14 de jun. de 2019

ACONTECEU: Manejo da Floresta Comestível: Preparando Canteiro

Com Thales Ferreira, do O Despertar do Gigante, e Renato Suiní.
Thales Ferreira é a terceira geração que maneja a terra no Sítio dos Ipês, em Cruzeiro. Após graduar-se em Biologia, decidiu permanecer na terra de seus antepassados como agricultor agroflorestal com objetivo de restaurar a paisagem, produzir alimentos saudáveis e formar um centro de vivência de páticas alternativas. 
Thales Ferreira (camisa branca ao centro) apresenta pra agricultores familiares, técnicos da SAA-SP, educadores e educandos os sistemas agroflorestais no Sítio dos Ipês, em Cruzeiro - SP em vivência promovida pelo Projeto Vitrine Agroecológica (APTA/SAA) em 31/05/2017.

Imagem: SESC Taubaté
A atividade inicial aconteceu de 09/03/2019 a 10/03/2019 no Sesc Taubaté. 

No primeiro encontro Thales Ferreira trabalhou as questões da importância das áreas verdes, sucessão ecológica, produção de alimentos, integração econômica – pedagógica – saúde e segurança alimentar. 
Nos próximos encontros trimestrais serão realizados o manejo da Floresta Comestível, tendo como base a agroecologia e práticas pedagógicas. 

AÇÕES DO SESC SP
As atividades promovidas pelo SESC fazem parte da celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho), em que todo o mês o Sesc São Paulo será palco de reflexões, trocas de ideias e experiências sobre temas socioambientais, por meio de uma programação especial que integra o projeto “Ideias e Ações para um Novo Tempo”, iniciativa vinculada ao programa de Educação para a Sustentabilidade, mantido pela instituição. O projeto traz cerca de 200 atividades, distribuídas entre as 40 unidades do Sesc no estado de São Paulo.
O “Ideias e Ações para um Novo Tempo” é um projeto permanente, criado em 2012, com ações realizadas durante todo o ano nas unidades do Sesc no estado de São Paulo. Tem como objetivo identificar iniciativas que conciliam aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais nos seus modos de vida, produção e trabalho, além de compartilhar práticas, saberes e experiências socioambientais voltadas ao cuidado com o ambiente e com as pessoas, associadas ao desenvolvimento do território local.

ACONTECEU

Curso:

 Sistemas de Produção Agroecológica com ênfase em Agroflorestas: 

Teoria e Prática na construção da Rede Agroflorestal


O público variado abrangeu sitiantes, amantes da agroecologia e dos sistemas agroflorestais bem como sensibilizou pessoas que nunca haviam experimentado essa interação com a natureza através do manejo participativo de SAF e da degustação das PANC
Por: Antonio Carlos Pries Devide - pesquisador APTA e Denize Napier - CEPIC
Resumo:
Proporcionar a vivência em Agroecologia com visita ao Projeto Vitrine Agroecológica no Polo Regional Vale do Paraíba com oficina de manejo agroflorestal e degustação de PANC – plantas alimentícias não convencionais. Na parte teórica, apesentar questões técnicas relativas à produção agroecológica e abordagem filosófica das bases epistemológicas da Agroecologia, memória biocultural e o relato da experiência da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba.


Programação:
- Módulo 1 - Data 08/06/2019 – Horário: 8:00h as 12:00h (Total: 04 horas)
Local: Polo Regional do Vale do Paraíba – APTA/SAA
Resumo: Vivência em Agroecologia com visita ao Projeto Vitrine Agroecológica no Polo Regional Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba/SP. Apresentação do projeto com visita monitorada aos sistemas de produção agroecológica em áreas experimentais e oficina de manejo agroflorestal com degustação de PANC – plantas alimentícias não convencionais. Conteúdo técnico: produção agroecológica, cultivos de cobertura, rotação de culturas, cultivo mínimo e plantio direto, manejo de plantas rizomatosas e tuberosas tropicais com ênfase em plantas alimentícias não convencionais – PANC, sistemas de produção - alley cropping, agrossilvicultura tropical e sistemas agroflorestais – SAF regenerativos.



