26 de nov. de 2014

PARTICIPAÇÃO DA REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA NA FEIRA DE SEMENTES DE CUNHA/SP DIAS 15 E 16/11/2014


A Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba participou da IV Feira de Trocas de Sementes Crioulas e Mudas em Cunha/SP nos dias 15 e 16 de novembro com assentados e assentadas da reforma agrária do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de São José dos Campos e Tremembé, agricultores familiares da Associação de Produtores Ecológicos de Pindamonhangaba e um corpo técnico envolvido em diversos projetos focados na agroecologia. Esse público compartilhou as sementes crioulas, mudas, saberes e sabores juntos com famílias agricultoras, quilombolas, indígenas de Cunha, Silveiras, Lagoinha, São Luiz do Paraitinga, Paraty, Ubatuba e de diversas outras regiões do país.
Público na abertura da IV Feira de Sementes Crioulas e Mudas de Cunha/SP (2014).

A IV Feira de Trocas foi organizada por 19 famílias do Grupo de Agricultores Familiares Agroecológicos de Cunha em parceria com a OSCIP SerrAcima – Associação de Cultura e Educação Ambiental, que atuam desde 1999 promovendo a agroecologia, levando em conta a proteção das nascentes, a conservação da Mata Atlântica, os sistemas agroflorestais, a geração de trabalho e renda, o combate ao êxodo rural e a inclusão social, valorizando a identidade e manifestações culturais das comunidades e a garantia de direitos. A Feira teve o propósito de celebrar as sementes da vida, articular e fortalecer as experiências agroecológicas da região e partilhar com a sociedade essas experiências.

Relatam os organizadores: “a IV Feira de Sementes Crioulas e Mudas resgatou um trabalho milenar dos agricultores que conservam essas sementes e mobilizou a população para defender essa herança e para lutar contra as forças que tentam impedir a reprodução dessas sementes. Selecionadas pelos trabalhadores do campo, adaptadas aos ambientes marginais, essas sementes são mais resistentes e menos dependentes de insumos externos, fazem parte da identidade de grupos familiares e garantem a diversidade alimentar e a biodiversidade. Ao falarmos em sementes crioulas, falamos também de raças e mudas e de uma grande diversidade genética que as famílias mantiveram ao longo da história. Combatidas pelo agronegócio e grandes empresas de sementes, em muitas regiões estas já não se encontram mais.

A participação da Rede Agroflorestal na Feira em Cunha foi importante, pois, incentivou o resgate desse patrimônio genético e dos saberes locais quase extintos nas terras baixas do vale. Assim, as sementes crioulas estão sendo reintroduzidas por meio dos mutirões agroflorestais (SAF) onde o ‘Ciclo do Café’ gerou um quadro de degradação ambiental e que nos dias atuais abrange toda a região do Vale do Paraíba, agravado pela atividade de pecuária extensiva e a monocultura do eucalipto.


Representaram a Rede Agroflorestal na troca de sementes: Evandro Paiva com sementes florestais, Sylvia Salles e Cristina Castro (APTA/SAA), Cláudio Macedo (APEP) e  MST (Valdir Martins, Dalva e Zefa do Assentamento Nova Esperança de São José dos Campos/SP).

Mas a IV Feira de Sementes Crioulas de Cunha não se limitou apenas às trocas de sementes. Reuniu em torno de 300 pessoas de diferentes regiões e sua rica programação abrangeu três rodas de diálogos de experiências, com a participação da ANA – Articulação Nacional de Agroecologia, do Fórum de Comunidades Tradicionais, da Rede SANS – Rede de Soberania de Segurança Alimentar, do CONSEA – Conselho de Segurança Alimentar, do Projeto Viveiros da Akarui, do Grupo Coletivo Triunfo (Centro – Sul do Paraná), do Projeto Regeneração: religando o homem à natureza da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba e do Projeto Juçara do IPEMA – Akarui.
Roda de diálogos 3: Bruno (Rede SANS), Akiko (Akarui) e Laura (Fórum de Comunidades Tradicionais) abordaram os temas - segurança e soberania alimentar, viveiros florestais e territorialidade, cultura e agricultura tradicional.

Oficinas sobre as Mulheres na Agroecologia, Hortaliças Não Convencionais (PANC), Homeopatia na Agroecologia, Multiplicação e Armazenamento de Sementes Crioulas e Visitas às experiências de transição agroecológica marcaram a capacitação e a troca de experiências.
A pesquisadora (APTA/Rede Agroflorestal) Cristina Castro 'trocando' ideias sobre PANC com Washington Mourão (Projeto Juçara IPEMA - Ubatuba).

