RELATO
DE CASO
MUTIRÃO
AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO OLGA BENÁRIO
Sítio da família de ROSEMEIRE FIRMINO
DE JESUSTREMEMBÉ/SP
Data: 12/11/2014 (quarta-feira)
Horário: 8-17h
Resumo da vivência do agricultor: a família de Rosemeire Firmino realiza a produção de subsistência
em seu lote de reforma agrária, criam algumas cabeças de gado em áreas
específicas, que estão cercadas. Rosemeire relatou que adequou à área destinada
ao plantio do SAF e que deixou a faixa de mata nativa intocada nas terras
baixas, conforme orientação técnica, que é onde realiza a captação de água em
uma cacimba. Recentemente teve um problema com um vizinho que destocou a mata
ao lado (está fora da área do assentamento) e queimou. Mesmo denunciando, não
houve fiscalização. Assim, teme que a continuidade da degradação ocasione a
queimada de sua mata nativa (reserva legal) e consequentemente seque sua
nascente, que está preservada.
Confraternização e apresentações.
Resumo do mutirão
Preparo do solo: a área inicialmente escolhida para o plantio do SAF foi roçada e
era a mesma em que o rebanho bovino pastava, situada cota acima da nascente,
demandando o bombeamento elétrico da água para irrigação. Como adequou o uso do
solo, cercou a área para o SAF. Rosemeire informou que o gado passaria para
outra área ao lado e que forneceria o complemento alimentar no cocho. Em comum
acordo, após um debate de ideias com os participantes do mutirão, decidiu-se
por fazer a implantação do SAF mais próximo da nascente da propriedade, cuja
intervenção está amparada por lei, para incrementar a recuperação ambiental e
assim promover serviços ambientais para si, o meio ambiente e a sociedade como
um todo.
Sistema Silvopastoril:
realizou-se um debate para a readequação do local inicialmente destinado ao plantio
do SAF e optou-se por elaborar um sistema silvopastoril para o local. O sistema
consiste do plantio de linhas de árvores leguminosas (leucaena, ingás, anjicos,
eritrinas e outras leguminosas cujas mudas foram disponibilizadas pelos
participantes), em consórcio com espécies arbustivas (guandu, flemíngia,
tefrósia e outras) em linhas (faixas de 2m de largura) equidistantes cerca de 5
a 10m entre si. Ou seja, faixas estreitas de árvores alternadas com faixas
largas de forrageiras. Entre as faixas arbóreas (aléias), o cultivo anual de
cana, capim Napier, outras gramíneas forrageiras ou mesmo mandioca amansa, por
um ou dois anos, se possível, consorciado com cultura anual (feijão de corda,
abóbora e outras). O material forrageiro deverá ser consorciado com as
leguminosas trepadeiras (ex.: mucuna ou lab-lab), sendo que deste último se
obtém as vagens verdes e os grãos secos para o consumo humano. O material
cortado deverá ser fenado ou ensilado e fornecido como suplemento alimentar. Após
o período, tendo as árvores se desenvolvido acima de 2,0m de altura, libera-se
a entrada do gado para o pastejo. O solo está recuperado e há alimento de
qualidade no inverno para o rebanho e no local.
Exemplo de sistemas silvopastoril em Matanzas, Cuba, implantado há um ano. No fundo, leucena, gliricídia e moringa - gado pardo suisso
Sistema Silvopastoril na Estação de Pastos e Forragens Índio Hatuey, Cuba - leucena adulta e pastejo.
Divisão dos grupos e definição participativa do SAF.
Irineu na seleção de mudas nativas e exóticas - frutíferas, de crescimento rápido (pioneiras) e lento (secundárias e climax), Michele e Cristina.
Abertura de fileira de cana com adubação verde - Rosemeire Firmino, Maria Lucia e Regiane.
Avaliação: positiva, os grupos trabalharam de maneira organizada. Faltaram
mudas de banana, que foram retiradas parcialmente do próprio local. Diurene
Paulino e Valdir Martins levaram sementes para a troca.
Avaliação participativa e preparativos para a IV Feira de Sementes de Cunha/SP.
Diurene Paulino com sementes de feijão de porco para troca e compartilhar com próximos mutirões.
Visita
à propriedade: após a avaliação e almoço, realizaram-se
visitas a área do Seo Geraldo/Dona Ana, que já podem realizar o desbaste
(milho, principalmente) e o plantio consorciado de quiabo nas entrelinhas. A
outra propriedade da Dona Vera, que se encontra acamada, necessita do apoio dos
companheiros para o manejo. Seu SAF está à espera do manejo, impossibilitado
devido o frágil estado de saúde, que é grave!
Tecnologias
em debate: conheceram o silvopastoril e
revisitaram as PANC.
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