16 de out. de 2015

RELATO DE CASO MUTIRÃO AGROFLORESTAL NO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA I

Sítio da família de MARIA DO BELÉM DE JESUS (MARA MORENA)
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP
Data: 11/9/2015 – Lote 14
Horário: 8-17h


Resumo da vivência: a família de Maria do Belém de Jesus produz agricultura de subsistência em seu lote de reforma agrária, com muitas dificuldades, pois não há irrigação, as terras estão degradadas infestadas com capins desde a implantação do assentamento de reforma agrária, há mais de 12 anos.  
O mutirão agroflorestal representou o primeiro passo para a mudança no modo de produção baseado na capina total do terreno resultando em forte erosão do solo. Agora, o que se quer, é produzir massa vegetal para cobrir o solo no SAF e assim recuperá-lo, para que espécies de ciclo médio e longo se desenvolvam e produzam melhores colheitas.

Apresentações e planejamento participativo

Resumo do mutirão
Estudo da paisagem: terreno de mares de morros de topos arredondados findando nas várzeas do rio Paraíba, a declividade varia de suave a forte ondulada, substrato arenoso na superfície e argiloso em profundidade cria gradiente que favorece a erosão do solo. Observamos a vegetação espontânea de braquiária e capim sapé, este último indicador de solos muito ácidos. Avistamos outras microbacias com o mesmo problema e distante, alguns dos lotes em conversão agroflorestal exibem uma fitofisionomia arbustiva, estancando os problemas da invasão de capins através do pré-cultivo do guandu (Cajanus cajan).
Sensibilização sobre SAF e indução à troca de experiências
Metodologia participativa: após a apresentação coletiva e o estudo da paisagem para o entendimento sobre o papel dos SAF na restauração ecológica do ambiente com ênfase ao papel hidrológico destes na bacia do Paraíba do Sul, realizou-se amplo diálogo sobre o desenho do SAF e o planejamento para a implantação. O método ‘aprender fazendo’ preconizado pela APTA/SAA – Polo Vale do Paraíba é rápido e fácil entendimento, consiste na indução à reflexão para a implantação de um SAF com os recursos genéticos disponíveis. Com o apoio do facilitador foram feitos os questionamentos para despertar o saber local e promover a troca de experiências visando o empoderamento dos atores locais para a resolução dos problemas a partir da implantação e manejo do SAF.
 Realização do Plantio das mudas e das sementes de adubação verde
Preparo do solo: a área de 1000 m2 escolhida para o plantio do SAF foi preparada com aração e gradagem; foram abertos berços para o plantio de bananas em linhas intercaladas (quincôncio) cortando as águas. Nas entrelinhas plantaram-se mudas de espécies arbóreas diversas, alternaram-se frutíferas com árvores pioneiras e secundárias. Nas linhas laterais, plantou-se a mandioca (aipim). Alternaram-se mudas de cana a cada 3 a 4m com dupla função (produção de massa para cobertura do solo e a cana para o consumo humano). A adubação verde (milho, sorgo, feijão de porco, guandu, crotalária e mamona preta) entrou em todas as linhas de banana e entrelinhas junto com as mudas de árvores, para rápida cobertura da área e produção de massa vegetal.
Foram plantadas aproximadamente 200 mudas nativas (frutíferas, adubação verde e madeira), algumas oriundas de produção própria da beneficiária, outras trazidas por outros participantes do mutirão do assentamento e da APTA Vale do Paraíba, produzidas a partir do resgate de sementes coletadas pelos próprios agricultores, além de 40 mudas de variedades elite de banana micropropagadas. A adubação da bananeira consistiu de termofosfato Yoorin e torta de mamona, fornecidos pelo IBS/INCRA.
Avaliação: com a produção própria de mudas e a doação para a Sra Maria do Belém, mais uma vez grupo de agricultor@s do assentamento Nova Esperança demonstrou amadurecimento, uma vez que está cada vez mais autônomo sem a necessidade de ajuda externa para a realização das atividado
Grupo de visitantes: Cursos Técnico de Meio ambiente com cerca de 10 jovens e educadores de São José dos Campos
Alimentação: disponibilizada pelos beneficiários do lote a partir de produtos locais, sendo o café da manhã colaborativo onde cada um trouxe algo para compor a mesa. 

Algumas espécies plantadas (nome popular): Graviola, Carambola, Jaca, Acerola, Pinha, Romã, Pitanga, Grumixama, Cabeludinha, Jabuticaba, Araçá amarelo, Araçá Vermelho, Ingá macaco, Ingá mirim, Angico, Sabão-de-soldado, Pau-viola, Pau-formiga, Pau-jacaré, Paineira, Jacarandá, Mogno, Ipê rosa, Ipê amarelo, Ipê verde, Pau-ferro, Jatobá (entre outras).
Banana Prata (variedade BRS Platina).
Relator: Ceceo Chaves – IBS
Apoio técnico: Elton Santos - Fundação ITESP
Facilitador e revisor: pesquisador da APTA do Vale do Paraíba Eng Agrônomo Antonio Devide.
Realização: agricultor@s familiares vinculados à Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba, do Assentamento Nova Esperança I, de São José dos Campos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário