, D. & JARVIS, A. 2011.Underutilized species and climate change: current status and outlook. In S.S. Yadav; R.J. Redden; J.L. Hatfield; H. LotzeCampen; A.E. Hall (Eds.) Crop Adaptation to Climate Change: 507-521. John Wiley & Sons, Inc. New Jersey

PERESSIN, V.A. & FELTRAN, J.C. 2014. Inhame: Dioscorea alata L. In Aguiar, A.T.E.; Gonçalves, C.; Paterniani, M.E.A.G.Z.; Tucci, M.L.S. & Castro, C.E.F. Boletim 200: Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas, 7: 215-217.

 

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