JUNTOS SOMOS FORTES!!!
Na pandemia de Covid-19 tem sido um desafio fazer os mutirões agroflorestais acontecerem com segurança e não menos desafiador tem sido realizar as pesquisas.
Em um retrocesso nunca visto antes no Brasil, a tentativa de desmonte do serviço público está sendo frustrada e embora deixe graves sequelas, não desistiremos e vamos nos reerguer... porque somos UM como os ramos de uma árvore que se lança ao alto para absorver a energia do Universo e se fortalecer...
Imagem: Lucas Lacaz Ruiz / A13Há 10 anos que os SISTEMAS AGROFLORESTAIS estão na pauta das Instituições Públicas e Privadas de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba.
No ano de 2021, durante o XII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais (CBSAF 2021), foram apresentados diversos trabalhos sobre SAF desenvolvidos no Leste Paulista.
Articular a Rede Agroflorestal para transformar a paisagem regional
ESTADO DA ARTE DOS TRABALHOS SOBRE SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO ESTADO DE SÃO PAULOAutores: Klécia Gilli Massi, Rafael Bignotto Beltrame, Humberto Gallo Junior, Antonio Carlos Pries Devide
Resumo: O estado de São Paulo possui muitas propriedades rurais com sistemas agroflorestais (SAF), com diferentes arranjos no campo e distintas características ambientais, ecológicas e florísticas. Além disso, múltiplos indicadores têm sido adotados para avaliá-los. Assim, o objetivo deste estudo foi organizar, sistematizar e avaliar as informações sobre os SAF no estado de São Paulo para observar a existência de arranjos agroflorestais diversificados nas propriedades. A metodologia utilizada na pesquisa foi uma busca de artigos científicos nas bases de dados Scopus, ISI-Web of Science e Google acadêmico, Scielo e de instituições governamentais com os termos em língua inglesa e portuguesa: "Agrofloresta*" ou "Agrosilvipastoril" ou "Silvipastoril", e "Mata Atlântica" e "Cerrado" e "São Paulo", publicados entre 1990 e 2021, com dados empíricos, textos completos acessíveis em inglês, espanhol ou português, revisados por pares ou que passaram por uma banca revisora. Trinta indicadores foram usados para avaliar os estudos. Foram sistematizados 53 estudos. A maior parte dos SAF avaliados foi biodiverso, com média de 29,3 espécies por local e grande variação entre as áreas amostradas (de duas a 194 espécies). No que tange à idade, os SAF tiveram entre 1 e 25 anos e média de 10,9 anos. Os SAF avaliados foram em média de 3,7 ha. Os principais produtos agrícolas produzidos dentro dos SAF estudados foram banana, hortaliças e outras frutas exóticas e nativas. Quanto à localidade, os trabalhos estiveram bem distribuídos pelo estado e a maior parte deles foi realizado em áreas do Bioma Mata Atlântica.
Palavras-chave: agrofloresta; estatística descritiva; indicadores; Resolução SMA 189
Link de acesso: https://www.researchgate.net/publication/357355450_ESTADO_DA_ARTE_DOS_TRABALHOS_SOBRE_SISTEMAS_AGROFLORESTAIS_NO_ESTADO_DE_SAO_PAULO
PLANO DE AÇÃO DA REDE AGROFLORESTAL DO VALE DO PARAÍBA
CONTRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NDVI DO ASSENTAMENTO NOVA ESPERANÇA I EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS -SP
Autores: Débora Guerreiro Silva, Antonio Carlos Pries Devide
Resumo: A introdução dos Sistemas Agroflorestais (SAF) na reforma agrária no Vale do Paraíba do Sul ocorreu em 2013, com mutirões organizados pela Rede Agroflorestal. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as contribuições dos SAF no incremento da vegetação arbórea e verificar o reforço na formação de um corredor ecológico no assentamento Nova Esperança I, em São José dos Campos - SP. Foram aplicadas técnicas de sensoriamento remoto para análise NDVI de sete unidades de produção com SAF e outras sete sem SAF a fim de comparar a cobertura do solo. O maior índice de área recoberta por vegetação arbórea foi obtido nas unidades com SAF, enquanto as demais apresentaram os maiores índices de áreas de solo exposto, pastagens degradadas, gramíneas e agricultura. Os SAF contribuem com a formação de corredor ecológico que liga as várzeas do Rio Paraíba do Sul ao fragmento de Mata Atlântica na transição com a Serra da Mantiqueira.
