5 de mai. de 2014

MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO BAIRRO DO BORBA

Pindamonhangaba - SP

Objetivo: união de agricultores familiares da reforma agrária, produtores orgânicos ou em conversão, técnicos e acadêmicos para instalar e manejar sistemas agroflorestais (SAFs) com a metodologia participativa de mutirão. 

Programação: mutirão para o enriquecimento de um SAF; visita de campo aos SAFs nativos (paineira + caqui; paineira + banana); avaliação e planejamento do projeto ‘Regeneração: religando o homem à natureza’.

Local: Sítio do produtor rural e veterinário Pedro Alcântara Magalhães. Saindo da Rodovia Dutra, acesse a Estrada Municipal do Borba, Pindamonhagaba/SP. Anda 1,3km e sai na bifurcação à direita em estrada de terra (1,5km) nº3015 à esquerda.

Data do evento: 02/04/2014 

Situação local: localizado em terraços a área tem variações de solos possivelmente devido à ação fluvial. Há uma gradação de solos argilosos a arenosos. A área de intervenção e de textura areno argilosa.

Parcerias: Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba - Fazenda Coruputuba, APTA – Polo Vale do Paraíba, Sítio Terra de Santa Cruz, Faculdade Cantareira, APROVAP e APEP, agricultores dos Assentamentos Nova Esperança de São José dos Campos, Olga Benário de Tremembé e Manoel Neto de Taubaté. 

Breve resumo: 25 participantes manejaram um SAF em estágio inicial em 1.000m². O produtor já havia plantado bananas espaçadas a cada 10 m x 2,5m intercaladas com espécies frutíferas na linha enfatizando a goiaba cv. Paluma. Nas faixas entre as linhas de banana havia plantando lavoura branca - milho, abóbora, feijões, hortícolas e adubação verde. O produtor explicou que pratica o plantio direto; só roça a vegetação (braquiária) sem aração. Iniciou o sistema com linhas mais espaçadas de banana porque não queria muitas árvores sombreando a área. Os participantes falaram dos princípios da agrofloresta, onde a diversidade de espécies permite ocupar todos os estratos em épocas diferentes, similar ao que ocorre na sucessão florestal, e que a poda é a ferramenta para dosar a sombra e selecionar as melhores plantas. Além do que o sistema simplificado demanda maior número de capinas, roçadas e adubações, uma vez que a reciclagem dos nutrientes é limitada às espécies herbáceas e arbustivas, enquanto nos SAFs a alta densidade de plantio resulta na máxima reciclagem de nutrientes por toda a vida do sistema, com as árvores explorando um maior volume de solo, sombreando e reduzindo o mato indesejável, melhorando as características físicas, químicas e biológicas do solo.
Em comum acordo, buscou-se adensar o plantio de bananas com novas linhas intercalares às já existentes (5x2,5m) (BRS Conquista e Prata IAC 2001) e adensou o plantio de frutíferas diversas entre bananeiras. Plantou-se linhas de árvores pioneiras, secundárias e clímax distribuídas de maneira planejada entre as linhas de banana (5x1,5m), tendo de um lado e de outro linhas plantadas com mandioca IAC 6-01 (2x0,8m) alternadas ora de um lado ora de outro com cana (garapa/adubação) (2x2,5m) e adubação verde em coquetel (guandu, crotalária, tefrósia, labe labe, mamona Preta, feijão de porco, tremoço + milho variedade Sol da Manhã) em todas as linhas em covas a cada 1,0m.

Visita de campo: Pedro Alcântara relatou que adquiriu o sítio há pouco tempo e seus vizinhos informaram que as árvores são centenárias. Os participantes visitaram SAFs nativos com paineiras sobrepondo-se a pomar de caqui, bananeiras, cítricos e grande diversidade de espécies nativas em regeneração natural, demonstrando que os SAFs prestam serviços ecossistêmicos ao abrigarem a fauna dispersora de sementes.

Reunião da Rede Agroflorestal:
Após o mutirão e almoço realizamos reunião da Rede Agroflorestal com os participantes tendo como pauta:
  1. Informes Gerais
  2. Leitura do Editorial sobre o Projeto do PDRS - ‘Regeneração: unindo o homem à natureza’ 
  3. Feira Sesc Interlagos
  4. Inicio do Projeto da Rede submetido ao PDRS e que será conduzido pela Rede e demais colaboradores mesmo sem financiamento, tendo a área do Pedro como primeira e agendamento da área dos demais beneficiários do Projeto. Foram agendados 16 beneficiários ainda neste ano.
  5. Emilson, graduando da UNITAU fez relato e convite para implantação de um SAF na Universidade de Taubaté, seu trabalho de conclusão de curso.
Encaminhamentos da Reunião: organizado o calendário de mutirões até o final do ano de 2014.


Alimentação vegetariana: arroz, feijão, macarrão e salada.
Bebidas: sucos de capim cidreira, cambuci e goiaba.
Facilitador relator: Antonio Devide - pesquisador da APTA
Revisão: Cristina e Keila



Tabela 1. Relação de espécies.
1
Banana BRS Conquista
Frutos/adubação
2
Banana Prata IAC 2001
Frutos/adubação
3
Goiaba Paluma
Frutos
4
Condessa
Frutos
5
Milho Sol da Manhã
Alimento
6
Mandioca IAC 6-01
Alimento
7
Feijão Guandu
Alimento/adubação verde N
8
Feijão de Porco
Adubação verde N
9
Crotalária
Adubação verde N
10
Margaridão
Adubação verde N, P, K
11
Cana
Alimento/adubação carbono
12
Guanandi
Madeira
13
Ingá
Adubação/alimento
14
Guapuruvú
Madeira/adubação
15
Ipê rosa
Madeira
16
Ipê branco
Madeira
17
Paineira
Adubação/melífera
18
Nim
Madeira/extratos vegetais
19
Cedro do campo
Madeira
20
Imbirussú
Madeira
21
Aldrago
Madeira/adubação
22
Aroeira
Madeira/adubação/condimento
23
24
Dedaleiro
Madeira/adubação
25
Anjico
Madeira/adubação
26
Jatobá
Madeira/adubação/medicamento
27
Araçá
Frutos
28
Uvaia
Frutos
29
Pitanga
Frutos
30
Cambucá
Frutos
31
Tamarindo
Frutos
32
Amora
Frutos
33
Abacate
Frutos
34
Sabão de soldado
Frutos/adubo verde/artesanato
35
Jacarandá caviúna
Madeira/adubação verde/artesanato
36
Eritrina mulungú
Adubação verde
37
Pau viola/tucaneiro
Adubação verde
38
Cássia / monjoleiro
Adubação verde






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