7 de mai. de 2023

A 11ª Feira de Trocas de Sementes Crioulas e Mudas de Cunha reúne centenas de agricultores e visitantes

 Dia da Terra, 22 de abril, é celebrado durante os eventos do 21º Festival do Pinhão

A 11ª Feira possibilitou a troca de mais de 153 variedades de espécies agrícolas e florestais.

Cunha, SP, 24 de abril de 2023 – Este sábado 22 de abril coincidiu com a celebração mundial do Dia da Terra. Em Cunha, SP, os que trabalham diretamente com a Terra – como agricultores que geram alimentos e ambientalistas que protegem o planeta – tiveram uma abordagem prática e metódica: sublinhar a importância da semente, símbolo da vida. O evento promoveu a conservação, o uso e a distribuição de sementes crioulas para que a população local tenha uma alimentação mais saudável. 

A 11ª Feira de Troca de Sementes Crioulas e Mudas foi realizada com sucesso em Cunha, reunindo cerca de 500 participantes que se deslocaram de 31 bairros vizinhos e 33 municípios da região para permutar sementes, grãos, hortaliças, mudas, estacas e tubérculos. Técnicos do evento identificaram que 153 variedades de espécies agrícolas, florestais e adubadeiras foram expostas sobre os longos e multicoloridos tecidos chita que adornavam a calçada em frente à Igreja Matriz da cidade. 

A 11ª Feira de Troca de Sementes reuniu na praça central de Cunha mais de 500 pessoas de 33 municípios da região.

A espécie que mais luziu no encontro foi o pinhão, produto do pinheiro-brasileiro, a Araucaria angustifolia. Sementes, mudas e pinhas inteiras foram objeto de trocas animadas entre agricultores tradicionais e os chamados novo-rurais, que recentemente trocaram suas moradas urbanas por uma vida mais saudável no campo. 

Alguns pinhões também brilharam no palco, resultado do concurso organizado pela Feira. A agricultora Lucimeire Alves de Toledo ganhou o Primeiro Lugar da competição “Maior Pinhão de Cunha” ao trazer do bairro Vargem Grande uma semente que pesou 16 gramas e recebeu troféu e prêmio em dinheiro. O segundo maior pinhão, com 15 gramas, veio da propriedade de Ana Paula Barros Moura no bairro do Paraibuna, e o terceiro, com 14 gramas, chegou pelas mãos de João Marcos Monteiro do bairro Sertão de Santa Bárbara. 

A 11ª Feira de Troca de Sementes foi realizada no contexto do 21º Festival do Pinhão de Cunha. Lucimeire (esq.) ganhou o 1º lugar com o "Maior Pinhão de Cunha".

O evento também foi rico em palestras, oficinas e trocas de informações realizadas em três locais diferentes. Nesse ano, como a Feira de Troca de Sementes foi realizada dentro do contexto do 21º Festival do Pinhão de Cunha, grande parte das apresentações enfocaram o pinhão. Os temas escolhidos foram os valores econômicos, culturais, ambientais e nutricionais da semente da araucária, assim como os saberes culinários que usam o pinhão em receitas de bolos, pães e sopas locais.

3 de mai. de 2023

Uma rede de intercâmbio de ciência e tecnologia está sendo construída entorno das agroflorestas e muvucas

A prof. Dra. Klécia Massi, do ICT-Unesp (em São José dos Campos), associada à Rede Agroflorestal, está desenvolvendo com seus alunos de graduação em Engenharia Ambiental alguns projetos de monitoramento de muvucas e SAFs. 

Equipe coordenada pela Profª Klécia Massi para monitorar áreas de restauração com muvuca.

1) O estudo da Viviane Ribeiro, que é co-orientado pelo Pesquisador da Apta, Dr. Antonio Devide, tem como objetivo o monitoramento de áreas de restauração via semeadura direta, situadas em pequenas propriedades rurais localizadas na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Cunha, com o intuito de averiguar a efetividade da técnica empregada (muvuca de sementes). O projeto está sendo realizado em parceria e com o apoio da Serracima. O monitoramento das áreas está sendo feito seguindo diferentes protocolos de campo estabelecidos pela The Nature Conservancy Brasil (TNC). O projeto já teve dois monitoramentos semestrais e terá um último, em julho de 2023. Fotos: instaSerracima 

Trabalho de monitoramento de áreas em Cunha/SP.

Trabalho de monitoramento de áreas em Cunha/SP.

2) Daniela Duque, está iniciando o desenvolvimento, em parceria com a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, a ong Corredor Ecológico, a iniciativa Ecosystem Restoration Camps e o sítio Desperto, de um protocolo participativo de monitoramento de SAFs. A metodologia contará com Oficinas presenciais, em que será construído o protocolo de monitoramento de SAFs que seja útil e viável a agricultores e agricultoras.

