Informe:
Nos dias 15 e 16/11 agricultor@s do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e da APEP - Associação dos Produtores Ecológicos de Pindamonhangaba representarão a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba na IV Feira de Trocas de Sementes Crioulas e Mudas de Cunha e Região – contato: Serra Acima Associação de Cultura e Educação Ambiental Rua José Flamino Barbosa, 142 – Cunha – São Paulo – Brasil. Telefone: +55 (12) 3111-1744.
Informe:
Relato de caso
MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO
NOVA ESPERANÇA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP
DATA: 17/09/2014 horário: 8-17h - Lote nº 51 de
Adagilson e Maria Lúcia
Relato do mutirão: Adagilson (PT) e Maria Lúcia apresentaram o
sítio; o casal vive iminentemente da agricultura familiar. O lote está dividido
em diversas parcelas, abrangendo horta orgânica, caprichosa roça de mandioca,
pomar doméstico biodiverso entorno da casa e de citros adiante, além de áreas
em pousio para rotação coberta por braquiária. A escolha do local para
instalação do SAF visou criar uma barreira viva, visto que a propriedade beira
a estrada, o tráfego é contínuo de caminhões de areia que produz poluição
sonora e poeira. Assim, o SAF visou uma barreira viva.
Preparo do solo: roçada a braquiária, foi destocada à mão nas áreas
de plantio, realizado em linhas. O solo estava duro na superfície, mas friável
e úmido em profundidade (20cm), facilitando o manejo/plantio. Posteriormente,
retornou-se a palha da braquiária para cobrir os locais de plantio.
Sistemas de plantio: próximo da cerca fora plantada linha de
margaridão com ora pro nóbis (cactos alimentício que impede o fogo e a invasão de
animais e estranhos), linha de mandioca Vitaminada e linha de cana+margaridão
(alternados). Adiante, os agricultores optaram por implantar um experimento
visando comparar o plantio do SAF a partir de mudas versus sementes. A escolha
do arranjo seguiu a metodologia ‘aprender fazendo’, onde o grupo de
agricultores interagiu com os técnicos visitantes para estabelecer um SAF
básico e assim incrementar o plantio na sequencia.
SAF de Mudas: A bananeira BRS Conquista (resistente a fusariose e
sigatoka negra) foi plantada 4x4m e entre elas, três berços a cada 1m contendo
a árvore frutífera (grumixama, cabeludinha, uvaia, araçá amarelo ou vermelho), a
segunda uma adubadeira (pioneira ou secundária inicial – ingá, amendoim do
campo, eritrina, pau viola, marianeira, pau formiga, jambolão) e outra do
futuro (secundária tardia ou climácica - jatobá, baru, mogno). Em todos os
berços foi introduzido coquetel de sementes (guandu, crotalária, labelabe,
amendoim, tefrósia e flemíngia, milho variedade orgânico Eldorado com dupla
aptidão). Nos berços das bananeiras plantou-se ora araruta, ararutão, taro ou
açafrão. Entre essas linhas plantou-se duas linhas de mandioca (1m) intercalada
no meio com linha de margaridão (Tithônia) alternado com cana. Com exceção da
mandioca, todas as demais linhas / berços receberam coquetel de adubação verde.
SAF de Sementes: na linha da bananeira (4x4m) plantou-se
diversidade de sementes florestais (anjico, pau jacaré, eritrina, baba de boi,
capitão do campo, araribá, jequitibá, cedro do campo, jenipapo, seafórtia,
mirindiba e outras) e adubação verde (idem ao anterior). O restante do desenho
foi o mesmo do anterior.
Foram formados dois grupos de
trabalho com a missão de trocar experiências, ressaltando o protagonismo desses
agricultores em transferir os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo para
novos integrantes do projeto ‘Regeneração’, visando ampliar a formação de novos
quadros do movimento agroflorestal.
Avaliação e estudo da paisagem: após o mutirão foi feita uma rápida
avaliação do trabalho e o estudo da paisagem. A avaliação resultou em um
conjunto de informações positivas acerca do trabalho de mutirão. Em relação à
paisagem, destacaram-se os atributos do ambiente natural e a capacidade de
regeneração comprometida, face às alterações impostas pelo homem em eras
pretéritas. A falta de espécies florestais nativas pioneiras impede a
regeneração natural, o que demanda a reintrodução destas na propriedade partir
de mudas e sementes. Avistou-se reboleiras de ingás implantados pelo agricultor
próprio há mais de 4 anos e que resistiram ao fogo, que invade os lotes a cada
ano de seca, bem como embaúbas, onde a vegetação herbácea (braquiária e Napier)
produzia abundante riqueza de material orgânico, ao passo que onde não haviam
essas espécies observou-se vegetação pobre com o predomínio de capim rabo de
burro, que indica terra muito ácida, pobre em minerais essenciais.
Tecnologias em debate: revisitaram as seguintes tecnologias visando
incorporá-las na atividade diária – cobertura morta (já incorporada), plantio
de sementes (já incorporado), canteiros, mandala e bananagel.
Inclusão: muitas crianças e jovens participaram do mutirão,
destacando os integrantes do grupo PUPA de Permacultura, de São José dos
Campos/SP, que divulgaram eventos, dentre os quais a Feira Agroecológica, que incluiu
os agricultores familiares do Assentamento Nova Esperança. O PUPA ocupa uma área periurbana no bairro
dos Freitas (chamada carinhosamente de ‘Agrofavela’). Iniciou com projeto de 12
meses consolidando a Casa de Cultura. Tudo surgiu de uma empreiteira de
bioconstrução; promoveram a feira, a instalação de horta orgânica e cursos do
SENAR (poda em frutíferas). Gostariam de promover o curso de bioconstrução
comunitária no próprio assentamento.

Encaminhamentos:
Reunião Trimestral da Rede
Agroflorestal do Vale do Paraíba (reunião de inclusão) - deveria ter ocorrido
em 16/09/2014, mas não foi articulada pelo Conselho Gestor. Os agricultores do
projeto ‘Regeneração: religando o homem à natureza’ deverão ser incentivados a
participar mediante representação/comitiva.
Visita técnica ao Sítio do Bello,
Paraibuna – Rudson do IBS/INCRA ficou de confirmar com o Sítio do Bello se a
ocasião é propícia para a visita, tendo em vista conhecer os pomares, a
agroindústria e obter mudas e sementes de frutíferas nativas. Comitiva mínima
de 15 agricultores. Rudson postará no perfil da Rede no facebook as informações
da melhor data.
Doação de mudas - agricultores de
Tremembé e São José dos Campos devem buscar apoio dos viveiros municipais para
obterem mudas visando incrementar as próximas áreas a serem instaladas.
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