4 de fev. de 2014

REGENERAÇÃO AGROFLORESTAL DE OLHO DÁGUA

Mutirão Agroflorestal no Assentamento de Reforma Agrária Nova Esperança I, Vargem Grande, São José dos Campos/SP

Data: 17/01/2014


Objetivo: Preparar agricultores familiares, profissionais de assistência técnica, ensino, pesquisa e extensão rural para instalar e manejar sistemas agroflorestais (SAFs) adotando a metodologia participativa de mutirão agroflorestal.

Contexto local: a família da dona Diurene e do seo Gaminha habitam a parte alta de uma microbacia onde tenta cultivar um pomar, parte perdida para o fogo. A área mais baixa é alagada, tem uma nascente e um lago onde as crianças pescam; na área ciliar há uma horta.
        Vista da propriedade com destaque do solo preparado para o SAF.



Recursos genéticos de planejamento


Escolha da área: 1) contenção da erosão do solo e proteção do olho d’água. Devido à alta umidade do fundo do vale, há maior resiliência em relação à área de topo (pomar), onde o fogo é feroz.

Problemas: o casal relatou que no assentamento só havia toco de eucalipto, depois a terra foi arada e tomada pela braquiária, que quando seca, queima.
O solo arenoso de fraca estrutura e queimado, descoberto e exposto à enxurrada erode assoreando a nascente. 

Vista do SAF após o plantio, ao fundo o lago.

Programação: oficina de implantação de SAF através de mutirão agroflorestal, reunião de avaliação, informes e encaminhamentos para organização do MST.

Breve resumo: O Mutirão Agroflorestal contou com 20 participantes e consistiu do planejamento participativo e implantação de um SAF de 3.000m²
com linhas de bananeiras alternadas inicialmente com canteiros de hortaliças e cota acima, em solo exposto em terreno inclinado, com linhas de árvores madeiráveis de diferentes estratos intercaladas com frutíferas.
As bananeiras BRS Conquista e IAC 2001 (4x4m) foram divididas em duas quadras visando multiplicação e distribuição de perfilhos aos assentados.
Nas entrelinhas foram plantadas espécies florestais intercaladas com frutíferas, para formar um sistema biodiverso multiestrato. Em todas as entrelinhas de bananeiras e entre as linhas de milho se plantou adubação verde (guandu, mamona Preta, tefrósia, sorgo).


Croqui:







Relação de espécies implantadas no SAF biodiverso multiestrato:
Banana (4x4) com araruta e açafrão
Lado direito da área – banana Conquista
Lado esquerdo da área – banana IAC 2001

Arvores diversas (entre linhas da banana, na linha a cada 2 metros)
Abacate – 4
Acerola
Aldrago (adubadeira) – 10
Amendoin do campo -1
Anonácea – 2
Araçá boi – 3
Araçá do campo – 2
Araucária – 2
Balsamo – 4
Baru – 1
Cabeludinha - 1
Café – 7
Cássia
Castanha do maranhão (manguba) – 2
Dedaleiro – 4
Embaúba – 2
Goiaba - 15
Goiaba roxa -1
Guanandi – 50
Ingá - 2
Ipê – 2
Jabuticaba – 1
Jatobá
Manga – 1
Mogno – 20
Nêspera – 2
Oiti (adubadeira) – 6
Palmito da serra – 1
Pau-brasil – 2
Pitanga
Saboneteiro – 7
Sangra dágua
Santa Bárbara –
Sapucaia - 4
Sibipiruna – 2
Triplaris – 3
Urucum – 2
Uvaia – 1

Culturas anuais:
Milho (linha das árvores)
Mandioca (apenas para tirar ramas plantada na parte superior da área e na parte de baixo, açafrão no lugar da mandioca)
Açafrão

Culturas semi-perenes
Vinagreira
maracujá – mudas plantadas nos tocos das árvores queimadas.

Plantas adubadeiras:
Margaridão: na parte de cima onde o solo é mais seco foi plantado deitado e na parte baixa, em pé. A estaca em pé tem raízes mais profundas, porém até o total pegamento, a muda é frágil e qualquer esbarrão prejudica o pegamento, enquanto que a estaca deitada demora mais para brotar, porém apresenta número maior de brotações.

Coquetel de adubação verde - feijão de porco, girassol, guandu, tefrósia, mamona, milho, crotalária

AVALIAÇÃO
O público do mutirão foi 30% menor em relação ao habitual. Para muitos, isso resultou em eficiência no processo, melhor organizado. Diurene e Gaminha estabeleceram um pré-desenho na área pré-coveada para a banana (cultura raiz) e souberam repassar isso no planejamento participativo. Para os próximos mutirões deve ser elaborado o croqui em papel pardo para ficar registrado e memória do módulo agroflorestal.



Confraternização.




Facilitador: Antonio C. P. Devide - pesquisador da APTA
Fotos: Imagens cedidas por Silvia Cardinalle do IBS - Instituto Biosistêmico
Relator: Clóvis Oliveira- pesquisador do Instituto de Botânica
Revisor: Antonio Devide (APTA)

REALIZAÇÃO:




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