Aula prática em sistema agroflorestal - explicação da função da gliricídia (árvore leguminosa multiuso - adubadeira da bananeira, moirão vivo e tutor para cará moela/verão e fava/inverno).
Aplicação do Método Aprender Fazendo: plantio de mandioca. NA sequência, a gliricídia (árvore leguminosa) será podada para aumentar a luminosidade e aportar adubação verde.
Visita aos módulos de pesquisa participativa em agroflorestas para restauração de mata ciliar - dois módulos foram instalados em mutirões nos anos de 2013 e 2014 (SAF Mudas - implantado com mudas de árvores e SAF Sementes - implantado com coquetel de sementes arbóreas).
Dinamização de biofertilizante Agrobio após a adição de coquetel de micronutrientes.
Almoço com PANC - do mato ao prato 
Os pratos foram preparados e explicados pela chef Denize Napier (CEPI - Centro de Práticas Integrativas e Complementares/Prefeitura de Pindamonhangaba), como parte do projeto Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional, coordenado pela pesquisadora Cristina Maria de Castro (APTA/SAA)









- Módulo 2 - Data 11/06/2019 - Horário: 19:00h as 22:00h (Total: 06 horas)
Resumo: Abordagem filosófica - Energia quântica e bioenergia: o UM e a agrofloresta. Crise socioambiental e conversão agroecológica. As bases epistemológicas da Agroecologia. Memória Biocultural. Introdução aos Sistemas Agroflorestais.
- Módulo 3 - Data 12/06/2019
Resumo: Abordagem Tecnológica - Manejo ecológico do solo. Implantação e manejo de sistemas agroflorestais – SAF. Avaliação rápida e prática de sistemas agroecológicos de produção. Abordagens participativas para o desenvolvimento local: a experiência da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba.
Duração total: 10 horas


Imagens fornecidas por: cidafonrib@gmail.com

11 de jun. de 2019

Relato de atividade do Curso de longa duração: Capacitação pedagógico-profissional em agroecologia


Tema do primeiro módulo
SISTEMAS AGROFLORESTAIS: TEORIA E PRÁTICAS DE MANEJO
Local: Setor de Fitotecnia do Polo Regional Vale do Paraíba

Coordenador instrutor – Dr. Antonio Carlos Pries Devide – Pesquisador




O primeiro módulo do Curso aconteceu nos dias 04, 05 e 06/06/2019 e reuniu 15 participantes de diversas origens. Com duração de 24 horas, foram abordados os sub-temas:
- Agroecologia
- Extensão versus Comunicação
- Energia 
- Sistemas de produção agroecológica: planejamento, implantação e manejo
- manejo de leguminosas arbustivas em alley cropping
- culturas de cobertura e adubação verde
- cultivo mínimo e plantio direto
- fertilizantes e corretivos
- produção e uso de biofertilizante e composto orgânico
Mecanização da roçada de guandu (adubo verde) em Sistema agroflorestal.


Construção da Agroecologia:

Por uma agricultura...


Socialmente justa
Culturalmente aceita
Economicamente viável
Ambientalmente correta
Energeticamente eficiente
Tecnologicamente adaptável
Politicamente revolucionária

Métodos participativos

Métodos participativos utilizados no Projeto VITRINE AGROECOLÓGICA promovem a integração social com a indução do aprendizado (questionamentos aos participantes) em atividades teórico-pática 'APRENDER FAZENDO'. 

O Livro 'Comunicação ou Extensão?' de Paulo Freire faz um paralelo sobre a necessidade do diálogo nas relações de um agrônomo que valoriza e busca aproximar o saber popular do saber científico. 
A proposta do curso se baseia na pedagogia da alternância, de Freire, para que os participantes experimentem em suas realidades os aprendizados gerados na troca de experiências, noa cesso às pesquisas desenvolvidas na APTA.
Retornando ao grupo, esses atores podem relatar os resultados e ir aperfeiçoando o trabalho nas propriedades rurais ao adquirir/trocar novos conhecimentos.