  
Michel Bottan coordena o Sítio Desperto. Fonte: <https://www.ecosystemrestorationcommunities.org/community/desperto-brazil/>

3) No âmbito do recém-aprovado projeto QUALIDADE DAS SEMENTES FLORESTAIS E INDICADORES DE PLANTIO DE RESTAURAÇÃO COM SEMEADURA DIRETA, que contará com a coordenação da APTA e será desenvolvido em parceria com a UNITAU, também se realizarão Oficinas presenciais, em que será construído o protocolo de monitoramento de muvucas que seja útil e viável a agricultores e agricultoras. 
O lançamento desse projeto ocorreu no 1º Encontro dos coletores de sementes, em 2022, na APTA em Pindamonhangaba e reuniu representantes dos coletores e coletoras do Vale do Ribeira e do Vale do Paraíba, atividade organizada pela Coomatre, MST, Agroícone, iniciativa Caminho da Semente, ISA e APTA. Ainda houve apresentações do ISA, UNITAU e UNESP, além da ampla troca de conhecimentos entre coletores e coletoras. 
Início da oficina que reuniu na APTA os coletores do Vale do Ribeira e Vale do Paraíba
Professora Klecia realiza uma apresentação com enfoque nas sementes florestais.

Profs. Julio Almeida e Cicero Moure recebem homenagem após apresentarem o Laboratório de Sementes da UNITAU

Oficina de identificação de espécies, técnicas de coleta e beneficiamento de sementes no intercâmbio entre coletores/as e técnicos/as

Grupo que participou do treinamento para coletores/as de sementes florestais


Texto: Klecia Gili Massi - professora do ICT São José dos Campos - UNESP
Imagens: Aline Caltabiano - SerrAcima e Antonio Devide - APTA
Edição para o blog: Antonio Devide - Pesquisador da APTA




18 de abr. de 2023

ENCONTROS DE GRUPOS DE TRABALHO PREPARAM A REDE AGROFLORESTAL PARA O REGIMENTO INTERNO E OUTROS PROJETOS

Por Heliene Macedo - doutaranda da URGS

Desde as atividades no dia 16/3 na APTA Regional de Pindamonhangaba, quando das oficinas que deram início formal aos trabalhos participativos entorno da elaboração do Regimento Interno da Rede Agroflorestal, os encontros dos Grupos de Trabalho não param de acontecer!!! 

GT Projetos em oficina no dia 16/3 na APTA Regional de Pindamonhangaba.

Esses encontros são abertos, mas todo participante precisa ler o Plano de Ação da Rede Agroflorestal para conseguir acompanhar a ordem dos trabalhos e dessa forma contribuir para o Regimento Interno.

Informe do GT Mutirão

Com o objetivo de avançar na Elaboração das Bases do Regimento Interno da REDE, o Grupo de Trabalho GT Mutirão se reuniu nesta manhã (18/4). 

O GT Mutirão tem como função ser, principalmente, um meio de divulgação dos SAF e de formação popular. Busca incentivar e diseminar práticas agroecológicas, unindo os conhecimentos populares e acadêmicos, com a participação de agricultores, técnicos e educadores, melhorando a qualificação profissional e suprindo, em parte, a escassa oferta de assistência técnica e extensão rural (ATER) oficiais. Somado a isso, tem como objetivo integrar instituições de ensino, ciência e tecnologia, organismos públicos e privados para desenvolver pesquisas no ensino formal tendo como base os SAF implantados nas undiades de produção, inserindo a agenda de demandas dos SAF nas instituições de ensino, ciência e tecnologia. 

Oficina de trabalho online para compor o Regimento Interno do GT Mutirão.

Nessa reunião, foram discutidas, a partir do Plano de Ação da Rede, as ações previstas que precisam ser organizadas pelo GT, elencando as diretrizes de atuação dos associados e o que não é desejável, bem como a esfera para tratar e solucionar as questões que venham a surgir.  

Uma próxima agenda será definida para finalizarmos essa atividade. Convidamos a todos e todas que desejam contribuir nessa elaboração para se somarem conosco! Seguimos, agroflorestando o Vale!

Adaptação para o blog: Antonio Devide - Pesquisador da APTA Regional de Pindamonhangaba.

27 de mar. de 2023

ACONTECEU: Oficinas práticas de soberania alimentar e nutricional e a governança de projetos com a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba


Foi inaugurada do dia 16/3/2023, no Setor de Fitotecnia da APTA de Pindamonhangaba, uma cozinha experimental de apoio as pesquisas e para trabalhos de formação de pessoas no manuseio de PANC e frutas nativas.

