Mutirão Agroflorestal e Reunião Técnica para o fortalecimento dos produtores agroflorestais
O Sítio São José, da família do produtor rural José Ferreira da Silva Neto, é uma unidade encravada no sertão do Taquari, em Paraty, tendo a Mata Atlântica como matriz florestal.
José Ferreira, brasileiro de origem, nordestina, migrou para a região na década de 1980, exercendo desde então a criação de bovinos em pastos abertos após a derrubada da floresta. Há 13 anos, conheceu os Sistemas Agroflorestais (SAFs) através dos mutirões organizados pelo GAE – Grupo de Agricultura Ecológica, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Paraty (RJ). Desde então, vem convertendo integralmente sua propriedade em um mosaico de SAFs. ‘Zé Ferreira’, apoiado por sua família, se tornou em um dos grandes expoentes sobre os SAFs no Brasil e o Sítio São José, em Paraty, tornou-se local de vivência e encontros coletivos focados na troca de experiências sobre o manejo dos SAfs.
A
necessidade de estreitar os laços entre os produtores rurais e entidades que
trabalham com os SAFs nas regiões do Litoral Norte paulista, Costa Verde
fluminense e o Vale do Paraíba, levou os membros da Rede Agroflorestal a
organizar um Mutirão Agroflorestal com o apoio do produtor ‘Zé Ferreira’, realizado
nos dias 20 e 21 de Outubro de 2013, no Sítio São José, no Sertão do Taquarí, em
Paraty (RJ). Participaram dessa atividade diversos produtores rurais das
seguintes localidades: Quilombo do Cambury e Taquaral (Ubatuba), Sertão do Taquari
e Cajaíba (Paraty), todos vinculados ao projeto de resgate da palmeira juçara
(IPEMA-AKARUI); produtor rural do Assentamento do MST (São José dos Campos) e produtor
de guanandi em SAF da Fazenda Coruputuba (Pindamonhagaba); técnicos do IPEMA –
Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica, do Pólo APTA Vale do
Paraíba (Pindamonhangaba) e da ONG 5Elementes.
José
Ferreira, anfitrião, abriu o dia de atividades com uma apresentação rápida
sobre o histórico da família Ferreira, e visita à unidade para o manejo
agroflorestal. O manejo foi realizado em uma área de cerca de 2.000m², baseado
na capina seletiva (roçada com penado) da vegetação herbácea, deixando-se as
mudas florestais em formação e a adubação verde (tefrósia e guandu), já plantada
(2m altura) em faixas de contorno em nível. No dia seguinte, um grupo realizou
o plantio de palmeira juçara (Euterpe
edulis) na linha das leguminosas.
Aleias de Tefrosia e Guandu |
Posteriormente, ‘Zé Ferreira’ irá realizar o
plantio de mandioca Preta (dupla aptidão: farinha e mesa – cozinha com qualquer
idade e é plantada em pé) com adensamento de leguminosas nas faixas que se
formaram entre a aléia de tefrósia + guandu. Esta mesma área em 2010 já havia
sido manejada onde o Ingá feijão e Ingá Mirim foram utilizadas como adubação
verde . Nesse momento podíamos encontrar as cepas secas desses ingás nas aleias
de tefrósia e guandu.
No período da tarde, após o almoço, os participantes se reuniram para avaliar a proposta de união entorno da Rede Agroflorestal, para o fortalecimento e a disseminação dos SAFs nas regiões do Litoral, Vale do Paraíba e Mantiqueira. Foi explicado que atualmente, a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, reúne participantes dos mutirões agroflorestais realizados em Pindamonhangaba bem como outros interessados que se ligaram ao longo do tempo, possui sede no CEAVAP – Centro de Estudos Ambientais do Vale do Paraíba/FARO – Faculdade de Roseira e um blog na internet < http://redeagroflorestalvaledoparaiba.blogspot.com.br/ >.
José Ferreira pediu para que nos próximos
mutirões o grupo promovesse a troca de sementes e mudas de maneira espontânea,
sem precisar avisar. Keila (Universidade da Cantareira) resaltou que com o blog
bem estruturado e atualizado, facilitaria a comunicação entre os núcleos e que
precisa fazer um cadastro dos produtores e sementes das quais têm disponíveis
para troca. Dani (IPEMA), representando o IPEMA,
considerou que a distância de todos pode ser um impeditivo para assumir
compromissos na estruturação da Rede. Patrick ressaltou que cada região tem sua
dinâmica própria, de encontros, mutirões e organização, mas que é possível
compartilhar a informação a partir de relatos de experiências que ficam
disponíveis na internet (blog). Ao final, um grupo se deslocou na propriedade
para conhecer outros SAFs e o ambiente de mata atlântica.
REDATOR NOME:
Antonio Carlos Pries Devide – Engº Agrº Pesquisador do Pólo APTA Vale do
Paraíba
DATA DE REDAÇÃO:
24/09/2013
REVISOR NOME:
Patrick Ayrivie de Assumpção – Produtor Rural – Fazenda Coruputuba
DATA DA REVISÃO:
26/09/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário