Datas: 30 de janeiro, 03, 06 e 13 de
fevereiro de 2022
Local: Sítio Nossa Senhora Aparecida,
Assentamento Nova Esperança, São José dos Campos-SP
Por Débora OlivatoPesquisadora do
Programa CEMADEN Educação - Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, MCTI - Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovações
Humberto Gallo JuniorPesquisador
do Instituto de Pesquisas Ambientais - IPA/SIMA-SP, Taubaté/SP
Luciano ReisAgroflorestor do Sítio
Nossa Senhora Aparecida e coordenador da CSA Pindorama
Neste início de 2022, foram realizados diversos mutirões no Sítio Nossa Senhora Aparecida, localizado no Assentamento Nova Esperança em São José dos Campos – SP para o reflorestamento de uma área degradada, com base no sistema agroflorestal (Figura 1).
Esse é mais um dos projetos sustentáveis que o Sítio acolhe. Outros exemplos de projetos desenvolvidos são o manejo orgânico, a inserção da produção de hortaliças nos moldes da agricultura sintrópica, a expansão das áreas de sistemas agroflorestais (SAF), produção de shimeji e a formação de uma Comunidade que Sustenta a Agricultura familiar – CSA.
O terreno reflorestado foi um topo de morro, próximo a uma área de preservação permanente com nascentes, que sofreu um incêndio ocasional em 2020 (Figura 2). Dentre os objetivos desta ação estão a recuperação ambiental por meio da SAF com um consórcio de mudas de espécies florestais e frutíferas com ênfase nas nativas e diversidade de Citrus, para o aumento da recarga hídrica e combate ao escoamento superficial da água da chuva.
Esse conjunto de ações, orquestrado pelo agroflorestor Luciano Reis, teve o apoio do Instituto Auá, por meio do projeto Semeando Economia Verde na Mata Atlântica, e de outras instituições, como a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, a CSA Pindorama, a Biblioteca Lucio Reis, Adubamente e Empresa de Consultoria Ciranda Ecológica.
Os mutirões ocorreram nos dias 30 de
janeiro, 03, 06 e 13 de fevereiro de 2022, numa área de 2 hectares, onde foram
constituídas 07 linhas para o plantio de 21 espécies, sendo elas: algodoeiro, angico
branco, araçá amarelo, araçá do campo, aroeira pimenteira, aroeira preta, babosa
branca, canafístula, copaíba, cabeludinha, goiaba, guapuruvu, figueira branca, guaratã,
guaritá, ingá, jacarandá, mutambo, sabão de soldado, tamanqueira, sangra d'água,
urucum, grumixama, guanandi e ipê branco (Figura 3).
Para adubação dos berços utilizou-se potássio (ekosil = rocha moída), calcário, torta de mamona e composto orgânico. A adubação verde foi formada por um coquetel de sementes contendo feijão de porco, feijão guandu, nabo forrageiro, crotalária, urucum, aroeira pimenteira e quiabo caturrão. Ainda foram plantadas abóboras em 3 linhas, no pé das mudas.
A realização do plantio direto, com a
distribuição adequada das espécies nos 07 canteiros apenas roçados, teve como
base a filosofia do SAF, a partir do estudo da paisagem, dos grupos, funções e
preferências ecológicos das espécies arbóreas utilizadas, com orientações de Antonio
Carlos Devide, da Rede Agroflorestal Vale do Paraíba, do consultor Vinícius
Favato (Ciranda Ecológica) e do agroflorestor Luciano Reis (Figura 4).
O plantio direto foi feito em linhas (Figura 5), com citros a cada 4 metros, intercalados com espécies florestais e frutíferas nativas. No primeiro mutirão (30/01), por exemplo, foram plantadas 7 linhas com 50 metros (350 metros lineares), com mudas nativas e frutíferas a 1 metro de distância uma da outra e entre linhas de 3 metros. No mutirão do dia 06/02 foram plantadas 6 linhas, totalizando 210 metros lineares (Figura 5). O espaçamento de 3 metros entre as linhas será utilizado para o plantio futuro de batata inglesa com semeadura de capim marandú (Andropogon gayanus).
O grupo de voluntários foi acolhido pela família do sitiante com muito carinho. Foi realizado café comunitário e almoço com produtos orgânicos colhidos no próprio sítio. Em todas as etapas houve medidas de segurança para evitar a transmissão do COVID-19, como uso de máscara, álcool em gel, distanciamento social e muito respeito. A realização dos mutirões proporcionou muito aprendizado e troca de experiências, demonstrando a importância dos trabalhos desenvolvidos em rede.
Edição para o blog
Antonio C. P. Devide – Pesquisador da
APTA Vale do Paraíba
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