Atividades culturais contaram com apresentações de Congada, Maracatu Palmeira Imperial, Jongo do Quilombo do Campinho, dos músicos Luis Perequê, o violeiro Noel Andrade e o grupo Paranga. Para a Criançada, atividades abrangeram o artesanato com palha de taboa com a comunidade Quilombola, canto indígena do povo Guarani da Aldeia Araponga e preparo de bombas de sementes a partir de coquetel de sementes misturadas à argila.

Cultural com crianças e quilombolas fazendo artesanato com taboa em praça pública.

A organização da Feira agradeceu o apoio dos parceiros: Fórum de Comunidades Tradicionais Quilombolas, Indígenas e Caiçaras, Angra, Paraty, Ubatuba; Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba; IPEMA; AKARUI; Articulação Paulista de Agroecologia (APA), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Grupo de Trabalho de Mulheres da ANA, Grupo de Trabalho de Mulheres da APA, Rede SANS CONSEA-SP, artistas e grupos culturais, companheiros Denis (secretaria executiva da ANA), Ronaldo (Fórum de Comunidades Tradicionias Quilombolas, Indígenas e Caiçaras, Angra, Paraty, Ubatuba), André (AS-PTA), Ana Gualberto, Anna Cecília Cortinez, Antonio Devide, Cristina Castro, Augusto Santiago Cajú, Erika Braz, Fabio Reis, Katia Rodriguez, Thereza Dantas, Eduardo Dinapoli, Marcela Arantes, Adilsa do Campinho, Juninho de Ubatumirim, Nina Pinheiro, Sheyla Saori, Fernanda Ribeiro, Líliam Telles, Cristina (pousada Vila Rica), Isabel Cristina Mota (Secretaria de Agricultura de Lagoinha), Priscila Menezes (CATI-Cunha), Maria Amália, Dulce Maia, Fabiana Miranda, aos apoiadores: Escola Carlito Maia, Escola Casimiro da Rocha, Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, FIOCRUZ, Associação comunitária de Ubatumirim- Ubatuba, Prefeitura de Ubatuba, Prefeitura de Cunha, Secretaria de Educação de Cunha, Secretaria de Cultura de Cunha, Secretarias de Agricultura de Silveiras e Lagoinha e ao patrocínio da Petrobras, o nosso muito obrigada!!

Equipe SerrAcima site oficial: http://www.serracima.org.br/
Acompanhe no facebook: 
https://www.facebook.com/serracima

21 de nov. de 2014

MUTIRÃO AGROFLORESTAL NA FAZENDA NOVA GOKULA, EM PINDAMONHANGABA/SP


Data: 26/11/2014



Resumo: O mutirão agroflorestal ocorrerá na Fazenda Nova Gokula em Pindamonhangaba, que é a sede de um dos maiores templos Hare Krishna de toda a América do Sul. Será um marco para a região, pois, o bairro do Ribeirão Grande, em Pindamonhangaba, sofre com a contaminação dos mananciais por efluentes diversos. A atividade é organizada pelo casal Thiago e Katiane Junqueira e Gouralila Gonçalves, que é a responsável pela adequação ambiental da área da fazenda. O objetivo da atividade é introduzir um SAF com agricultor@s locais orgânicos ou em conversão, trabalhador@s rurais assentad@s da reforma agrária, educador@s e técnicos de diversas áreas e empresas do setor. O trabalho ressalta o protagonismo desses atores, vinculados ao Projeto ‘Regeneração: religando o homem à natureza’, da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba. A metodologia de trabalho, desde a elaboração e implantação do SAF, é participativa e visa empoderar os participantes para a resolução dos problemas sócioambientais, apoiando-os com informações técnicas, acesso às coleções de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), adubos verdes e biodiversidade de espécies nativas e exóticas já cultivadas nos SAF em toda a região do Vale do Paraíba Paulista, com foco na fruticultura tropical nativa, como a juçara, cambuci, cabeludinha, araçá e outras espécies. Também, é um dos objetivos a troca e o compartilhamento dos recursos genéticos locais (sementes e mudas).
Programação
Manhã
8h Café caboclo
9-11h Mutirão agroflorestal com metodologia participativa visando à troca de informações, incorporando sugestões de manejo e novos sistemas de plantio. Formação de grupos de trabalho respeitando sempre os desejos d@s agricultor@s locais.
11-12h Avaliação
Tarde
12-14h Almoço agroecológico
14h Trocas de Sementes, Mudas e Revistas de Agroecologia
14:30h Reunião da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba


