O Sítio Nossa Senhora Aparecida está fazendo 10 anos de transição agroecológica. Neste período diversas mudanças ocorreram, tais como a conversão de pomares antigos para o manejo orgânico, inserção da produção de hortaliças nos moldes da agricultura sintrópica e expansão das áreas de sistemas agroflorestais (SAF) (Figura 2) para adequar a propriedade rural e dos sistemas produtivos no que tange ao aumento da biodiversidade e resiliência às mudanças climáticas, proteção de nascentes, corredor ecológico e aumento na quantidade de componentes arbóreos para contribuir na proteção da Reserva Legal.
Atualmente a geração de renda do Sítio tem origem em cerca de 25 famílias de co-agricultores que integram a CSA Pindorama (CSA - Comunidade que Sustenta a Agricultura) (Figura 3). Estão à frente desse projeto o agroflorestor Luciano Reis, filho do Sr Gessi e da dona Ana, que implantaram os primeiros pomares de manga, citrus, café e outras culturas perenes.
A origem de Luciano não é agrícola, mas quando ingressou no assentamento, após participar dos mutirões agroflorestais organizados pelos membros da Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba conheceu os SAF com a metodologia apreender fazendo e decidiu permanecer no assentamento para ajudar seus pais a estabelecerem metas e padrões para a transição agroflorestal, e de aprendiz passou a educador nos mutirões que coordena (Figura 4).
Os mutirões que serão realizados entre janeiro e fevereiro de 2022 devem abranger áreas sensíveis com solo declivoso que sofreu os problemas da erosão e da queimada no ano de 2021. Luciano foi um dos camponeses que se dedicou a combater o incêndio e realizar o trabalho de rescaldo dos resíduos de madeira ainda em processo de carbonização na área da Reserva Legal do assentamento, vizinha do lote (Figura 5).
Em pesquisa recente verifica-se que o Sítio Nossa Senhora Aparecida se destaca com outras seis propriedades locais para um aumento de 82,4 hectares de área com vegetação arbórea, em comparação com outras sete propriedades sem SAF do assentamento Nova Esperança, em São José dos Campos - SP (Figura 6). Essa estimativa é baseada na imagem NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) de apenas 07 (sete) propriedades com SAF comparadas a outras sete sem SAF (Guerreiro; Devide 2021).
Assim, a implantação dos SAF também visa aumentar a recarga hídrica, pois deve combater o escorrimento superficial da água da chuva. Ao todo serão implantados 2,0 (dois) hectares de SAF em solo roçado que deve receber um preparo mínimo com tratorito (adquirido em parte com recursos de obtidos de campanha de doação) nos berços de plantio das espécies perenes, com ênfase em frutas e árvores nativas para poda e madeira de lei, além da associação com espécies exóticas como a citrus, amora, ameixa, bananeira e a batata inglesa, esta cultura será introduzida apenas nas áreas com maior aptidão, nas entrelinhas.
A adubação será realizada com adubo orgânico e adubação verde de nabo forrageiro, feijão de porco, tefrósia e feijão guandu.
O sítio Nossa Senhora Aparecida conta como parceiros os atores que integram a 'Biblioteca Lúcio Reis' (São José dos Campos) e 'Adubamente'. Essa atividade conta com apoio do Instituto Auá, com projeto Semeando Economia Verde na Mata Atlântica, que visa plantar 50 mil mudas nativas com potencial econômico com a metodologia 'Pomares da Mata Atlântica' em municípios da bacia do Alto Vale do Rio Paraíba do Sul. O projeto coordenado por Pedro Kawamura e implantado com supervisão do técnico Thiago Mônaco tem o apoio da Fundação Banco do Brasil.- Agendamento prévio com Luciano.
- Número limitado de inscritos
- Só poderão participar pessoas com a vacinação completa
- Uso de máscara obrigatório
- Alimentação colaborativa
Parabéns!!!!
ResponderExcluirObrigado. Se quiser fazer alguma complementação e contribuição para divulgar o trabalho da Biblioteca Lúcio Reis, estamos abertos para receber um relato seu.
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