8 de fev. de 2023

Cultivos agrícolas sustentáveis como proposta de Serviços Ecossistêmicos e o resgate cultural no Vale do Paraíba (SP)

 Autora: Renata Egydio C.C. Manço.

Em 2019, fotografando e ajudando nos relatórios do Projeto FAPESP 2018/17044-4 que estava sendo desenvolvido o Vale do Paraíba, sob o título - Avaliação de Crescimento e Produção de Espécies Florestais Nativas e Culturas Usando Modelos 3-PG e YieldSafe, coordenado pela Prof.ª Dra. Maria Teresa V. N Abdo, conheci as agroflorestas do Vale e a REDE AGROFLORESTAL. Me apaixonei pelos Sistemas Agroflorestais (SAF). Minha frase predileta é: A AGROFLORESTA É A MAIS SUSTENTÁVEL DE TODOS OS CULTIVOS.

 
Imagem de plantio de guanandi (Calophyllum brasiliense) do Viveiro de Mudas Mata do Vale - Lagoinha, que apoiou o projeto recebendo a equipe para determinação de carbono nas árvores (2022).

Rabisquei um projeto e fui tentar fazer um doutorado (terceira tentativa) na Universidade de Araraquara (UNIARA), por possuir um Programa em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, multidisciplinar e aceitar uma jornalista estudando SAF. Tenho como orientador o Prof. Dr. José Maria Gusman Ferraz e coorientadora a Dra. Maria Teresa, a grande incentivadora desse projeto.

Orgulhosíssima por nascer e estar novamente vivendo num "Vale Agroflorestal", diferente de todas as outras regiões desse País, queria conhecer melhor os SAF, os agrofloresteiros, os cultivos, o que mudou na vida dos agricultores e agricultoras que mudaram para esse tipo de cultivo e a partir dessa transição, identificar os serviços ecossistêmicos gerados, visando sugerir políticas públicas com vista ao fortalecimento da agricultura familiar, segurança alimentar e segurança hídrica, resgatados pela preservação e incentivo de plantio de espécies da Mata Atlântica nos sistemas de cultivo local.

Equipe de trabalho determinando a fotossíntese em cúrcuma no sub-bosque de um SAF na APTA Vale do Paraíba em Pindamonhangaba (2022).

Para essa pesquisa vou utilizar os dados do Questionário do Plano de Ação da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba (2021), elaborado com apoio do WRI, para caracterizar e mostrar a evolução dos SAF no Vale e fazer uma linha do tempo de 2011 até 2021, com ajuda de fotos de satélite e dos mapas da rede MapBioma de Mapeamento.

O Plano de Ação da Rede Agroflorestal é o documento que baliza a estruturação da Rede para fortalecer os SAF, a agricultura familiar e a agroecologia no Vale do Paraíba.

Além disso, como o projeto FAPESP 2018/17044-4 ajudou com insumos 35 agricultores que estavam implantando SAF durante a pandemia de Covid-19, esses atores fazem parte do meu “universo amostral” para aprofundar minhas pesquisas. Em São Luiz do Paraitinga, serão abordados 12 pequenos proprietários rurais que utilizaram como técnica de reflorestamento o plantio direto de mudas e tiveram acompanhamento e capacitação da SIMA - Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente ppor meio do Projeto Conexão Mata Atlântica. Em Lagoinha, serão entrevistados 15 agricultores do Assentamento  Egídio Brunetto que usaram a técnica da muvuca de sementes para a formação dos SAF, com o auxílio da Rede Agroflorestal e, em Cunha serão 8 agricultores que fazem parte da Associação de Produtores de Cunha (APAC) que foram preparados e acompanhados pela OSCIP SerrAcima para a transição agroecológica, e fizeram plantio direto de mudas em encostas de morros.

Essa pesquisa tem três vertentes:  o estudo dos Serviços Ecossistêmicos (SE) em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); O resgate cultural, onde será pesquisado a utilização da produção dos SAFs implantados nas três cidades na alimentação, na comercialização e beneficiamento e, será avaliada as percepções dos agricultores frente a todas as mudanças ocorridas nessa transição agroecológica.

Equipe do projeto na APTA Vale do Paraíba em Pindamonhangaba - SP (2022).

Para fazer todas as análises elaborei dois roteiros de entrevistas, um para os 35 agricultores e o outro para os técnicos que acompanharam o desenvolvimento dos SAFs. Com as respostas dessas entrevistas e os dados liberados pela Rede Agroflorestal e pelo Projeto Conexão Mata Atlântica muitas análises serão feitas, destacando a análise multivariada, que é uma técnica analítica que usa informações de várias fontes, simultaneamente, para obter uma imagem mais completa e mais otimizada do ambiente e mostrar a interdisciplinaridade existente entre todas essas questões.

No final do trabalho e com os dados analisados a ideia é elaborar uma proposta de política pública municipal para o fluxo da produção dos SAFs e, um livro de receitas com produtos agroflorestais, da cultura local.  Preciso da ajuda de vocês!!!!!

Renata Egydio C. C. Manço, autora da pesquisa é jornalista científica e trabalhou na assessoria de imprensa da CETESB e depois no Comitê de Bacias do Rio Paraíba do Sul. Em 2018 encontrou a Dra. Maria Teresa numa reunião do Comitê e logo começou a participar do projeto que ela coordenava no Vale do Paraíba.


Imagens: Renata Egydio e Antonio Devide

Revisão e edição para o blog: Antonio Devide - pesquisador da APTA Regional de Pindamonhangaba

3 comentários:

  1. Bom dia!
    Prezados, gostariamos de saber a respeito da possibilidade de realizarmos uma parceria entre a JGIM e a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, nessa parceria o intuito seria que a nossa empresa, JGIM, realizasse posts completos e com autoridade a respeito do agroflorestal para alimentar o blog da SIAMA, em contrapartida a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba teria apenas de citar o nome da JGIM utilizando backlinks. Estamos visando a melhoria de nosso sistema SEO e queremos compartilhar nosso conhecimento técnico com mais pessoas.

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