Endereço do Evento: Fazenda Nova Gokula, área da Vila Védica, espaço de Thiago, Katiane e Gouralila. Como chegar - Segue de Pindamonhangaba no sentido para Campos do Jordão, entra à direita para o Ribeirão Grande e acompanhe a sinalização para a Fazenda Nova Gokula, que fica na Estrada Jesus Antonio de Miranda s/n Bairro Ribeirão Grande, Pindamonhangaba – SP (há placas indicativas). Se possuir um aparelho GPS, insira as seguintes coordenadas: Latitude: 22°46’21.01″S Longitude: 45°27’51.65″O https://www.google.com.br/…/data=!3m1!1e3!4m9!4m8!1m5!1m1!1…
Colaboradores: IBS/INCRA, APTA-Polo Vale do Paraíba, Fz. Coruputuba, Faculdade Cantareira, Projeto Agroquintais, Sítio Terra de Santa Cruz, APEP – Associação de Produtores ecológicos de Pindamonhangaba, Prefeitura Municipal de Pindamonhangaba (Viveiro Municipal).
Público Alvo – agricultores, educadores, técnicos em geral, gestores públicos
Nº de vagas – 30 (fazer reservas pelo facebook da Rede Agroflorestal), levar ferramentas, sementes e mudas para plantio/troca.
PRÓXIMO MUTIRÃO:
-  10/12/2014 – Tremembé: agricultora familiar Márcia Barbosa dos Santos, Assentamento Olga Benário, Kanegae (22º54’37,35’’ S 45º34’10,82’’ W). Reservas fone: 99706-9427.

20 de nov. de 2014

RELATO DE CASO
MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO OLGA BENÁRIO
Sítio da família de ROSEMEIRE FIRMINO DE JESUSTREMEMBÉ/SP
Data: 12/11/2014 (quarta-feira)

Horário: 8-17h


Resumo da vivência do agricultor: a família de Rosemeire Firmino realiza a produção de subsistência em seu lote de reforma agrária, criam algumas cabeças de gado em áreas específicas, que estão cercadas. Rosemeire relatou que adequou à área destinada ao plantio do SAF e que deixou a faixa de mata nativa intocada nas terras baixas, conforme orientação técnica, que é onde realiza a captação de água em uma cacimba. Recentemente teve um problema com um vizinho que destocou a mata ao lado (está fora da área do assentamento) e queimou. Mesmo denunciando, não houve fiscalização. Assim, teme que a continuidade da degradação ocasione a queimada de sua mata nativa (reserva legal) e consequentemente seque sua nascente, que está preservada.

Confraternização e apresentações.

Resumo do mutirão
Preparo do solo: a área inicialmente escolhida para o plantio do SAF foi roçada e era a mesma em que o rebanho bovino pastava, situada cota acima da nascente, demandando o bombeamento elétrico da água para irrigação. Como adequou o uso do solo, cercou a área para o SAF. Rosemeire informou que o gado passaria para outra área ao lado e que forneceria o complemento alimentar no cocho. Em comum acordo, após um debate de ideias com os participantes do mutirão, decidiu-se por fazer a implantação do SAF mais próximo da nascente da propriedade, cuja intervenção está amparada por lei, para incrementar a recuperação ambiental e assim promover serviços ambientais para si, o meio ambiente e a sociedade como um todo.
Sistema Silvopastoril: realizou-se um debate para a readequação do local inicialmente destinado ao plantio do SAF e optou-se por elaborar um sistema silvopastoril para o local. O sistema consiste do plantio de linhas de árvores leguminosas (leucaena, ingás, anjicos, eritrinas e outras leguminosas cujas mudas foram disponibilizadas pelos participantes), em consórcio com espécies arbustivas (guandu, flemíngia, tefrósia e outras) em linhas (faixas de 2m de largura) equidistantes cerca de 5 a 10m entre si. Ou seja, faixas estreitas de árvores alternadas com faixas largas de forrageiras. Entre as faixas arbóreas (aléias), o cultivo anual de cana, capim Napier, outras gramíneas forrageiras ou mesmo mandioca amansa, por um ou dois anos, se possível, consorciado com cultura anual (feijão de corda, abóbora e outras). O material forrageiro deverá ser consorciado com as leguminosas trepadeiras (ex.: mucuna ou lab-lab), sendo que deste último se obtém as vagens verdes e os grãos secos para o consumo humano. O material cortado deverá ser fenado ou ensilado e fornecido como suplemento alimentar. Após o período, tendo as árvores se desenvolvido acima de 2,0m de altura, libera-se a entrada do gado para o pastejo. O solo está recuperado e há alimento de qualidade no inverno para o rebanho e no local. 
Exemplo de sistemas silvopastoril em Matanzas, Cuba, implantado há um ano. No fundo, leucena, gliricídia e moringa - gado pardo suisso

Sistema Silvopastoril na Estação de Pastos e Forragens Índio Hatuey, Cuba - leucena adulta e pastejo.

