Tradução: José Miguel
Garrido Quevedo e Thiago Ribeiro Coutinho.
Rede Agroflorestal Vale
do Paraíba.
1) Introdução
Muitos estudos consideram a luminosidade
lunar essencial para a vida e o desenvolvimento das plantas. Diferentemente da
luz solar que recebemos, a luz lunar exerce diretamente uma forte influência na
germinação das sementes, quando sutilmente seus raios luminosos penetram com
relativa profundidade, quando comparada com a força dos raios solares que não
conseguem penetrar em sua intimidade. Parece que o excesso de pressão que
exerce os fótons solares sobre os vegetais não permite o intercâmbio de
substâncias nutritivas que as plantas necessitam para seu crescimento normal,
ficando, por tanto, a missão de estímulos sedutores a luminosidade lunar para
que as sementes germinem fortes e sadias.
Por outro lado, está demonstrado, que a
intensidade da fotossíntese é bem superior em todas as plantas a partir da lua
crescente até o desenvolvimento pleno na lua cheia, o qual está compreendido
entre os três dias depois da lua crescente até três dias depois da lua cheia,
fenômeno atribuído cientificamente ao incremento da intensidade da luz lunar
sobre o nosso planeta.
2) Influência das fases da lua no
movimento da seiva das plantas:
Uma exemplificação: Quando cortamos as madeiras para as construções na fase da lua no quarto crescente até a lua cheia, as madeiras duram bem pouco, porque suas fibras estão carregadas com o máximo de água, que quando secas continuam com as fibras abertas, cheias de ar. As madeiras racham e resistem pouco as intempéries. Quando cortadas na lua minguante duravam mais e são mais resistentes a deterioração, por que a madeira tinha menos água e ao secar suas fibras ficavam fechadas, resistente ao tempo e aos insetos.
Por outro lado, associado a esta prática
das fases lunares, o corte das madeiras é feito no final de outono e nos meses
de inverno, época onde praticamente todas as árvores têm perdido as folhas e
sua atividade fotossintética se encontra reduzida.
Assim a prática dos campesinos é o corte
das árvores madeireiras estar limitado quase exclusivamente aos quatro meses do
ano que se escrevem sem a letra R, como são maio, junho, julho e agosto.
Outro exemplo de conhecimento campesino é
a semeadura de grãos na lua minguante, como milho e feijão a fim de se evitar a
proliferação de carunchos, ou ainda, o plantio de culturas que enramam como
batata, mandioca e abóbora na lua minguante e na lua nova.
3)Influência das fases lunares na
fruticultura: Podas – A tarefa das podas e as limpezas de árvores enfermas, se
centralizam na fase da lua minguante até a lua nova, evitando podridões e
obtendo-se uma rápida e melhor cicatrização. A plena lua nova é considerada
como a fase onde tudo se limpa. Todas estas atividades não são executadas entre
a lua crescente e a lua cheia, (período intensivo “águas acima”) porque a seiva das plantas e das
árvores está nos brotos e nas partes mais novas das mesmas, muitas plantas ou
árvores podem debilitar-se e até morrer se não estão bem nutridas e bem
fortificadas. Em compensação, esta fase lunar – crescente e cheia – é ideal
para colher frutos em seu estado mais rugoso, tais como, mamão, pinha, manga,
fruta do conde, limões, tomates, pêssego, uva, carambola, ciriguela, goiaba,
melão, melancia, amora, etc. Para a realização de podas em árvores novas,
período de formação de copa e produção de estacas, se recomenda realizar estas
atividades entre a lua nova e a lua crescente, com a finalidade de estimular o
rebrote vegetativo dos mesmos; por outro lado, este período lunar – nova e
crescente – é o mais apropriado para o transplante de plantas de um lugar para
outro, e é o espaço ideal para a poda de raízes das árvores ornamentais tipo
bonsais. Finalmente, a poda dos brotos vegetativos, no cultivo do morango, se
deve realizar durante a influência da lua minguante, para evitar o
debilitamento do cultivo e a queda da produção de frutos.