Palavras-chave: sensoriamento remoto; reforma agrária; corredor ecológico; restauração florestal
Link: https://www.researchgate.net/publication/357355448_CONTRIBUICOES_DOS_SISTEMAS_AGROFLORESTAIS_NO_INDICE_DE_VEGETACAO_NDVI_DO_ASSENTAMENTO_NOVA_ESPERANCA_I_EM_SAO_JOSE_DOS_CAMPOS_-SPPRODUÇÃO DE BANANA EM SISTEMA AGROFLORESTAL NO LESTE PAULISTA
Autores: Antonio Carlos Pries Devide, Julia Mesquita Trommer, José Miguel Garrido Quevedo
Resumo: A bananeira está presente em sistemas agroflorestais (SAF) em diversos biomas brasileiros. A prospecção tecnológica é importante para incentivar a expansão desse modelo de produção. O objetivo dessa pesquisa é apresentar um panorama sobre o cultivo de banana no Leste Paulista, caracterizar o perfil dos produtores de um grupo de compra de mudas certificadas e a preferência por cultivares; além do perfil de pessoas que cultivam bananas em SAF, levantado por meio de questionário com aplicativo de gerenciamento remoto de pesquisa, caracterizando-se, também, a localização e área cultivada, aspectos fitotécnicos e fitossanitários, geração de renda e demandas tecnológicas. A bananeira está presente em 2mil hectares, destacando-se São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira e Ubatuba, no Litoral Norte. Adquiriram mudas certificadas agricultores familiares e o novo rural, com preferência por Grande naine e Prata Anã. Foram respondidos 50 questionários por esses atores que cultivam até 25% da área com aptidão em até 1,0ha de pequenas propriedades no Vale do Paraíba (84%) e Serra do Mar (12%). Predomina o manejo agroflorestal (64%) e consórcios com culturas agrícolas (26%). A regeneração de plantas nativas e a ocorrência de fauna é superior nestas áreas (55%), em comparação ao entorno. Metade das pessoas cultivam variedades locais. Predomina o comércio in natura (44%) em venda direta ao consumidor (46%). Os respondentes conhecem o cultivo de banana em SAF (92%), 86% participam da Rede Agroflorestal e a prioridade para o investimento público recai sobre ATER (40%) e pesquisas de manejo agroflorestal (54%).
Palavras-chave: tecnologia de produção; fruticultura; política pública
Link: https://www.researchgate.net/publication/357355548_PRODUCAO_DE_BANANA_EM_SISTEMA_AGROFLORESTAL_NO_LESTE_PAULISTA
PRODUÇÃO DE ARARUTA E CÚRCUMA EM SISTEMA AGROFLORESTAL
Autores: Cristina Maria de Castro, Antonio Carlos Pries Devide
Resumo: Os sistemas de cultivo que combinam árvores, frutas e espécies anuais em arranjos produtivos, como os sistemas agroflorestais (SAF), são estratégicos, pois promovem e conservam a sociobiodiversidade e fortalecem a segurança alimentar e nutricional. Adaptadas ao cultivo em áreas semi-sombreadas, a araruta (Maranta arundinacea) e a cúrcuma (Curcuma longa) são plantas ricas em compostos bioativos, que lhes conferem propriedades funcionais inigualáveis. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o desempenho produtivo da araruta e da cúrcuma em SAF, com fileiras da leguminosa arbórea gliricidia (Gliricidia sepium) espaçada 6x3m, intercalada nas fileiras externas com bananeiras (Musa spp.) e mamoeiros (Caryca papaya) e tutorando ora-pro-nobis (Pereskia aculeata). O manejo da gliricídia com poda e o desbaste das bananeiras foi realizado na primavera-verão, com todos os resíduos vegetais gerados sendo devolvidos ao solo. Nesta área, a produção total de rizomas de cúrcuma e araruta foi avaliada por um período de 5 anos (2013 a 2017). A produtividade (t/ha) para os anos 15,4 (cúrcuma). Esses valores são satisfatórios para a densidade utilizada (17.500 plantas/ha), comparado às monoculturas comerciais que empregam 30.000 plantas/ha. A correlação da produção de cúrcuma com a precipitação foi alta (0,88), enquanto para araruta foi baixa (0,02). O potencial produtivo da araruta e da cúrcuma pode ser explorado em SAF, justificando pesquisas para aperfeiçoar o manejo agroflorestal.
