dia 12/04
Pré-Assentamento
Egídio Brunetto, Lagoinha – SP
Por:
Antonio Carlos Pries Devide - pesquisador Polo Regional do Vale do Paraíba - APTA
Thiago Ribeiro Coutinho - biólogo agricultor do Pré-assentamento Egídio Brunetto
Vivências agroflorestais
Reunião com cerca de 40 agricultores e agricultoras do Pé Assentamento Egídio Brunetto sobre trabalho coletivo, mutirão agroflorestal e filmagem do SESC.
Área do acampamento
Nas
margens da estrada Barro Vermelho há diversas touceiras de banana, frutas e
árvores nativas e exóticas plantadas há mais de quatro anos. Foi
realizada a colheita de bananas e mutirão para o manejo de touceiras alocando a matéria orgânica do pseudocaule aberto na forma de telha no
entorno de mudas, tais como óleo copaíba, jatobá e abacateiro.
O local era
utilizado como pasto pelo antigo proprietário. Atualmente, os SAF, mesmo sem terem
sido manejados na frequência desejada estão auxiliando a regeneração ambiental da
mata ciliar nas margens do rio Paraitinga (região de cabeceira do Rio Paraíba do
Sul).
Área de produção coletiva
Próximo a ponte do Rio Paraitinga, onde há antiga residência
com pasto sujo, a área está sendo transformado em sistema agroflorestal. Instalado
em cerca de 1000 m² foram colhidos em mutirão cerca de 10 kg de batata
doce e 10 kg de inhame, 20 litros de cachos de mamona preta para beneficiar, 5
litros de frutos secos de quiabo para sementes, folhas de vinagreira e couve de
árvore para a salada do almoço coletivo.
Sistema Agroflorestal Sintrópico irrigado com ênfase no cultivo de
pimenta
Auxiliado pelo agricultor Altamir
do Assentamento Nova Esperança de São José dos Campos, o casal de agricultores
familiares, Igor e Daniella, implantaram um Sistema agroflorestal onde cultivam
mais de uma dezena de variedades de pimentas em sistema agroflorestal irrigado.
Produção em sistema agroflorestal irrigado: linhas de bananeiras com mamão na borda e diversidade de hortaliças, com ênfase em pimenta, berinjela, jiló, quiabo roxo Brunetto, couve, brócolos, manjericão, curcuma.
Detalhe do vigor das bananeiras.
Na já foram colhidas diversas brássicas (couve, brócolos e couve-flora),
berinjela, quiabo de chifre roxo, açafrão (cúrcuma), manjericão, estévia, dentre
outras espécies. O cultivo é realizado em faixas intercalares com linhas de
bananeiras associadas com frutas e árvores para adubação verde.
Daniela Ferreira produz e comercializa os produtos in natura ou em conservas de pimentas,
caponata de berinjela temperos tipo 'pesto' e 'curcuma'.
A irrigação em
sistema de microaspersão com mangueiras preta de ¾ e aspersores do tipo bailarinas
afixados a cerca de 1,70 m de altura do nível do solo, dando cobertura produção
de mudas novas de banana e as faixas de pimentas e outras culturas situadas ao
lado da linha de bananas. Toda a produção é convertida em conserva, após a
devida higienização, possibilitando a venda parcelada e a agregação de valor.
Quiabo Brunetto: o agricultor Igor cultivou na área o quiabo de chifre tipo Santa
Cruz e quiabo de árvore com frutos curtos, mais quinados e roxo. Na lavoura
seguinte as sementes produziram arbustos grandes com
quiabos longos, quinados e arroxeados batizados com quiabo Brunetto, em
homenagem a Egídio Brunetto, agricultor falecido do Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra.
Resgate e multiplicação de milho palha roxa em Sistema Agroflorestal
O sistema de produção após formado conteve banana + mandioca + milho palha roxa.
Após a colheita do milho foi introduzido feijão roxo.
O resgate do milho crioulo Palha Roxa
foi realizado pelo casal Mariana e Thiago. Em uma área
de 600 m² foi implantado um sistema agroflorestal em
29/11/2018 durante mutirão. O foco foi resgatar materiais genéticos em risco de extinção diversos, tais como diversos para obter material propagativo para distribuição às 55 famílias do pré-assentamento Egídio Brunetto.
Materiais propagativos de cultivares de bananeira de mandioca e banana do
Sítio Terra de Santa Cruz e da APTA fortaleceram a segurança alimentar dos SAF.
Mutirão contou com a participação de pesquisadores Polo Regional Vale do Paraíba
APTA/SAA e da Embrapa Meio Ambiente - Projeto SEISAF.
Técnicos e acadêmicos participaram dos mutirões em conjunto com
famílias de agricultores e agricultoras.
Nessa área também foram introduzidas ao menos cinco variedades de mandioca, cinco variedades de bananas, cará moela e diversidade de árvores frutíferas nativas, tais como o bacupari, pitangueira, araçá vermelho e amarelo, cabeludinha, uvaia e outras. Após a colheita do milho foi plantado o feijão azul, outro material crioulo que têm na sua produção o reforço à conservação das sementes. Além desses produtos foram colhidos na área familiar diversidade de abóboras (120 kg) e amendoim.
Colheita e Beneficiamento
De dois quilos de sementes de
milho Palha Roxa obtidos da agricultura familiar de Cunha - SP, foram colhidos 160 kg de espigas, que estão secando para a
posterior debulha, prevista para ser realizada em mutirão no próximo
dia 19/04.
Milho palha roxa
Trabalho de manejo agroflorestal
Casal de agricultores Thiago Coutinho e Mariana Pipe
imagem de Cláudia Visoni
Objetivos da visita técnica
Sensibilizar equipe de filmagem que fez as tomadas de imagens das atividades da atuação da REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA para o evento Ideais
e Ações para um Novo Tempo | Conferência Internacional Sesc Sorocaba em
que a REDE vai representar as experiência sobre
Agroecologia, sistemas agroflorestais, mobilização social, agricultura
familiar, reforma agrária, segurança e soberania alimentar e nutricional, PANC,
restauração ambiental na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul com sistemas agroflorestais, regeneração de mata ciliar, mutirão agroflorestal, pesquisa participativa, metodologia aprender fazendo, entre outros assuntos.
Filmagem da Empresa Grão Filmes, para o SESC:
Igor mostra a produção de diversidade de pimentas feita em parceria com
sua companheira Daniela.
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