Abordagem energética

Os conhecimentos sobre agrofloresta e sobre a vida demandam a abordagem energética.  Todos os seres estão ligados pela energia (Campo Universal) que envolve todas as relações no planeta: animais, vegetais e minerais.
Foram abordadas diversas obras científicas, linhas filosóficas e espirituais.

- Encíclica Laudato si' (2015): o Papa Francisco nos pede para refletirmos sobre os males causados a Terra pela ação humana em busca do poder e do progresso econômico. 
Representa um apelo à proteção da “casa comum”, pela união da família humana para o desenvolvimento sustentável e integral. 
Esse documento propõe um novo estilo de vida e critica o uso irresponsável dos bens de Deus, ressaltando as doenças no solo, na água, no ar e nos seres vivos.


Hipótese de Gaiacientista James E. Lovelock  ressalta que a Terra é um organismo vivo em que biosfera e os componentes físicos [atmosferacriosferahidrosfera e litosfera
estão integrados em homeostase (equilíbrio dinâmico). 
Um distúrbio em uma região (p.ex.: seca acentuada) é compensado por outro distúrbio de proporções semelhantes em oposição (p.ex.: excesso de chuvas) em outra parte do planeta.


- AntroposofiaFilósofo, educador, artista e esoterista, Rudolf Steiner (1861 —1925) fundou a Antroposofia, a Pedagogia Waldorf, Agricultura biodinâmica e a Medicina antroposófica. 
Dedicado à Organização Social, Agricultura, Arquitetura, Medicina e Pedagogia CurativaFarmacologia e no tratamento de crianças com a Síndrome de Down; Steiner utilizou a Antroposofia como método Pedagógico: 'Estudo profundo e metódico para revelar no homem o Divino adormecido para o alcance de um conhecimento supra-sensível da realidade do mundo e do destino humano'. 
Seus preparados biodinâmicos misturam cristais, plantas e a dinamização (energia) aliada a influência dos astros. Steiner cita o poder da planta Urtiga, que irradia energia curativa ao redor de seres humanos e de outros vegetais.
Rudolf Steiner - criador dos preparados biodinâmicos.




'Impulsos Criativos da Evolução': Dr. Jorge Andréa, em seu livro defende a tese de que o mineral possui a vida tal como o vegetal e o animal, com base em dois princípios: 
Princípio Unificador: a essência que preside as formas e o metabolismo da flora e da fauna também existe no mineral.

Princípio Inteligente: o eixo energético vibracional cria um campo de agregação com forças de atração e coesão, a determinar a condensação nos átomos e arrumações moleculares.

- Evoluindo a mente ''Evolving the mind': o bioquímico Cairns Smith (1960) defende em seu livro que a argila está em constante mudanças ligadas ao ambiente, que permitem condições de transmutação do inorgânico em orgânico.


- Origem da Vida 'Origin of Life': a Pesquisadora da NASA Lelia Coyne defende no livro que a vida na Terra começou na fina argila primitiva. 

Na análise microscópica, Coyne comprovou que os cristais se organizam de maneira semelhante às estruturas vivas, se autoduplicam, aceleram reações químicas e servem de catalisadores.

- 'A Vida Secreta das Plantas' (1976): Peter Tompkins e Christopher Bird, com esse livro, apresentaram os resultados de inúmeros experimentos e pesquisas realizadas por cientistas de diversas partes do mundo, comprovando que as plantas leem nossas vibrações a ponto de prever ações humanas. Clive Backster foi o cientista pioneiro que utilizou o polígrafo para detectar essas respostas das plantas.
Investigador Clive Backster e o polígrafo que capta a resposta energética as plantas (1960).