Sistema agroflorestal: instalado em uma roça de mandioca de 60 dias. A braquiária espontânea foi capinada previamente deixando-se as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), tais como, caruru, beldroega, major-gomes, serralha, mastruz, almeirão e outras, que possuem valor nutricional superior às hortaliças convencionais. Realizou-se o planejamento participativo do sistema e a divisão das pessoas em grupos. Foram plantadas linhas de banana (4x5m) alternadas com árvores frutíferas a cada 1,0m e nas entrelinhas, fileiras de mandioca intercalada com linha central de cana. Nos berços de banana plantou-se açafrão e espécies diferentes de ararutas. Coquetel de adubação verde foi introduzido em todas as linhas e nas cabeceiras das mandiocas. Há necessidade de se plantar estacas de margaridão em todas as falhas.
Divisão dos grupos e definição participativa do SAF.

Irineu na seleção de mudas nativas e exóticas - frutíferas, de crescimento rápido (pioneiras) e lento (secundárias e climax), Michele e Cristina.

Abertura de fileira de cana com adubação verde - Rosemeire Firmino, Maria Lucia e Regiane.
Avaliação: positiva, os grupos trabalharam de maneira organizada. Faltaram mudas de banana, que foram retiradas parcialmente do próprio local. Diurene Paulino e Valdir Martins levaram sementes para a troca.
Avaliação participativa e preparativos para a IV Feira de Sementes de Cunha/SP.

Diurene Paulino com sementes de feijão de porco para troca e compartilhar com próximos mutirões.

Visita à propriedade: após a avaliação e almoço, realizaram-se visitas a área do Seo Geraldo/Dona Ana, que já podem realizar o desbaste (milho, principalmente) e o plantio consorciado de quiabo nas entrelinhas. A outra propriedade da Dona Vera, que se encontra acamada, necessita do apoio dos companheiros para o manejo. Seu SAF está à espera do manejo, impossibilitado devido o frágil estado de saúde, que é grave!

Tecnologias em debate: conheceram o silvopastoril e revisitaram as PANC.




11 de nov. de 2014

Informe:

Nos dias 15 e 16/11 agricultor@s do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da APEP - Associação dos Produtores Ecológicos de Pindamonhangaba representarão a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba na IV Feira de Trocas de Sementes Crioulas e Mudas de Cunha e Região – contato: Serra Acima Associação de Cultura e Educação Ambiental Rua José Flamino Barbosa, 142 – Cunha – São Paulo – Brasil. Telefone: +55 (12) 3111-1744.


Relato de caso

MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP


DATA: 17/09/2014 horário: 8-17h - Lote nº 51 de Adagilson e Maria Lúcia


Relato do mutirão: Adagilson (PT) e Maria Lúcia apresentaram o sítio; o casal vive iminentemente da agricultura familiar. O lote está dividido em diversas parcelas, abrangendo horta orgânica, caprichosa roça de mandioca, pomar doméstico biodiverso entorno da casa e de citros adiante, além de áreas em pousio para rotação coberta por braquiária. A escolha do local para instalação do SAF visou criar uma barreira viva, visto que a propriedade beira a estrada, o tráfego é contínuo de caminhões de areia que produz poluição sonora e poeira. Assim, o SAF visou uma barreira viva.

Preparo do solo: roçada a braquiária, foi destocada à mão nas áreas de plantio, realizado em linhas. O solo estava duro na superfície, mas friável e úmido em profundidade (20cm), facilitando o manejo/plantio. Posteriormente, retornou-se a palha da braquiária para cobrir os locais de plantio.

Sistemas de plantio: próximo da cerca fora plantada linha de margaridão com ora pro nóbis (cactos alimentício que impede o fogo e a invasão de animais e estranhos), linha de mandioca Vitaminada e linha de cana+margaridão (alternados). Adiante, os agricultores optaram por implantar um experimento visando comparar o plantio do SAF a partir de mudas versus sementes. A escolha do arranjo seguiu a metodologia ‘aprender fazendo’, onde o grupo de agricultores interagiu com os técnicos visitantes para estabelecer um SAF básico e assim incrementar o plantio na sequencia.

