29 de abr. de 2019

PRODUÇÃO AGROFLORESTAL FORTALECE AGRICULTURA FAMILIAR EM LAGOINHA – SP


dia 12/04
Pré-Assentamento Egídio Brunetto, Lagoinha – SP

Por: 
Antonio Carlos Pries Devide - pesquisador Polo Regional do Vale do Paraíba - APTA
Thiago Ribeiro Coutinho - biólogo agricultor do Pré-assentamento Egídio Brunetto

Vivências agroflorestais

 Reunião com cerca de 40 agricultores e agricultoras do Pé Assentamento Egídio Brunetto sobre trabalho coletivo, mutirão agroflorestal e filmagem do SESC.

Área do acampamento 

Nas margens da estrada Barro Vermelho há diversas touceiras de banana, frutas e árvores nativas e exóticas plantadas há mais de quatro anos. Foi realizada a colheita de  bananas e mutirão para o manejo de touceiras alocando a matéria orgânica do pseudocaule aberto na forma de telha no entorno de mudas, tais como óleo copaíba, jatobá e abacateiro. 

O local era utilizado como pasto pelo antigo proprietário. Atualmente, os SAF, mesmo sem terem sido manejados na frequência desejada estão auxiliando a regeneração ambiental da mata ciliar nas margens do rio Paraitinga (região de cabeceira do Rio Paraíba do Sul).

Área de produção coletiva

Próximo a ponte do Rio Paraitinga, onde há antiga residência com pasto sujo, a área está sendo transformado em sistema agroflorestal. Instalado em cerca de 1000 m² foram colhidos em mutirão cerca de 10 kg de batata doce e 10 kg de inhame, 20 litros de cachos de mamona preta para beneficiar, 5 litros de frutos secos de quiabo para sementes, folhas de vinagreira e couve de árvore para a salada do almoço coletivo.


Sistema Agroflorestal Sintrópico irrigado com ênfase no cultivo de pimenta

Auxiliado pelo agricultor Altamir do Assentamento Nova Esperança de São José dos Campos, o casal de agricultores familiares, Igor e Daniella, implantaram um Sistema agroflorestal onde cultivam mais de uma dezena de variedades de pimentas em sistema agroflorestal irrigado.


Produção em sistema agroflorestal irrigado: linhas de bananeiras com mamão na borda e diversidade de hortaliças, com ênfase em pimenta, berinjela, jiló, quiabo roxo Brunetto, couve, brócolos, manjericão, curcuma.
Detalhe do vigor das bananeiras.

Na já foram colhidas diversas brássicas (couve, brócolos e couve-flora), berinjela, quiabo de chifre roxo, açafrão (cúrcuma), manjericão, estévia, dentre outras espécies. O cultivo é realizado em faixas intercalares com linhas de bananeiras associadas com frutas e árvores para adubação verde.

Daniela Ferreira produz e comercializa os produtos in natura ou em conservas de pimentas, 
caponata de berinjela temperos tipo 'pesto' e 'curcuma'.

A irrigação em sistema de microaspersão com mangueiras preta de ¾ e aspersores do tipo bailarinas afixados a cerca de 1,70 m de altura do nível do solo, dando cobertura produção de mudas novas de banana e as faixas de pimentas e outras culturas situadas ao lado da linha de bananas. Toda a produção é convertida em conserva, após a devida higienização, possibilitando a venda parcelada e a agregação de valor.

Quiabo Brunetto: o agricultor Igor cultivou na área o quiabo de chifre tipo Santa Cruz e quiabo de árvore com frutos curtos, mais quinados e roxo. Na lavoura seguinte as sementes produziram arbustos grandes com quiabos longos, quinados e arroxeados batizados com quiabo Brunetto, em homenagem a Egídio Brunetto, agricultor falecido do Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra.

Resgate e multiplicação de milho palha roxa em Sistema Agroflorestal

O sistema de produção após formado conteve banana + mandioca + milho palha roxa.

Após a colheita do milho foi introduzido feijão roxo. 

O resgate do milho crioulo Palha Roxa foi realizado pelo casal Mariana e Thiago. Em uma área de 600 m² foi implantado um sistema agroflorestal em 29/11/2018 durante mutirão. O foco foi resgatar materiais genéticos em risco de extinção diversos, tais como diversos para obter material propagativo para distribuição às 55 famílias do pré-assentamento Egídio Brunetto.
 Materiais propagativos de cultivares de bananeira de mandioca e banana do 
Sítio Terra de Santa Cruz e da APTA fortaleceram a segurança alimentar dos SAF.

 Mutirão contou com a participação de pesquisadores Polo Regional Vale do Paraíba 
APTA/SAA e da Embrapa Meio Ambiente - Projeto SEISAF.

Técnicos e acadêmicos participaram dos mutirões em conjunto com 
famílias de agricultores e agricultoras.



Nessa área também foram introduzidas ao menos cinco variedades de mandioca, cinco variedades de bananas, cará moela e diversidade de árvores frutíferas nativas, tais como o bacupari, pitangueira, araçá vermelho e amarelo, cabeludinha, uvaia e outras. Após a colheita do milho foi plantado o feijão azul, outro material crioulo que têm na sua produção o reforço à conservação das sementes. Além desses produtos foram colhidos na área familiar diversidade de abóboras (120 kg) e amendoim.

Colheita e Beneficiamento

De dois quilos de sementes de milho Palha Roxa obtidos da agricultura familiar de Cunha - SP, foram colhidos 160 kg de espigas, que estão secando para a posterior debulha, prevista para ser realizada em mutirão no próximo dia 19/04.
Milho palha roxa 

Trabalho de manejo agroflorestal 

Casal de agricultores Thiago Coutinho e Mariana Pipe
imagem de Cláudia Visoni

Objetivos da visita técnica

Sensibilizar equipe de filmagem que fez as tomadas de imagens das atividades da atuação da REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA para o evento Ideais e Ações para um Novo Tempo | Conferência Internacional Sesc Sorocaba em que a REDE vai representar as experiência sobre Agroecologia, sistemas agroflorestais, mobilização social, agricultura familiar, reforma agrária, segurança e soberania alimentar e nutricional, PANC, restauração ambiental na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul com sistemas agroflorestais, regeneração de mata ciliar, mutirão agroflorestal, pesquisa participativa, metodologia aprender fazendo, entre outros assuntos.


Filmagem da Empresa Grão Filmes, para o SESC: 
Igor mostra a produção de diversidade de pimentas feita em parceria com 
sua companheira Daniela.



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