Como exemplo, os trabalhos do pesquisador indiano Jagadish Chandra Bose 'Plant response as a means of physiological investigation'.



- 'Manejo Ecológico do Solo': autora do maior tratado de manejo de solos tropicais, a pesquisadora Ana Primavesi revela em estudos avançados o campo eletromagnético das plantas cultivadas no manejo orgânico em comparação ao de plantas convencionais. 
Por meio da fotografia Kirlian, o campo eletromagnético mais denso é indício dos benefícios  da matéria do solo. O mesmo é comprovado por Kijano-Krugüer e Câmara com preparados biodinâmicos que expandem o campo energético das plantas.

Artigo revela o campo eletromagnético de discos foliares de batata yacon em função da adição de preparados biodinâmicos (esquerda) e de agricultura convencional (direita).

- Massaru Emoto, pesquisador oriental, comprovou o efeito dos nossos sentimentos sobre a molécula de água. Boas vibrações formam cristais perfeitos ao congelar gotículas de água.  Quando ampliados, esses cristais revelam novos cristais idênticos no centro e assim sucessivamente, caracterizando um padrão fractal (ao infinito) da interferência de boas vibrações. O mesmo ocorreu em água pura de nascente e de rios preservados. 
Mas, isso não ocorreu quando as vibrações eram ruins ou a água estava poluída.
Fazendo um paralelo, os tecidos vegetais e animais são constituídos basicamente de água (98% em tomate, 70-80% em um ser humano) e estão sujeitos á interferência da vibração eletromagnética humana.  Cuide de seus cristais!!! Vibre positivamente, sempre!!!

Memória Biocultural

Charles Clement defende a teoria da domesticação da Amazônia há mais de 10.mil anos. Ao verificar que sítios arqueológicos chamados Terra Preta de Índio (TPI) apresentavam solos de alta fertilidade que fogem ao padrão da região, com resíduos de cerâmica, carvão e microrganismos benéficos para as plantas. Esses sítios estão associados a distribuição dos castanhais (Bertholetia excelsea) ao longo de grandes rios da região.  
As milhares de áreas de Terra Preta de Índio (TPI) na Amazônia são consideradas antrópicas e atualmente, há uma sociedade internacional que tenta recriar esses solos através do Biochar (biocarvão).
Latossolo (esquerda) de baixa fertilidade natural predominam na região amazônica e Terra Preta de Índio de alta fertilidade em sítio arqueológico (direita) (Rezende et al., 2011). 


No Vale do Paraíba do Sul, Conceição e Conceição (1990) verificaram a presença de diversos sítios arqueológicos com TPI nos municípios de Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Roseira, aparecida, Guaratinguetá, Canas, Paraibuna e Ubatuba, com mais de 7.mil anos de idade.
Sítios arqueológicos, urnas funerárias e solos antropogênicos TPI no Vale do Paraíba Paulista (Lopes, 2014).


O modelo de agricultura que gerou esses solos férteis devem ser estudados sob o ponto de vista da inserção do ser humano nos sistemas agroflorestais.


Conservação do solo 

Culturas de cobertura de verão (crotalária, sorgo, guandu e outras) e inverno (aveia, chícharo, tremoço e outras)
O manejo dessas espécies em sistema de cultivo mínimo e plantio direto conservam as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (fertilidade integral).
É necessário preservar a cobertura de matéria orgânica que protege o solo. 
Cultivo em faixas (alley cropping) com flemíngia, guandu, tefrósia, capim guatemala, cana-de-açúcar, boldo e margaridão.
Essas  espécies devem ser cultivadas como vegetação de borda em sistemas agroflorestais, especialmente em matas ciliares em restauração. O objetivo é evitar o efeito de borda no interior do SAF, para evitar a insolação, os ventos fortes, a entada de sementes de plantas indesejáveis como a braquiária e preservar a umidade.
Visitada faixa de cultivo de feijão que recebeu matéria orgânica da poda de flemíngia e adubação no solo com biofertilizante líquido biossolo.
Poda de flémíngia (cerca viva) para adubação verde na faixa de cultivo.