Este projeto  é fruto da parceria da APTA com a Rede Agroflorestal, Instituto Auá e Corredor Ecológico do Vale do Paraíba. Essa parceria viabilizou a reforma da instalação e a aquisição de equipamentos. Atualmente, a cozinha experimental está equipada com 1 freezer horizontal 500 L, 1 fogão semi-industrial com 5 bocas e forno, 1 liquidificador inox de 4 L, 1 moedor multiuso, 1 balança inox, 1 despolpadeira de juçara de 20 L, 1 colheitadeira de juçara, 1 bancada inox com prateleira, 1 balança eletrônica e 1 balança mecânica e ainda está para chegar 1 despolpadeira de cambuci e frutas moles de 60 L. 

 
A aquisição dos equipamentos teve origem dos recursos da Fundação Banco do Brasil no âmbito do projeto Ecomercado coordenado pelo Instituto Auá. Já a reforma do prédio foi uma iniciativa do Corredor Ecológico em projeto desenvolvido com recursos da empresa Dupont - filial Pindamonhangaba. Em ambos os casos as organizações parceiras fortalecendo a Rede Agroflorestal.

A meta é ampliar a escala de atendimento aos agricultores e agricultoras da região, coletando informações para desenvolver pesquisas focadas nas demandas desses atores e oficinas que valorizem o conhecimento local compartilhado, promovendo simultâneamente o aprendizado coletivo prático que consiste no 'aprender fazendo' e na educação colaborativa de agricultor/a para agricultor/a.

A utilização do espaço da APTA deve ser agendada com certa antecedência com os pesquisadores responsáveis Cristina Castro e Antonio Devide, os participantes devem estar de acordo com o protocolo de pesquisa que prevê a coleta de informações, o uso de imagens, bem como o investimento dos usuários para cobrir as despesas de limpeza do espaço e manutenção dos equipamentos.

Informações e-mail:

cristina.castro@sp.gov.br e antonio.devide@sp.gov.br ou pelo whats 12-99636-9463


Histórico da atuação da APTA

No Setor de Fitotecnia da URPD de Pindamonhangaba são desenvolvidos projetos e pesquisas com enfoque em Agroecologia que abrangem a Segurança Alimentar e Nutricional e os sistemas de produção de base agroecológica, com ênfase nos Sistemas Agroflorestais. 

Tanto as PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais quanto as frutas nativas fazem parte da sociobiodiversidade que está sendo estudada com os agricultores e agricultoras do Vale do Paraíba desde o ano de 2012, tendo ênfase os participantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra representados pela Cooperativa Mista de Agricultores de Tremembé e Região - Coomatre. 

Recentemente, no ano de 2021, a APTA criou a RA.R. - Rede Agroecológica Regional, que busca ampliar a escala de atendimento as demandas por pesquisas em agroecologia com a participação da sociedade civil organizada. É nesse contexto que a APTA de Pindamonhangaba se insere, ora estritando os laços com movimentos sociais organizados, ora propondo novas formas de se fazer a ciência cidadã.

Como foi o evento - programação:

7:30-8:00 h - Acolhimento, café colaborativo e inscrições

8:00-9:00 h - Apresentação de Projetos e Parceiros: APTA, Rede Agroflorestal Vale do Paraíba, Coomatre, Instituto Auá, Corredor Ecológico do Vale do Paraíba.

9:00-10:30 h – Oficina sobre frutas nativas com experiências dos associados da Rede Agroflorestal Natália Martín e Pedro Procópio do Sítio Flor da Rainha

10:30-11:30 h – Oficina sobre o Ora-pro-nóbis - barrinha de cereal com professor Ederaldo Godoy - Projeto “Ecoprodução de proteína vegetal a base de ora-pro-nóbis” - CATALISA ICT – SEBRAE

9:00 – 11:00 h – de maneira simultânea foi realizada visita aos experimentos da APTA com sistemas agroflorestais com o excedente de participantes – com Antonio Devide

11:30 – 14:00 h – Integração, troca de experiências e almoço com a degustação de PANC e frutas nativas com Denize Napier

14:00 - 16:00 h – Oficina de construção do Regimento Interno da Rede Agroflorestal a partir dos Grupos de Trabalho (GT)

16:00 h – Assembleia Geral Extraordinária da Rede Agroflorestal

17:00 h – Encerramento

Oficinas

Foram três oficinas, sendo a primeira de extração da polpa de juçara, cujos cachos foram colhidos em Ubatuba e Pindamonhangaba sendo a atividade coordenada por Natália Martins e Pedro Procópio.