Palavras-chave: cultura alimentar; segurança alimentar e nutricional; Maranta arundinacea; Curcuma longa
Link: https://www.researchgate.net/publication/357355648_PRODUCAO_DE_ARARUTA_E_CURCUMA_EM_SISTEMA_AGROFLORESTAL
AVALIAÇÃO DO MANEJO DA BROCA DA BANANEIRA COM CONTROLE BIOLÓGICO EM SISTEMA AGROFLORESTAL
Autores: José Miguel Garrido Quevedo, Rudson Haber Canuto, Guilherme Silva Godoy, Hélio Minoru Takada, Antonio Carlos Pries Devide, Cristina Maria de Castro
Resumo: A cultura da banana está presente na maioria dos sistemas agroflorestais (SAF) do Brasil, por sua rápida produção de frutos, recobrimento do solo e aporte de fitomassa no pseudocaule, que aberto longitudinalmente e disposto sobre o solo na forma de telha transfere sua rica seiva mineral ao redor de culturas consortes de valor econômico. Não é costume no manejo agroflorestal utilizar os restos culturais da bananeira para adubar a própria touceira. O moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus) é um besouro que sobrevive em restos culturais e danifica os bananais no mundo todo, causando redução de produtividade e levando o bananal à extinção ao introduzir o fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o controle biológico de C. sordidus em SAF através do manejo de pseudocaule na forma de telha e queijo, com e sem isolado de Beauveria bassiana estirpe IBCB66. Há diferentes espécies de curculinídeos atacando a cultura da bananeira no Vale do Paraíba. Para este SAF, uma isca tipo telha foi mais eficiente para C. sordidus. Outro curculionídeo capturado foi Metamasius sp. com maior presença na isca tipo queijo com fungo. Sua mobilidade superior, se comparado a C. sordidus, e a consequente infecção por B. bassiana, possibilita disseminar o controle biológico no SAF. São necessárias novas pesquisas de longa duração sobre os efeitos do manejo do pseudocaule das diferentes variedades de banana em relação ao controle biológico e à dinâmica das espécies de curculionídeos no SAF.
Palavras-chave: Beauveria bassiana; Cosmopolites sordidus; Metamasius sp.; agroecologia; manejo do pseudocaule
Link: https://www.researchgate.net/publication/357355408_AVALIACAO_DO_MANEJO_DA_BROCA_DA_BANANEIRA_COM_CONTROLE_BIOLOGICO_EM_SISTEMA_AGROFLORESTALLEVANTAMENTO DE MATRIZES E CONSERVAÇÃO NA ROÇA DE FRUTAS NATIVAS
Autores: Thiago Ribeiro Coutinho, Mariana Pimentel Pereira
Resumo: A ocupação territorial a partir da invasão colonizadora dá início a um modo de produção caracterizado pela intensa destruição ambiental. Tem -se a perda da biodiversidade e, simultaneamente, a perda dos conhecimentos e das culturas alimentares no entorno das espécies nativas frutíferas. A esses fenômenos dá-se o nome “erosão genética” e “erosão cultural”, respectivamente. Para o enfrentamento da dupla problemática, criar estratégias para a valorização do trabalho que comunidades camponesas e sujeitos do campo vêm desenvolvendo no sentido da promoção da etnobiodiversidade por meio da “conservação na roça”, é aliada nas alternativas encontradas. O objetivo da pesquisa é apreender a conservação na roça de frutíferas da família Myrtaceae nativas do bioma da Mata Atlântica. A coleta de dados envolveu a observação participante, caminhada transversal, intervenção educadora ambientalista e entrevista semiestruturada. A identificação das matrizes utilizou as informações de coletores e mateiros da região do Vale do Paraíba, somando-se a aplicação do questionário semiestruturado. Como resultados foram identificados dois eixos centrais, o primeiro ligado à botânica, coleta de sementes, produção de mudas, identificação das espécies e o mapeamento da ocorrência no território. O segundo eixo combina o mapeamento e a interação dos sujeitos atuantes nas atividades produtivas que envolvem os esforços para constituir as cadeias produtivas da sociobiodiversidade e consequente conservação. A experiência abriu caminho para o início da construção de pomares de sementes, fortalecimento da apropriação e os esforços na disseminação das técnicas agroflorestais, bem como a salvaguarda dos materiais genéticos como crucias para o enfrentamento da crise socioambiental global
Palavras-chave: Conservação na Roça; Sociobiodiversidade; Sustentabilidade; Etnobotânica; Banco de Germoplasma.
Link (para livro de resumos): https://www.sbsaf.org.br/xiicbsaf-anais
Boa leitura!
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