Lavoura experimental de feijão em sistema de aleia com adubação verde da poda de flemíngia recebendo biofertilizante líquido diretamente no solo.


ATIVIDADE PRÁTICA - plantio de faixa com cultivo de girassol consorciado com aveia branca (três linhas de aveia branca IAC-07 para duas linhas de girassol Multissol).


Nutrição de plantas 

ATIVIDADE PRÁTICA: produção do biofertilizante Agrobio, por meio da adição de micronutrientes e a dinamização, com uso como biossolo em lavoura de feijão na [15%].



Dinamização de biofertilizante líquido.


O uso de calcário agrícola foi apontado pelos participantes com questionável, por possibilitar a dissociação da argila (partícula fina) que assim, pode migrar no solo e reduzir os microporos, gerando um quadro de adensamento sub-superficial.

Aleias

Semeadura de culturas de cobertura: girassol e aveia branca, para cobertura do solo no inverno.
Semeadura em solo com cultivo mínimo sobre crotalária juncea.

Sistemas agroflorestais

Com orientação para aplicar o método rápido e prático de avaliação de indicadores de sustentabilidade, os participantes interagiram com seis módulos agroflorestais: SAF Pupunha, SAF Acácia, Guapuruvú e frutas nativas (hospedaria), SAF Macaúba, SAF Olho d'água Mudas, SAF Olho d'água Sementes e SAF Olho d'água Misto (mudas + sementes arbóreas). 


Manejo de poda e colheita de mamona em SAF Macaúba: ênfase no preparo do sistema para o plantio de experimento de mandioca. 
O sistema agroflorestal tem o foco na pesquisa do desempenho de oito variedades de bananas alternadas com gliricídia; do cultivo da macaúba, cambucá e araribá.
A mandioca foi plantada em fileira dupla nas entrelinhas de banana com duas variedades: IAC 576-70 (amarelinha = 400 U.I. de vitamina A por 100 g de polpa fresca de raízes) e IAC 6-01 (Vitaminada = 800 U.I. de vitamina A por 100 g de raízes).
ATIVIDADE PRÁTICA: poda da mamoneira Paraguaçu e colheita dos cachos.
A matéria lenhosa foi disposta rente ao solo e recebeu por cima a matéria herbácea, direcionada para a bananeira e árvores frutíferas.
SAF Macaúba - poda da mamoneira para adubação verde de banana e fava associada com gliricídia e pre-preparo para plantio de culturas em associação: mandioca nas entrelinhas e cará moela no verão substituindo a fava.

Trabalho em mutirão com rica troca de informações.

Matéria orgânica nas plantas de interesse: frutas nativas (cambucá e outras nativas) e bananeira.





Posteriormente, serão plantadas duas linhas de mandioca ao lado da linha central (macaúba, araribá, cambucá dentre outras espécies nativas), e será realizada a poda na gliricídia. Foi colhido o palmito da bananeira para preparo de refeição.


https://www.facebook.com/cacau.leite.5/videos/2207445916006464/?fref=hovercard&hc_location=chat
Beneficiamento do pseudo-caule para extração do palmito.

Finalizando a extração do palmito da bananeira.

Manufatura do palmito de bananeira (limpeza e molho no vinagre).