Colheita de juçara higienizada


Seleção de juçaras maduras e retiradas das verdes e verdolengas

Material selecionado para despolpa

Polpa que será misturada com suco de limão e banana nanica bem madura

Sementes de juçara para o plantio

Natália Martins finaliza o produto com degustação

Outra oficina foi sobre a planta comestível ora-pro-nóbis no âmbito do projeto desenvolvido pelo professor Ederaldo Godoy no projeto de Ecoprodução de proteína vegetal a base de ora-pro-nóbis.

Professor Ederaldo Godoy explica o projeto de ora-pro-nóbis

A terceira oficina foi de apresentação da alimentação preparada a partir de PANC por Denize Napier do CPIC - Centro de Práticas Integrativas Complementeares da Prefeitura de Pindamonhangaba com a ajuda de Patrícia Caro.

 Denize apresenta os pratos com PANC

 Arroz azul com cunhã (Clitoria)
Chaia, outra PANC utilizada
  
Angu com ora pro nóbis 

 

 

 







Farinha de milho com chaia e outras PANC


 Cará moela, coração de bananeira e melão cruá

 Salada de vinagreira roxa com flores

 salada de quiabo com azedinha e flores

Visitas guiadas

Foi oferecido aos participantes interessados em conhecer os experimentos da APTA uma visita guiada. Foram vistos os SAF Macaúba que visa estudar a adaptação de cultivares de banana e frutas nativas em consórcio com a palmeira macaúba, araribá e a arbórea gliricídia manejada com poda para adubação verde.

Em outra área conheceram as pesquisas com cará - Dioscorea, plantado a pleno sol e em SAF, sendo o projeto financiado pela FAPESP e coordenado pelo pesquisador do IAC Luis Carlos Bernacci. Neste projeto foi apresentado o dado de conservação do solo fornecido pela pesquisadora Isabella Clerici De Maria que ressalta a maior quantidade de argila dispersa em água nas áreas de manejo intensivo (cará a pleno sol mecanizado) em comparação ao cará em SAF e a floresta (testemunha). O teor de argila dispersa é um indicativo de conservação do solo. Quanto menor o teor, maior a conservação.

Outras áreas visitadas: 

horto de PANC em SAF com gliricídia, banana e araçá; área de aleias com faixas de flemíngia, pitangueira, tefrósia e capim guatemala, SAF Olho dágua (plantado por mudas e semeadura direta/muvuca).

Cessão de uso dos equipamentos

Após o almoço foi realizada reunião com Gabriel Menezes - diretor do Instituto Auá, e os representantes de núcleos da Rede Agroflorestal - APTA (Antonio Devide, representando a pesquisadora Cristina Castro), Fazenda Nova Gokula (Gouralila represnetando os demais membros da fazenda que estiveram no evento) e  Coomatre, representando o MST Lagoinha e Tremembé (Deise Alves) - para assinatura de termo de cessão de uso com expplicações obre o uso responsável, compartilhado e o papel dos coordenadores na estruturação das cozinhas e da comunidade para participar do proojeto de SAF.

Gabriel Menezes / Auá apresenta o projeto Ecomercado

Deise Alves representando a Coomatre oficializa o recebimento dos equipamentos
Goura lila representando a Fazenda Nova Gokula oficializa o recebimento dos equipamentos
Antonio Devide representando a APTA Pindamonhangaba oficializa o recebimento dos equipamentos
Cerimônia de cessão de uso dos equipamentos com o Instituto Auá e a Rede Agroflorestal

Em um prazo de 30 dias o pesquisador Antonio Devide irá encaminhar um questionário para o mapeamento da situação de cada unidade visando plçanejar estratégias para superar as dificuldades e fomentar o trabalho dos núcleos.


Construção do Regimento Interno da Rede Agroflorestal

A construção do regimento interno é uma atividade que envolve os GT - Grupos de Trabalho que foram criados por ocasião do Plano de Ação da Rede Agroflorestal e abrangem as seguintes áreas: 

