Lote 24 do casal Daniel da Silva e Raimunda de
Andrade
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chegada do pessoal, as mudas, sementes para o plantio... |
Resumo da vivência do agricultor: Daniel da
Silva realiza a produção orgânica e convencional no lote 24. Sua família tem
origem na área rural, mas trabalhou muitos anos em fábricas de Suzano/SP,
passando a integrar o MST e vindo a ser assentado em São José dos Campos, onde
vive eminentemente da agricultura de pequena escala em bases quase sustentáveis.
Anteriormente (2011), participou de trabalho promovido pelo ITESP – Instituto
de Terras do Estado de São Paulo com apoio da APTA – Polo Vale do Paraíba, realizando
o plantio de novas variedades de mandioca amarelas do IAC – Instituto
Agronômico de Campinas, ricas em vitamina A, que ainda conserva. Em 2013,
integrou o grupo de técnicos e agricultores que elaborou de maneira
participativa o projeto ‘Regeneração: religando o homem à natureza’ submetido
ao PDRS-Microbacias II, indeferido pela SMA-SP, e que está sendo conduzido de
maneira altruísta e independente por técnicos e produtores vinculados à Rede
Agroflorestal do Vale do Paraíba, agricultores vinculados ao MST – Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, APEP – Associação de Produtores Ecológicos
de Pindamonhangaba, APROVAP – Associação de Produtores Orgânicos do Vale do
Paraíba e INCRA/IBS – Instituto Biossistêmico.
Resumo do mutirão
Preparo do solo: o plantio do SAF se
deu em uma roça de
mandioca de 60 dias. A braquiária espontânea foi capinada previamente e o agricultor
já havia aberto os berços de banana (4x4m), adubados com cinzas, composto
orgânico e calcário. O solo arenoso estava bastante solto e um pouco compactado
em profundidade (20cm). O plantio se deu em linhas intercaladas com a banana. Na
linha da banana introduziram-se arbóreas frutíferas, adubadeiras (pioneiras e
secundárias iniciais) e do futuro (secundárias tardias e climácicas). Nas
entrelinhas, contendo a mandioca, intercalou-se uma linha central de cana
alternada com margaridão. A adubação verde foi misturada em coquetel e
adicionada nos berços de banana, florestais e entrelinhas de mandioca. Ainda
plantou-se taro (Colocasia esculenta),
araruta ou açafrão nos berços de banana.
Avaliação: positiva, os
grupos trabalharam de maneira mais organizada porque o plantio foi facilitado
pelo agricultor Daniel, que já havia planejado previamente o sistema e aberto os
berços para o plantio das bananeiras BRS Conquista e IAC 2001 (prata).
Visita
à propriedade: após a troca de sementes foi feita uma visita à propriedade.
Cota abaixo do SAF instalado, observamos o bananal decadente em meio a forte
estiagem, porém, conservando o ambiente úmido com vegetação de sombra, muitas
taiobas e major gomes (PANCs – Plantas Alimentícias Não Convencionais), sendo
esse um local ideal a ser convertido em SAF, dado o farto material orgânico da
bananeira para adubação verde (bananagel). Adiante, contornando a estrada que
passa logo abaixo, a roça de maracujá solteiro, ainda com herbicida. Sugeriu-se
plantar o amendoim forrageiro (Arachis
pintoi), tendo em vista que controla as plantas invasoras indesejáveis,
aporta nitrogênio por meio da simbiose com bactérias que fazem a nodulação nas
raízes, descompacta camadas sub-superficiais do solo adensadas, melhora a
infiltração da água no solo e combate a erosão. Adiante, visitou-se a horta
orgânica, que mistura hortaliças convencionais e PANCS. O sistema elaborado
pelo próprio agricultor para captação de água e irrigação deveria servir de
exemplo para todos os demais assentados, especialmente, para àqueles que não
dispõem de água na propriedade. Daniel desenvolveu
um sistema de fertirrigação por aspersão muito simples e de fácil manejo. A
água é captada por meio de mangueira a 500m de distância, abastece um
reservatório, é bombeada para uma caixa d’água no alto do morro e segue para
irrigação. Uma vez por semana adiciona em outra caixa de passagem menor o
esterco de aves dentro de um saco de cebola, que permanece submerso por dois
dias. A mistura é coada e bombeada para a caixa maior no alto do morro e segue para
a fertirrigação. Quando há pragas, adiciona à caixa de passagem uma planta de
mamona picada no mesmo saco, deixando de molho e seguindo o mesmo tratamento de
aspersão. Ainda que seja aspersão convencional, cujo uso da água é abundante,
Daniel relata que não precisa fazer muitas irrigações na semana, porque o uso
de composto e a adubação orgânica via fertirrigação deixa as plantas mais
resistentes à seca. Seu interesse pelo SAF está relacionado à
necessidade de aperfeiçoar a fruticultura (banana e citros, principalmente),
combater o fogo com quebra ventos, conservar o solo, criar um ambiente mais
agradável e substituir os insumos químicos para um sistema mais equilibrado.
Tecnologias
em debate: revisitaram o plantio em mandala, separaram as mudas para o plantio,
porém, não houve facilitador e interessados em vivenciá-la.
Troca
de sementes: após a reunião de avaliação/confraternização realizou-se
a troca de sementes e de fascículos da Revista Agriculturas da AS-PTA (Acessoria
de serviços e Projetos em Tecnologias Alternativas), também, disponível no
endereço eletrônico,
<http://aspta.org.br/revista-agriculturas/>
Disponibilizadas
pela APTA – Vale do Paraíba, os agricultores levam as revistas para suas casas
comprometendo-se em realizar a leitura, muitas vezes com a ajuda dos filhos em
função da baixa formação escolar, depois realizam a troca e os relatos dos
novos aprendizados.
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Troca de sementes e revistas |
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