Implantação de SAF regenerativo de mata ciliar em área de brejo: ênfase na produção de banana, açafrão e frutas nativas. 
A restauração da mata ciliar pelos produtores rurais e agricultores e agricultoras familiares demanda a geração de renda, para que esses atores adequem suas propriedades de maneira voluntária. A APTA pesquisa modelos de SAF que possam restaurar o ambiente e manter a produção estável ao longo dos anos. 
A nova área de pesquisa foi instalada no redor da nascente Olho d'água e ao longo do curso. 
No início, ameija-se a produção intensiva de açafrão no sub-bosque, de bananas nos primeiros dez anos, e de frutas nativas no futuro.
ATIVIDADE PRÁTICA: bananeiras foram espaçadas 4,0x 3,0m. Na linha, entre as bananeiras, plantou-se juçara com sesbânia. Nas entrelinhas alternou-se espécies nativas para a poda (rápido crescimento), espécies frutíferas nativas e exóticas, espécies florestais nativas do futuro (não pioneiras), alternadas com mamona Paraguaçu a cada 5m.
No entorno do olho d'água em relevo em transição entre ondulado e plano a terra de cor escura indica a abundância de matéria orgânica em ambiente de alta umidade.
Três linhas de cada lado da fileira de árvores foram semeadas com aveia branca e açafrão. A aveia deve crescer rápido cobrindo o solo até que o açafrão inicie sua germinação.
Implantação de SAF Regenerativo de olho d'água (APP) com frutas nativas, ênfase na juçara (Euterpe edulis).

Indicadores de sustentabilidade 

O levantamento de indicadores de sustentabilidade por métodos rápidos e práticos possibilitou aproximar os técnicos e agricultores, que analisaram juntos quatro SAF:
- SAF Pupunha
- SAF Acácia, Guapuruvú e frutas nativas (hospedaria)
- SAF Macaúba
- SAF Olho d'água Mudas
- SAF Olho d'água Sementes
Ao final, elaboram gráficos que facilitaram a análise das prioridades e, assim, teceram recomendações para o manejo de cada sistema.


Visita ao SAF implantado com dois sistemas: com mudas e sementes florestais, para coleta dos indicadores de sustentabilidade.
Na caminhada aos SAF realizou-se, em dois dias, a coleta de indicadores de sustentabilidade. Foram avaliados os seguintes parâmetros: 1) Resistência do solo à penetração de uma haste de ferro (DS); 2) Reação da matéria orgânica do solo a água oxigenada (MO); 3) Contagem de organismos vivos na camada superficial do solo (0-20 cm) (OV); 4) Taxa de cobertura do solo pela projeção do dossel da vegetação (TC); 5) Situação visual fitossanitária e nutricional das espécies âncoras de maior valor econômico (VA); 6) Quantidade e qualidade da vegetação espontânea (VE) (Figura 20) (Devide et al., 2013).
Presença frequente de orquídea terrícola [
 (Lindl.) Lindl.
] considerada rara em áreas perturbada
indicando o estágio avançado de restauração ambiental.


Coleta de solo indeformada para análise de microrganismos, verificação de macrofauna e taxa de cobertura do solo.

Coleta de solo indeformada para avaliar atividade microbiológica
Reação dos diferentes solos de agroflorestas para estimar atividade microbiológica com reação da água oxigenada.


Gráficos gerados com indicadores de sustentabilidade: método rápido e prático.


Alimentação 

Alimentação colaborativa preparada principalmente com ingrediente dos SAF (açafrão, PANC folhosas, diversas, bananas, limão, palma - Opuntia, cará-do-ar, arroz com jambu, palmito da bananeira e outros pratos), da produção familiar do assentamento de reforma agrária Conquista.  
Coleta de palma (PANC) para o preparo de um refogado super nutritivo.




Faça o que puder
Com o que tem 
Onde estiver 

Imagens: Anna Cláudia Leite

Referências bibliográficas:










  • Conceição & Conceição, 1990.
  • Lopes, M. 2014. Ocupação Tupinambá no Vale do Paraíba Paulista: Vista a Partir da Análise do Sítio Arqueológico Santa Maria. Dissertação, USP - Programa de Pós-graduação em Arqueologia.
  • REZENDE, E. I. P.; ANGELO, L. C.; DOS SANTOS, S. S.; MANGRICH, A. S. Biocarvão (Biochar) e Sequestro de Carbono. Rev. Virtual Quim., 3(5), 426-433, 2011.