Responsáveis:
Dr. Antonio Carlos Pries Devide (APTA)
Dr. Domingos Savio Rodrigues (Instituto de Botânica - IBot)
Relatora: Déborah Moreira (CETESB)
O módulo implantado fica anexo a uma área de pesquisa com SAF gerida pelo pesquisador do IBot Clóvis José Fernandes de Oliveira Junior, onde desenvolve a avaliação de plantas medicinais e o efeito do manejo de culturas de cobertura no aporte de matéria orgânica e nutrientes, bem como os impactos no solo. O Dr. Clóvis é um dos membros fundadores da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba que teve início nas atividades nos idos do ano de 2012.
Área de pesquisa com SAF gerida pelo pesquisador Clóvis José Fernandes de Oliveira Junior |
A
atividade iniciou com todo o grupo unido em roda, sob as árvores próximas ao
local de plantio, ao som das cigarras e passarinhos......
Além dos participantes do Curso três trabalhadores contratados pelo IBot tiveram valiosa colaboração nas explicações de culturas tradicionais tais como cará, macaxeira, feijão de corda. |
Foram
demarcados 4 módulos de 5 linhas (8m de comprimento) com espaçamento de
aproximadamente 1m.
Distribuição
dos módulos na área de plantio:
MÓDULO 1
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MÓDULO 2
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MÓDULO 3
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MÓDULO 4
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Distribuição
aproximada das espécies plantadas no módulo:
1ª linha
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2ª linha
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3ª linha
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4ª linha
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5ª linha
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Guandu
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Mandioca +
feijão de porco
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Milho + mamona
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Mandioca +
feijão de porco
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Banana
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Guandu
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Banana
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Mandioca +
feijão de porco
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Guandu +
crotalária
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Mandioca +
feijão de porco
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Quiabo
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Guandu
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C
O
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Feijão de
corda
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Batata doce
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Q
U
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Batata doce
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Guandu
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Quiabo+ Feijão
de corda
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Mandioca +
feijão de porco
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E
T
E
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Mandioca +
feijão de porco
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Gliricídia +
cará moela
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Guandu + cará
moela+gliricídia
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Cana
Mandioca +
feijão de porco
|
L
|
Cana
|
Mandioca +
feijão de porco
Mandioca +
feijão de porco
|
Guandu
Quiabo
Feijão de
corda
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Guandu
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Batata doce
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D
E
|
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Mandioca +
feijão de porco
|
Guandu
|
Banana
|
Mandioca +
feijão de porco
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S
E
M
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Milho + mamona
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cana
Batata doce
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Feijão de
corda
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Guandu
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Mandioca +
feijão de porco
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E
N
T
|
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Mandioca +
feijão de porco
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Guandu
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Araruta ou zedoária
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Mandioca +
feijão de porco
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E
S
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Guandu +
crotalária
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Mandioca +
feijão de porco
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Banana
açafrão
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Observações:
- carro-chefe do plantio:
bananeira;
- tipos de bananas plantadas:
platina, nanicão, prata, IAC 2001, conquista;
- tipos de cana de açúcar
plantadas: 3046, 5000, 4039;
- espécies que compuseram o
coquetel de sementes: mamona, sorgo vassoura, feijão de corda, tefrósia, feijão
de porco e quiabo;
- porções das plantas
utilizadas no plantio: raiz e rizomas (batata doce, açafrão, araruta, zedoária, cará),
rama (mandioca, cana), mudas (banana, árvores, PANCs), estaca (gliricídia), sementes
(coquetel, guandu, crotalária);
- mudas de espécies arbóreas
plantadas: jatobá (plantado no canto, no módulo 1), pitanga, araçá, uvaia,
cereja da mata, jabuticaba, cabeludinha, araçá-piranga (frutíferas), além de
angico, babosa branca, amora, ingá, araribá e eritrina (serviço);
Identificação das espécies para posterior plantio: ênfase em frutas nativas da família Myrtaceae |
Foram implantados quatro módulos (faixas) e mais um anexo de PANC.
- no módulo 1 foram
plantadas mudas de PANCs, em linha: vinagreira verde, capuchinha, ora-pro-nobis,
almeirão, vinagreira–roxa;
- no local havia um sauveiro grande (em especial sob os módulos 3 e 4).
Localização aproximada da
área de implantação do SAF (em amarelo), delimitado sobre imagem disponível no
Google Earth.
Pela imagem, conclui-se que
o módulo 1 se localiza na porção oeste do plantio (área de ocorrência das saúvas) e o módulo 4,
na porção leste (onde se plantou o jatobá).
Relatora: Déborah Moreira
Bióloga, Mestra e Doutora em Ecologia (Ecossistemas Terrestres), pelo Instituto de Biociências - USP. Trabalhou no desenvolvimento de modelos alométricos para a estimativa de fitomassa epigéa de floresta (mata ciliar, mata atlântica) e desde 2011 atua na CETESB, no licenciamento ambiental, na Agência Ambiental de Guarulhos (Av. Papa João XXIII, 219, Bosque Maia, Guarulhos).
Relato pessoal: Há muitos anos leio sobre as experiências com sistemas agroflorestais, porém nunca havia tido a oportunidade de participar ou fazer um curso. Nos últimos anos, acompanhando processos de restauração de áreas degradadas (TCRAs), tenho visto que os métodos tradicionalmente aplicados (plantio de mudas de espécies nativas, iniciais e tardias....) não vêm trazendo resultados satisfatórios, na maioria dos casos. Entendo que tais métodos não promovem a restauração dos processos básicos do funcionamento dos ecossistemas, daí o insucesso. No entanto, continuam sendo propostos nos processos de licenciamento ambiental, sendo raros os projetos de recuperação de áreas degradadas utilizando outros métodos. Conhecendo os SAFs, acredito que devam ser mais amplamente utilizados. Assim sendo, tenho buscado conhecer mais desse assunto, a fim de poder melhor avaliar e recomendar sua utilização nas propostas de compensação ambiental.
Revisão e adaptação para blog: Antonio Devide - Pesquisador da APTA
Imagens: Déborah Moreira e Antonio Devide
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