SAF de Mudas: A bananeira BRS Conquista (resistente a fusariose e sigatoka negra) foi plantada 4x4m e entre elas, três berços a cada 1m contendo a árvore frutífera (grumixama, cabeludinha, uvaia, araçá amarelo ou vermelho), a segunda uma adubadeira (pioneira ou secundária inicial – ingá, amendoim do campo, eritrina, pau viola, marianeira, pau formiga, jambolão) e outra do futuro (secundária tardia ou climácica - jatobá, baru, mogno). Em todos os berços foi introduzido coquetel de sementes (guandu, crotalária, labelabe, amendoim, tefrósia e flemíngia, milho variedade orgânico Eldorado com dupla aptidão). Nos berços das bananeiras plantou-se ora araruta, ararutão, taro ou açafrão. Entre essas linhas plantou-se duas linhas de mandioca (1m) intercalada no meio com linha de margaridão (Tithônia) alternado com cana. Com exceção da mandioca, todas as demais linhas / berços receberam coquetel de adubação verde.

SAF de Sementes: na linha da bananeira (4x4m) plantou-se diversidade de sementes florestais (anjico, pau jacaré, eritrina, baba de boi, capitão do campo, araribá, jequitibá, cedro do campo, jenipapo, seafórtia, mirindiba e outras) e adubação verde (idem ao anterior). O restante do desenho foi o mesmo do anterior.
Foram formados dois grupos de trabalho com a missão de trocar experiências, ressaltando o protagonismo desses agricultores em transferir os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo para novos integrantes do projeto ‘Regeneração’, visando ampliar a formação de novos quadros do movimento agroflorestal. 

Avaliação e estudo da paisagem: após o mutirão foi feita uma rápida avaliação do trabalho e o estudo da paisagem. A avaliação resultou em um conjunto de informações positivas acerca do trabalho de mutirão. Em relação à paisagem, destacaram-se os atributos do ambiente natural e a capacidade de regeneração comprometida, face às alterações impostas pelo homem em eras pretéritas. A falta de espécies florestais nativas pioneiras impede a regeneração natural, o que demanda a reintrodução destas na propriedade partir de mudas e sementes. Avistou-se reboleiras de ingás implantados pelo agricultor próprio há mais de 4 anos e que resistiram ao fogo, que invade os lotes a cada ano de seca, bem como embaúbas, onde a vegetação herbácea (braquiária e Napier) produzia abundante riqueza de material orgânico, ao passo que onde não haviam essas espécies observou-se vegetação pobre com o predomínio de capim rabo de burro, que indica terra muito ácida, pobre em minerais essenciais.

Tecnologias em debate: revisitaram as seguintes tecnologias visando incorporá-las na atividade diária – cobertura morta (já incorporada), plantio de sementes (já incorporado), canteiros, mandala e bananagel.

Inclusão: muitas crianças e jovens participaram do mutirão, destacando os integrantes do grupo PUPA de Permacultura, de São José dos Campos/SP, que divulgaram eventos, dentre os quais a Feira Agroecológica, que incluiu os agricultores familiares do Assentamento Nova Esperança.  O PUPA ocupa uma área periurbana no bairro dos Freitas (chamada carinhosamente de ‘Agrofavela’). Iniciou com projeto de 12 meses consolidando a Casa de Cultura. Tudo surgiu de uma empreiteira de bioconstrução; promoveram a feira, a instalação de horta orgânica e cursos do SENAR (poda em frutíferas). Gostariam de promover o curso de bioconstrução comunitária no próprio assentamento.

Troca de sementes: após a reunião de avaliação/confraternização abrangendo café Catuaí amarelo, araribá, capitão do mato, ipê rosa, fedegoso, eritrina, jatobá mirim, cedro do campo, copaíba, cumaru, feijão do espírito santo, milho variedade, mamona preta, dentre outras.

Encaminhamentos:
Reunião Trimestral da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba (reunião de inclusão) - deveria ter ocorrido em 16/09/2014, mas não foi articulada pelo Conselho Gestor. Os agricultores do projeto ‘Regeneração: religando o homem à natureza’ deverão ser incentivados a participar mediante representação/comitiva.
Visita técnica ao Sítio do Bello, Paraibuna – Rudson do IBS/INCRA ficou de confirmar com o Sítio do Bello se a ocasião é propícia para a visita, tendo em vista conhecer os pomares, a agroindústria e obter mudas e sementes de frutíferas nativas. Comitiva mínima de 15 agricultores. Rudson postará no perfil da Rede no facebook as informações da melhor data.

Doação de mudas - agricultores de Tremembé e São José dos Campos devem buscar apoio dos viveiros municipais para obterem mudas visando incrementar as próximas áreas a serem instaladas.




elaboração de 'desenho' de SAF com a metodologia aprender fazendo