  • GT Mutirão - tem a finalidade de articular o calendário de mutirões e vivências, bem como estruturar as equipes dos núcleos envolvendo os agricultores e agricultoras e os técnicos para juntos melhorarem o planejamento participativo dos mutirões e dos SAF, indicando, inclusive, as posturas desejáveis e indesejáveis dos associados no que tange essa organização, bem como as esferas para dirimir dúvidas. Também ficou como prerrogativa desse GT estruturar a ATER de agricultor/a para agriculto/a e os convêncios com instituições de ciência e tecnologia para promover estágios de vivência e obrigatórios nas áreas dos/as agricultores/as.
  • GT Projetos - tem a finalidade de fomentar a formação de equipes para estudo de editais e elaboração de projetos, bem como criar as bases do regimento interno que estão relacionadas a como deve funcionar o fluxograma dos projetos (registro, formação de equipes, coordenação, prestação de contas, etc.), indicando as posturas desejáveis e indesejáveis dos associados no que tange a contratação de projetos com a Rede e as esferas para dirimir dúvidas. 
  • GT Comunicação - tem a finalidade de formar uma equipe de comunicadores que irão promover a difusão das informações e principalmente criar as bases do funcionamento desse GT no regimento interno, indicando inclusive as posturas desejáveis e indesejáveis dos associados no que tange o uso da logomarca e divulgação da Rede e dos SAF, bem como as esferas para dirimir dúvidas. 
  • GT Comercialização - visa estabelecer as bases da comercialização dos produtos agroflorestais, regular o uso de logomarca da Rede Agroflorestal atestando a origem de produtos agroflorestais, realizar pesquisa para levantar as unidades de produção e criar roteiros de venda, bem como plataforma de e-commerce, dentre outras ações. Também é uma prerrogativa deste GT indicar as posturas desejáveis e indesejáveis dos associados no que tange a comercailçização de produtos e as esferas para dirimir dúvidas. 
  • GT Sementes - esse GTvisa potencializar o trabalho dos coletores e produtores de sementes que está sedo estruturado junto a Coomatre, bem como fomentar com que os recursos genéticos estratégicos de culturas e frutas nativas, como exemplo, se tornem de uso geral pelas famílçias camponesas. Também é uma prerrogativa deste GT indicar as posturas desejáveis e indesejáveis dos associados no que tange a ao manejo dos recursos genéticos e as esferas para dirimir dúvidas. 
  • CD - Conselho Deliberativo: tem a finalidade de organizar as bases do funcinamento físico financeiro da Rede Agroflorestal, apoiar os GT. 

Os participantes foram divididos em GT para com o apoio de uma pessoa coordenadora e outra secretariando para preeencherem um quadro com linhas (itens a inserir sobre como a Rede deve atuar/se estruturar) e colunas (que indicavam o que é desejável e o indesejável para a pessoa associada), juntamente com a esfera para deliberar sobre determinado assunto. 

GT Projetos 


Assembleia Geral Extraordinária

Ao final da tarde os presentes se reuniram no auditório da APTA para a AGE que visou apresentar o histórico da fundação da Rede Agrofloprestal e o balancete do ano de 2022, bem como o ingresso de novos membros associados.

Assembleia Geral Extraordinária com apresentação das contas de 2022 e ingresso dos associados

Parcerias: 

APTA Regional RAR – Rede Agroecológica Regional da APTA, Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, Coomatre, MST Vale do Paraíba, Instituto Auá, Corredor Ecológico do Vale do Paraíba 

GT Comunicação: 

Marcielle Monize, Lucas Lacaz / A13 e Monique Oliveira foram responsáveis pela cobertura e veiculação de material de divulgação no instagran: rede.agroflorestal <https://www.instagram.com/p/CqOBVtBu_L9/> e facebook.

Por Antonio Devide - pesquisador da APTA de Pindamonhangaba


24 de fev. de 2023

MELHORIA DA SOCIOECONOMIA E DO MEIO AMBIENTE POR MEIO DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO VALE DO PARAÍBA

 trabalho originalmente apresentado no

Antonio Carlos Pries Devide* 1,2 , Leandro Braz Camillo2 , Cristina Maria de Castro1,2 , Patrícia Lopes2,3, Thales Guedes Ferreira2 , Anna Cláudia Leite2 , Rodrigo Dametto Faria Santos2 , Mariana Oliveira3 

1 Unidade Regional de Pesquisa e Desenvolvimento - Pindamonhangaba (Apta) 2 Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba (INRA) 3 World Resources Institute - Brasil (WRI) *antonio.devide@sp.gov.br


Resumo

Desde 2011 a Rede Agroflorestal desenvolve ações para fortalecer os sistemas agroflorestais e restaurar a paisagem no Vale do Paraíba. Em 2021 um plano de ação foi desenvolvido com apoio da WRI Brasil a partir de questionários e oficinas de coleta de informações sobre o perfil dos integrantes da rede e os impactos dos SAF na paisagem e na segurança alimentar. Os SAF estão presentes em 12 municípios, principalmente na reforma agrária. Há equilíbrio nas relações de gênero no planejamento dos SAF, a maioria dos produtores tem idade entre 36 e 55 anos (51%), com ensino médio (51%) ou do técnico à pós-graduação (47%). Os núcleos de produção contam com até 4 pessoas (70%) e mão de obra familiar (46%). A maior parte da renda provém da agricultura e agrofloresta (47%). As tipologias de SAF mais frequentes são aleias (50,7%), quintais agroflorestais (43,7%), SAF biodiverso regenerativo (32,4%) e agricultura sintrópica (31%). As propriedades têm entre 12 e 48 hectares (68%) e a paisagem ainda está degradada ou em estágio inicial de restauração (54%). A regeneração natural e a ocorrência de fauna são superiores nas áreas de SAF. As informações obtidas no levantamento confirmam a importância dos SAF na geração de renda e inserção dos agricultores familiares na regeneração da paisagem do Vale do Paraíba. 