4) Influência das fases lunares no semeio
e transplante de plantas que crescem e frutificam acima da terra: Parece que a
norma comum seguida nas “épocas do passado” era semear na lua crescente (depois
dos três primeiros dias da lua nova, até os últimos dias de lua cheia – período
extensivo “águas acima”), de preferência dois ou três dias antes da lua cheia,
todas as plantas que crescem em altura e dão frutos, como tomates, pimentas,
berinjelas, pimentões, pepinos, feijão, favas, allho porró, couve chinesa e
outros legumes. E os cereais, cevada, aveia, arroz, trigo, milho, etc.
5) Influência das fases lunares no semeio
e transplante de plantas que desenvolvem debaixo da terra: Semeiam-se na lua
minguante (depois dos três últimos dias da lua cheia, até os três primeiros
dias de lua nova, período extensivo “águas abaixo”) todas as plantas que se
desenvolvem abaixo da terra, como cenouras, nabos, batatas, beterrabas, cebolas
de cabeça, alhos, rabanetes, etc.
Observação importante: Todas as plantas
que nascem rente a terra, como alfaces, acelgas, espinafres, couve de folhas,
cujo produto para consumo são as folhas frescas, deverão ser semeadas na fase
lunar minguante, por que quando se semeiam na lua crescente, tendem a subir a
flor prematuramente, fenômeno mais comum com as alfaces.
6) Influência da lua na colheita de
frutos, hortaliças, legumes frescos e grãos verdes para consumo imediato: A colheita de frutos, hortaliças, legumes frescos e grãos verdes para o consumo
imediado pode ser dividido em dois períodos:
6.a) Período intensivo de colheita: Com aproximadamente
sete dias de duração, compreendidos entre os três depois da lua crescente, até
três dias depois da lua cheia (período intensivo de “águas acima”). É o momento
onde frutos, hortaliças, legumes, grãos verdes e milho verde se encontram em seu
estado mais rugoso, ao mesmo tempo que há uma maior concentração de sabores.
6.b) Período extensivo de colheita: Com mais ou menos quatorze dias de
duração, no qual, ademais de contemplar o período anterior, considera
aproximadamente os quatro últimos dias da lua nova (os frutos recém começam a
ganhar o máximo de turgor) e os três primeiros dias depois da lua cheia, onde
os frutos começas a ter menos quantidade de suco (período extensivo de “águas
acima”). Se consideram a colheita de: milho verde, ervilha, favas verdes,
feijões, pepinos, alfaces, acelga, aipo, vagens verdes, hortaliças com flores
como couve-flor, brócolis, alcachofra, berinjela, espinafre, feijão verde,
cebolas largas ou de ramas, tomates e pimentões rugosos, para consumo imediato,
para cidras, grãos pré germinados, morangos, amoras, cerejas, mangas, abacates,
laranjas, limões, mamão, melancias, melões, abóboras, goiabas, carambolas,
pinhas, fruta do conde, ameixa, pêssego, uvas, figos, maracujá, jabuticaba,
goiaba, maçã, pera, nêspera, acerola, etc.
7) Influência das fases lunares para
colheita de grãos secos, cereais e conservar alimentos: A melhor lua para colher e conservar
grãos secos e alimentos que durem mais tempo em bom estado, tenham melhor sabor
e sejam mais resistentes contra o ataque de insetos e microrganismos quando
armazenados, é a lua minguante. Dentre o grupo de colheita de grãos secos
destacam-se: milho, arroz, gergelim, aveia, trigo, cacau, cevada, coco, feijão,
grão-de-bico, girassol, amendoim, lentilha, soja, sorgo e sementes de forma
geral.
Referência Bibliográfica:
RIVERA, Jairo Restrepo. A Luna- El Sol nocturno em los trópicos y su influencia em la agricultura. Servicio de Información Mesoamericano sobre Agricultura Sustenible, 1ª edição, Manágua, 2004. 214 p.
Que legal,muito conteudo 🙏
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