24 de nov. de 2019

ACONTECEU: MUTIRÕES AGROFLORESTAIS NO VALE DO PARAÍBA

TREMEMBÉ
Data: 23/11/2019
Local: Sítio Beija Flora, Assentamento Olga Benário
Agricultores: Carmem Faria e Valdir Nacimento
Objetivos: manejo e introdução de espécies: café, jatobá, inga, feijão de corda, quiabo, margaridão e boldo do chile






















Relato fotográfico: Carmem Faria Nascimento


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TAUBATÉ

Data: 16/11/2019
Local: Ares da Piloa, em parceria com Mata do Mani
Agricultores: Tiago Prota, Giovana Soares, Anderson

Objetivo: iniciar a implantação do primeiro SAF em uma área de 250m² 


Atividade: implantação de SAF biodiverso bem adensado com aproximadamente 25 espécies de árvores nativas e exóticas em linhas. 


Nas entrelinhas das árvores foram plantados canteiros com sorgo, milheto e capim mombaça para a produção de matéria orgânica no local. 


Nos 750m² restantes serão plantadas 2 ou 3 linhas de árvores entre os canteiros de hortaliças. Essa área se destina a produção de hortaliças para o atendimento das demandas da CSA de Taubaté. 


O trabalho coletivo possibilitou fundar a primeira CSA de Taubaté em outubro/2019 e hoje em dia o trabalho envolve 17 famílias de co-agricultores. 


Relato: Tiago Prota


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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Data: 23/11/2019
Local: Sítio Guapuruvú, Lote 51 - Assentamento Nova Esperança
Agricultores Adagilson, Lúcia


Relato Mutirão no Assentamento Nova Esperança São José dos Campos, lote Adagilson.


LOCAL
No dia 09 de novembro, uma manhã chuvosa e nublada, reuniram - se no Projeto de Assentamento Nova Esperança em São José dos Campos mais um grupo desejoso em promover e experienciar o contato e o trabalho com a terra através da implantação de mais um SAF- Sistema Agroflorestal.  A experiência coletiva, o trabalho compartilhado, a disseminação dos conceitos e da filosofia da agroecologia preenchem a atmosfera e significam o momento.  

PARTICIPAÇÃO POPULAR
Mutirão articulado pelas companheiras e companheiros do assentamento em parceria com representantes do Parque Vicentina Aranha, onde realizam feira agroecológica semanalmente. Também estiveram presentes integrantes da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba e do Coletivo Sustentabilidade de São José dos Campos, demonstrando a potencialidade do que é trabalhar em redes e conseguir integrar os atores sujeitos dos distintos territórios.
Antes de ir pro campo todas e todos reunidos compartilham um café e em seguida partem para área onde será implantado o SAF. É feita uma breve explanação e diálogo sobre o desenho planejado e determinado previamente pelos que elaboraram o mutirão, a fim de participar a todos antes do momento prático.

HISTÓRICO DO GRUPO
 O lote é o do agricultor Adagilson que já vem trabalhando com agrofloresta desde as primeiras ações da Rede Agroflorestal neste assentamento em meados de 2012, portanto uma área de experimentação e produção em sistema agroflorestal.
O grupo participante do mutirão é composto por diversos sujeitos com distintas experiências e contato com a terra, perpassando desde pessoas que tiveram o primeiro contato no mutirão até pessoas que tem uma longa caminhada de trabalho com a terra. Unindo e conectando os propósitos se reúnem para celebrar a terra e cuidar dela e juntos compartilhar experiências e saberes formando uma fraterna rede de troca.

PLANEJAMENTO E ATIVIDADE
A área já estava pré-preparada por implemento mecanizado e dividida em quatro linhas, sendo duas maiores aproximadamente (42m) e três menores (18m). 
Nas linhas foram plantados de 6 x 6 metros bananas, com eucalipto no mesmo berço, com a função de planta de serviço, entre as bananas 5 árvores seguidas sequencialmente, um ingá e no mesmo berço um coquetel de sementes com jatobá, sabão de soldado, juçara, entre outras, além de estacas de gliricídia que vieram da APTA.

As árvores do futuro, ingá e a gliricídia como plantas de serviço; depois uma nativa – cedro, ipê, aldrago; um citrus ou Cambuci; uma frutífera de estrato alto – manga, abacate, jenipapo e uma frutífera de estrato baixo – cabeludinha, uvaia, pitanga. 
Nas laterais das linhas das árvores foram plantados inhame em ambos os lados e mandioca de 1 x 1 metro com quiabo entre as árvores. As mudas foram produzidas pelo casal Carmem e Valdir, assentados da reforma agrária na Comuna Olga Benário, onde desenvolvem atividades como coletores de sementes florestais e produção de mudas.
Não houve inserção de insumos externos, apenas o recurso que já existia no organismo agrícola (cinza de fogão, esterco) e os resíduos de podas de árvores do município de São Jose dos Campos que o agricultor recebe da prefeitura e usa para enriquecer seu sistema agroflorestal.

INSTRUTOR
O educador popular Valdirzinho (Valdir Martins) foi quem orientou o mutirão e compartilhou com o grupo o que sabe e aprendeu nesses anos de agrofloresta e agricultura, buscando através da prática do aprender fazendo possibilitar aprendizagem, somando-se ao conhecimento de outros que também partilham da ciência da agrofloresta.

AVALIAÇÃO
O trabalho fluiu muito bem e pontualmente ao meio dia encerrou-se a atividade de campo e seguiu-se para o almoço agroecológico e avaliação da atividade. O almoço, como sempre, muito farto e saboroso, próprios da abundância que a terra nos oferece e das mãos amorosas que cultivam a terra e preparam o alimento.
Ao final, uma roda de avaliação com o compartilhamento dos olhares e impressões de cada um, sugestões para elaboração dos mutirões e construção de calendário no assentamento.

PARCERIAS
*Prefeitura Municipal de São José dos Campos – doação de mudas e fornecimento dos resíduos de poda para cobertura do solo (cavaco) e produção de cinzas (fertilizante).
**Parque Vicentina Aranha – articulação popular dos frequentadores/consumidores da Feira Agroecológica para participar dos mutirões agroflorestais.
***APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, tem sido parceira por meio de pesquisadores que lá atuam, e seus projetos de forte impacto, como o Vitrine Agroecológica (recursos da FUNDAG) desenvolvido com pesquisadores do Polo Regional Vale do Paraíba de Pindamonhangaba e o projeto AVALIAÇÃO DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS E CULTURAS USANDO OS MODELOS 3-PG e YieldSafe (recursos da FAPESP), que mantém um bolsista vinculado ao Polo Regional Centro-Oeste de Pindorama. Esses projetos apoiam a infraestrutura dos mutirões e visam ampliar as áreas com sistemas agroflorestais na bacia hidrográfica do Paraíba do Sul.

****Instituto Auá – manutenção de bolsista em projeto de coleta de sementes e marcação de matrizes de frutas nativas com a elaboração de inventário sobre a ocorrência dessas espécies no Vale do Paraíba. Recursos da Fundação Banco do Brasil (Ecoforte). 


Relatora -Mariana Pimentel Pereira
Revisão -Thiago Ribeiro Coutinho

Fotos-Lucas Lacaz

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