Introdução

A restauração de paisagens e florestas é uma das principais soluções para combater a crise climática global e melhorar a segurança alimentar, o fornecimento de água e a biodiversidade. No Brasil e no Vale do Paraíba Paulista (VPP) existem muitas áreas degradadas e pouco produtivas que não estão exercendo sua função ecológica, podendo ser melhoradas por meio de um trabalho coletivo e com uma visão de longo prazo. 

A Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba surgiu entre os anos de 2011 e 2012 da união de diversos atores interessados em articular a prática e disseminar os SAF para restaurar a paisagem na bacia do Paraíba do Sul. Inicialmente, os encontros ocorreram em mutirões agroflorestais em Pindamonhangaba. Essas atividades ganharam escala e reuniram dezenas de pessoas de diversas origens que praticam os SAF em diferentes compartimentos da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, principalmente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A união de diversas iniciativas resultou na formação de um grupo que organizam os mutirões, vivências, cursos e oficinas (REDE AGROFLORESTAL, 2021). 

O resgate e produção das PANC também foi estimulada através da alimentação saudável servida nos mutirões. Essa estratégia fortaleceu a segurança alimentar e nutricional e tem potencial de melhoria da renda nas unidades de produção, uma vez que essas plantas são mais rústicas que hortaliças convencionais, aptas na etapa inicial de regeneração do ambiente com princípios agroecológicos e demandam baixo aporte de recursos externos e capital. 

 A diversidade de atores envolvidos e a comunicação digital em tempos de pandemia fez aflorar a troca de saberes, a ‘tirada de dúvidas’, a rede de troca de sementes, mudas e produtos agroecológicos, encadeando circuitos curtos de comercialização, com diversidade de produtos e inclusão de pessoas que ainda estão à margem do mercado. 

No ano de 2021, com o apoio do WRI - os membros da Rede Agroflorestal realizaram um trabalho de identificação do perfil de seus integrantes, dos impactos dos SAF na paisagem e na soberania alimentar e nutricional nas famílias. O objetivo desse artigo é apresentar a metodologia e o resultado da pesquisa como subsídio a elaboração de um Plano de Ação. A hipótese é de que os SAF restaurem a paisagem e proporcionem aumento da segurança alimentar e nutricional das comunidades atendidas (REDE AGROFLORESTAL, 2021). 


Metodologia 

Essa pesquisa foi concentrada nas experiências agroflorestais no Vale do Rio Paraíba do Sul que se estende por 290 km ao longo deste rio, abrangendo localidades interioranas da Serra da Mantiqueira e Serra da Bocaina, além de Litoral Norte. 

 Para levantar as prioridades para o Plano de Ação, questionários foram elaborados com aplicativo de gerenciamento de pesquisas para agricultores. A fim de superar a exclusão digital e/ou a baixa escolaridade formal, três facilitadores treinados visitaram quatro assentamentos de reforma agrária, preenchendo os formulários impressos e digitalizando os dados. Um termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado ou gravado em cada entrevista, autorizando o uso de imagens e a reprodução dos relatos. 

Resultados da frequência relativa ou absoluta são apresentados em gráfico explosão solar. 


 Resultados 

Com base em 71 respostas verifica-se que 51% dos responsáveis pela produção de alimentos têm idade entre 36 e 55 anos, há equilíbrio nas relações de gênero no manejo agroflorestal e mais da metade provém de fora do estado de São Paulo; 50,6% possuem escolaridade formal até o ensino médio e 46,5% do ensino técnico à pós-graduação (Figura 1). 

Figura 1. Identidade dos membros da Rede Agroflorestal. São Paulo (estado), Brasil. 2021. 

Metade das pessoas que produzem alimentos têm outra ocupação, o núcleo de produção em 70% dos casos é composto por duas a quatro pessoas e a mão de obra familiar predomina (46%). A renda provém da agrofloresta e da agricultura em 47% dos casos (Figura 2). 

Figura 2. Características dos núcleos da Rede Agroflorestal. São Paulo (estado), Brasil. 2021. 

Os SAF estão presentes em 18 municípios do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Serra da Bocaina e Litoral Norte, com destaque para os núcleos nos assentamentos de reforma agrária em São José dos Campos, Tremembé (2) e Lagoinha, com 61 iniciativas. A maioria das propriedades rurais têm entre 12 e 48 hectares (68%) e a paisagem está principalmente degradada ou em estágio inicial de regeneração (54%). Nas áreas de SAF, a regeneração natural e a ocorrência de fauna são iguais ou superiores ao entorno (Figura 3). 

