Estudo de caso
MUTIRÃO AGROFLORESTAL AGROECOLÓGICO NO SÍTIO
ECOLÓGICO
DO CAMPONÊS VALDIR MARTINS
Dia 15 de fevereiro de 2020
Por: Eng.
Agrônomo José Miguel Garrido Quevedo
Colaboração de Verônica Andressa de Castro

Figura 1: Área de instalação do sistema agroflorestal - SAF no Sítio Ecológico em São José dos Campos (SP).
O mutirão Agroflorestal teve por
finalidade completar uma área de Sistema Agroflorestal com frutíferas iniciado
durante o curso “Sistema Agroflorestal Agroecológico” ministrado pelo técnico e
consultor em sistemas agroflorestais Namastê Messerschmidt ocorrido em 25/Janeiro/2020 no Sítio
Ecológico no Assentamento de Reforma Agrária Nova Esperança, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo, Brasil.
A seguir será ilustrado o planejamento do SAF do presente mutirão:

O principal desafio é o entendimento
do arranjo das espécies sugerido. Segundo Miccolis et al. (2016), trata-se de
um princípio fundamental nos Sistemas Agroflorestais, do qual se baseia no
arranjo das espécies ou culturas que devem formar uma camada ou estrato
florestal. Tais camadas de vegetação formam a estrutura florestal que precisa
ser planejada, por simplificação sugere-se: estrato emergente, estrato alto,
estrato médio e estrato baixo e ainda o estrato rasteiro. A primeira rua
desenhada neste SAF, a linha de frutíferas, foi composta por uma espécie de
estrato alto, o abacate nas áreas secas e o cambucá nas áreas úmidas. Ao lado
destas espécies, é introduzido o araça-boi, espécie de estrato médio/baixo. E
no centro deste módulo, o ipê, espécie nativa do estrato alto/emergente.
Na segunda linha de plantio,
considerado como a linha de diversidade e espécies de serviço, foram
introduzidas as linhas de banana, no caso, espécie que pertence ao estrato
médio (nanicão) e variedade que pertence ao estrato alto (Prata BR Platina),
junto de uma espécie de estrato emergente, o eucalipto, no mesmo berço. A cada
metro é então introduzido as espécies nativas, 35 espécies no total, entre
elas: aroeira, copaíba, pau formiga, pau viola, sangra d´água, manjolim,
embaúba e pororoca.


Figuras 3 e 4: Linhas de espécies
nativas e frutíferas em alta densidade já instalado no Sítio Ecológico em São José dos Campos (SP).
Na terceira linha, foi introduzido a
espécie de estrato médio laranja pera rio, nas partes secas, e o cambuci, nas
partes sujeitas à inundação. Nesta linha, será cultivado a espécie leguminosa
de serviço, a gliricídia, espécie do estrato alto e o guanandi, espécie
madeireira, do estrato emergente.
Cada espécie foi associada no espaço
conforme o estrato em que cada indivíduo irá ocupar de acordo com a exigência a
luminosidade, a fertilidade dos solos e a disponibilidade de água existente.
(Miccolis et al. (2016).
Importante destacar que a primeira
operação realizada na área foi a introdução de uma espécie de cobertura, que
tem o papel de cultura de serviço, ou seja, que cobre o solo e é roçada para o
fornecimento de palha sobre as linhas cultivadas: o capim mombaça.
A fim de auxiliar a compreensão
deste conhecimento o técnico Frenando Spalding da Ecoagri (ecoagri.com.br)
compilou algumas informações que nos auxiliam no planejamento do Sistema
Agroflorestal com foco neste entendimento.
Acesse o link e conheça a proposta de estratificação da Ecoagri:
Foto 5: Área do SAF a ser implantado, onde observa-se a cobertura de capim mombaça no Sítio Ecológico em São José dos Campos (SP).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MICCOLIS, A.,
PENEIREIRO, F. M., MARQUES, H. R., VIEIRA, D. L. M., ARCO-VERDE, M. F.,
HOFFMANN, M. R., REHDER, T., PEREIRA, A. V. B. Guia técnico – Restauração
Ecológica com Sistemas Agroflorestais: Como Conciliar Conservação com
Produção. Opções para Cerrado e Caatinga. Brasília, Instituto Sociedade, População
e Natureza / Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal. 266 p. 2016.
SPALDING, F. Planilha de estratificação e planejamento de consórcios de espécies para Sistemas Agroflorestais. Ecoagri. sem data.
Adaptação para blog: Antonio Devide - Pesquisador da APTA Polo Vale do Paraíba antoniocarlosdevide@gmail.com
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