Figura 3. Características das propriedades rurais e efeitos dos SAF na paisagem. São Paulo (estado), Brasil. 2021. 

Figura 4. Tipologias de sistemas agroflorestais nas unidades de produção dos membros da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba. São Paulo (estado). Brasil. 2022. 


Discussão 

Atualmente, há um desafio de produzir alimentos em tempos de mudanças climáticas com períodos de seca cada vez mais extensos, em paisagens degradadas pelas ações humanas. Nesse cenário, a Agroecologia trouxe conhecimentos para o planejamento e o redesenho de agroecossistemas baseados nos princípios da ecologia (GLIESSMAN, 2018). 

 Nesse campo da ciência, o manejo dos recursos naturais é uma ação social coletiva que gera e dissemina tecnologias para novas formas de produção e consumo sustentáveis que contribuem na redução dos efeitos da crise ecológica da sociedade contemporânea (GUZMÁN et al., 2013), transformando agricultores em promotores da restauração da paisagem com sistemas produtivos menos dependentes de insumos externos (STEENBOCK et al., 2013). 

Em 2011 a Rede Agroflorestal surgiu de mutirões agroflorestais que reuniram pessoas vinculadas à reforma agrária e ao novo rural com o objetivo de praticar e disseminar os SAF para restaurar a paisagem na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. 

Em uma análise dos espaços cultivados com SAF, constata-se novas relações entre agricultores e a paisagem, que transformam a terra degradada, recoberta com capins, em solo fértil e produtivo. Dar continuidade e fortalecer a articulação entre essas iniciativas é um passo no desenvolvimento da agenda de restauração. Ainda há 46,5% de áreas aptas para a agrossilvicultura nesta região (PADOVEZI et al., 2018). 


 Conclusões 

As informações obtidas no levantamento confirmam a importância dos SAF na geração de renda e inserção dos agricultores familiares na regeneração da paisagem do Vale do Paraíba. 


Literatura citada 

Gliessman S. Defining agroecology. Agroecology and Sustainable Food Systems, v. 42, n. 6, pp. 599–600, 2018. 

Guzmán E. S., Woodgate G. Agroecology: foundations in agrarian social thought and sociological theory. Agroecology and Sustainable Food Systems, v. 37, n. 1, pp. 32– 44, 2013. 

Padovezi A et al.. Oportunidades para restauração de paisagens e florestas na porção paulista do Vale do Paraíba: Plano de Desenvolvimento Florestal Territorial para a porção paulista do Vale do Paraíba. Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, Programa Nascentes, Porto Alegre: Ideograf, 2018. 132 pp.

 Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba. 2022. Plano de Ação da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba. Orgs.: Devide ACP, Lopes P, Camilo LB, Ferreira TG, Oliveira MF. São Paulo, Brasil: 2021. 57 pp. Relatório técnico. 

Steenbock W, Vezzani FM. Agrofloresta: aprendendo a produzir com a natureza. Curitiba: UFPR, 2013. 148 p. il.




8 de fev. de 2023

Cultivos agrícolas sustentáveis como proposta de Serviços Ecossistêmicos e o resgate cultural no Vale do Paraíba (SP)

 Autora: Renata Egydio C.C. Manço.

Em 2019, fotografando e ajudando nos relatórios do Projeto FAPESP 2018/17044-4 que estava sendo desenvolvido o Vale do Paraíba, sob o título - Avaliação de Crescimento e Produção de Espécies Florestais Nativas e Culturas Usando Modelos 3-PG e YieldSafe, coordenado pela Prof.ª Dra. Maria Teresa V. N Abdo, conheci as agroflorestas do Vale e a REDE AGROFLORESTAL. Me apaixonei pelos Sistemas Agroflorestais (SAF). Minha frase predileta é: A AGROFLORESTA É A MAIS SUSTENTÁVEL DE TODOS OS CULTIVOS.

 
Imagem de plantio de guanandi (Calophyllum brasiliense) do Viveiro de Mudas Mata do Vale - Lagoinha, que apoiou o projeto recebendo a equipe para determinação de carbono nas árvores (2022).

Rabisquei um projeto e fui tentar fazer um doutorado (terceira tentativa) na Universidade de Araraquara (UNIARA), por possuir um Programa em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, multidisciplinar e aceitar uma jornalista estudando SAF. Tenho como orientador o Prof. Dr. José Maria Gusman Ferraz e coorientadora a Dra. Maria Teresa, a grande incentivadora desse projeto.

Orgulhosíssima por nascer e estar novamente vivendo num "Vale Agroflorestal", diferente de todas as outras regiões desse País, queria conhecer melhor os SAF, os agrofloresteiros, os cultivos, o que mudou na vida dos agricultores e agricultoras que mudaram para esse tipo de cultivo e a partir dessa transição, identificar os serviços ecossistêmicos gerados, visando sugerir políticas públicas com vista ao fortalecimento da agricultura familiar, segurança alimentar e segurança hídrica, resgatados pela preservação e incentivo de plantio de espécies da Mata Atlântica nos sistemas de cultivo local.

Equipe de trabalho determinando a fotossíntese em cúrcuma no sub-bosque de um SAF na APTA Vale do Paraíba em Pindamonhangaba (2022).

Para essa pesquisa vou utilizar os dados do Questionário do Plano de Ação da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba (2021), elaborado com apoio do WRI, para caracterizar e mostrar a evolução dos SAF no Vale e fazer uma linha do tempo de 2011 até 2021, com ajuda de fotos de satélite e dos mapas da rede MapBioma de Mapeamento.

O Plano de Ação da Rede Agroflorestal é o documento que baliza a estruturação da Rede para fortalecer os SAF, a agricultura familiar e a agroecologia no Vale do Paraíba.

Além disso, como o projeto FAPESP 2018/17044-4 ajudou com insumos 35 agricultores que estavam implantando SAF durante a pandemia de Covid-19, esses atores fazem parte do meu “universo amostral” para aprofundar minhas pesquisas. Em São Luiz do Paraitinga, serão abordados 12 pequenos proprietários rurais que utilizaram como técnica de reflorestamento o plantio direto de mudas e tiveram acompanhamento e capacitação da SIMA - Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente ppor meio do Projeto Conexão Mata Atlântica. Em Lagoinha, serão entrevistados 15 agricultores do Assentamento  Egídio Brunetto que usaram a técnica da muvuca de sementes para a formação dos SAF, com o auxílio da Rede Agroflorestal e, em Cunha serão 8 agricultores que fazem parte da Associação de Produtores de Cunha (APAC) que foram preparados e acompanhados pela OSCIP SerrAcima para a transição agroecológica, e fizeram plantio direto de mudas em encostas de morros.

Essa pesquisa tem três vertentes:  o estudo dos Serviços Ecossistêmicos (SE) em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); O resgate cultural, onde será pesquisado a utilização da produção dos SAFs implantados nas três cidades na alimentação, na comercialização e beneficiamento e, será avaliada as percepções dos agricultores frente a todas as mudanças ocorridas nessa transição agroecológica.

Equipe do projeto na APTA Vale do Paraíba em Pindamonhangaba - SP (2022).

Para fazer todas as análises elaborei dois roteiros de entrevistas, um para os 35 agricultores e o outro para os técnicos que acompanharam o desenvolvimento dos SAFs. Com as respostas dessas entrevistas e os dados liberados pela Rede Agroflorestal e pelo Projeto Conexão Mata Atlântica muitas análises serão feitas, destacando a análise multivariada, que é uma técnica analítica que usa informações de várias fontes, simultaneamente, para obter uma imagem mais completa e mais otimizada do ambiente e mostrar a interdisciplinaridade existente entre todas essas questões.

No final do trabalho e com os dados analisados a ideia é elaborar uma proposta de política pública municipal para o fluxo da produção dos SAFs e, um livro de receitas com produtos agroflorestais, da cultura local.  Preciso da ajuda de vocês!!!!!

Renata Egydio C. C. Manço, autora da pesquisa é jornalista científica e trabalhou na assessoria de imprensa da CETESB e depois no Comitê de Bacias do Rio Paraíba do Sul. Em 2018 encontrou a Dra. Maria Teresa numa reunião do Comitê e logo começou a participar do projeto que ela coordenava no Vale do Paraíba.


Imagens: Renata Egydio e Antonio Devide

Revisão e edição para o blog: Antonio Devide - pesquisador da APTA Regional de Pindamonhangaba

20 de jan. de 2023

NOTA DE REPÚDIO

Lucas Lacaz Ruiz / A13

Nós da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba repudiamos os atos antidemocráticos, terroristas e de vandalismo, cometidos contra a Democracia e aos patrimônios públicos e privados, seja através do bloqueio de rodovias, o discurso de ódio, divulgação de fake news, aos acampamentos de extremistas em frente dos quartéis, a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022 e a tentativa de golpe de estado contra os três Poderes Constituídos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. 

 Defendemos a Democracia e acreditamos que ela seja o caminho mais seguro para uma sociedade com justiça social, agroecologia, proteção da biodiversidade e dos povos originários, valorização da  cultura e da ciência, e promoção da reforma agrária, dentre outros valores de uma sociedade democrática que são inegociáveis.